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Uma tabela enganosa

07/06/2010 - Marcio Kohara / Fonte: iCarros

Pela primeira vez em sua história, a Red Bull parece ter um carro capaz de ser campeão do mundo desde o começo do ano. O RB06, projeto criado pelo inglês Adrian Neway, é, disparado, o mais rápido e o mais eficiente de todo o grid. Mas, depois de disputadas sete etapas do Campeonato Mundial, não é este o cenário desenhado nas tabelas de pontuação, seja de pilotos ou de construtores. Se nos fixarmos apenas nas tabelas, vemos um campeonato de pilotos equilibrado como poucos na história foram até este momento - disputado pouco mais de um terço do campeonato. São cinco pilotos separados por 25 pontos - a pontuação dada ao vencedor -, e mais três a uma distância residual (ou seja, mais um ou dois pontos). A briga poderia estar mais embolada se a pontuação antiga estivesse ainda em vigor, daí todos os oito estariam a uma vitória da liderança (até dez pontos). Entre as equipes, o equilíbrio é um pouco menor, mas três equipes ainda podem sair de Montreal, depois da disputa da oitava etapa do Mundial, na liderança do Mundial de Construtores. Ou seja, se estivéssemos vendo na pista o campeonato que existe na tabela de pontuação, este seria um dos mais equilibrados de todos os tempos. No confronto de forças nas pistas, porém, não é isso. Vemos uma Red Bull sempre partindo como favorita, largando na pole e claramente tendo o carro mais eficiente na maior parte das condições. Pela briga por vitórias, vemos uma Mclaren que, de vez em quando, consegue equilibrar esta situação. Enquanto isso, a Ferrari só consegue brigar por vitórias em condições especiais e uma Mercedes que nunca pareceu em condições de brigar por uma vitória neste campeonato. Agora, o que tem acontecido é que a Red Bull não consegue traduzir esta vantagem em pontos. Os carros azuis venceram três etapas nesta temporada -ou seja, não venceram em quatro. Nas duas primeiras etapas do ano, perderam a vitória por problemas mecânicos em seus carros - nas duas oportunidades com Sebastian Vettel. Em Xangai, apesar de terem largado na pole, se embananaram na escolha da estratégia e, sob chuva, ficaram de fora da briga pela vitória. E, na Turquia, numa sequencia de erros de comunicação entre os boxes e os dois pilotos, Mark Webber bateu em Vettel e ambos ficaram de fora da briga, deixando o caminho livre para Lewis Hamilton e sua Mclaren. Para o equilíbrio do campeonato, é ótimo que a Red Bull siga nesta toada. Afinal, seu carro parece ser, de longe, o mais eficiente do grid. Seu único ponto mais fraco é o desempenho em temperaturas mais frias e em pistas com retas longas - quando a Mclaren se aproxima de sua forma. Se não, nada feito. A Mclaren parece sofrer em pistas com curvas mais lentas, a Ferrari definitivamente não se adaptou aos tipos de pneus mais duros e a Mercedes parece mais preocupada em adaptar o seu carro a Michael Schumacher que em brigar pelo título nesta temporada. Agora, se a Red Bull começar a aproveitar os pontos - da mesma forma que na segunda metade da temporada passada -, a fatura parece bem definida, faltando apenas definir entre Mark Webber e Sebastian Vettel quem será o campeão. Um pouco sobre a batida das Red Bulls O momento que mais chamou a atenção no Grade Prêmio da Turquia foi a estranha disputa de posições entre Mark Webber e Sebastian Vettel, que acabou por minar as chances de vitória da Red Bull na corrida. Situando o leitor, tínhamos dois terços da prova disputada. Webber era o líder da prova, e era seguido de perto por Sebastian Vettel e Lewis Hamilton, com Jenson Button se aproximando. Webber tinha uma situação complicada, por ter liderado boa parte da corrida - e consequentemente vindo “de cara para o vento”, condição em que o consumo é maior - havia consumido mais combustível e entrado numa zona crítica de consumo. Sob pressão, tendo que andar o mais rápido possível, foi obrigado a reduzir o ritmo para manter o gasto sob controle, permitindo que seus perseguidores se aproximassem. Vettel vinha muito mais rápido que Webber. Na 40ª volta, na veloz curva 11 que separa a reta oposta em duas, arma o bote e faz a manobra de ultrapassagem. Vettel vem numa linha pelo lado de fora, Webber por dentro. Porém, não estão em linhas paralelas. E, a 300 km/h, acabam se aproximando e se chocando (com o bico e o pneu dianteiro esquerdo de Webber tocando o pneu traseiro direito de Vettel). O RB06 do alemão sai rodando, enquanto o australiano perde o ponto de frenagem e sai da pista, mas controla o carro e volta. Seb abandona e desce do carro fazendo um sinal indicando que Mark estaria louco. Webber ruma para os boxes, arruma o carro e volta a corrida. Foi um vacilo geral da equipe. Tanto do corpo de engenheiros da Red Bull como dos pilotos. Os primeiros se dividiram em dois. O lado do alemão avisou Vettel de que Mark tinha problemas - indicando que o australiano não dificultaria uma eventual ultrapassagem. Já o lado do australiano não avisou o australiano de que Vettel não guardaria posição pois estava sob pressão, permitindo que o australiano fosse surpreendido pela manobra do alemão. E, obviamente, os pilotos, que não deixaram espaços para evitar o choque. Com um pouco mais de atenção, todos chegariam salvos ao final da prova, evitando que 28 pontos caíssem nas mãos da Mclaren. No fim, num acidente em que todos são culpados, ninguém o é. Ou seja, é o típico acidente de corrida, que poderia ser evitado se algum dos erros não tivesse acontecido. Da próxima vez, todos vão tomar mais cuidado na pista. Até vão disputar posições, mas certamente não repetirão o vexame de Istambul. É o que se espera para uma equipe que pretende ser campeã. O caso Mclaren Oito voltas depois, os dois pilotos da Mclaren se engalfinharam. O roteiro foi parecido. Hamilton reduz o ritmo depois de alguma comunicação da equipe. Button vê uma janela de oportunidade e faz a ultrapassagem. Há uma troca de posições nas curvas 12, 13 e 14, e Button cruza a linha final na frente. Na curva um, Hamilton frea mais tarde e retoma a posição. A diferença é que ambos não se chocaram -o que seria um desastre, ainda mais depois do caso Red Bull. Depois do entrevero, a mensagem de consumo crítico também é dada a Button pelo rádio, que cessa os ataques e segue ao final da prova. Aqui, parece o roteiro do que deu errado com a Red Bull, com a diferença que ambos não se chocaram na pista. Hamilton chegou claramente irritado à festa no final da corrida, respondendo de forma seca ao rádio na volta de desaceleração e pouco comemorando na chegada aos boxes, demonstrando irritação. Racha na equipe? Pode ser, mas parece mais a irritação pela equipe não ter sinalizado com clareza para Button que as disputas estavam cessadas. O fato é que parece que o aviso de consumo crítico vazado na transmissão da televisão parece mesmo um código para que se cessem as brigas na pista, mais ou menos o “tragam as crianças para casa” que seria dito pela cúpula ferrarista segundo Galvão Bueno. Afinal, nenhum dos dois reduziu o ritmo no final da prova.
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