Logo no começo da semana (segunda), a Red Bull anunciou que renovou o contrato do australiano Mark Webber por mais um ano. E, nesta quarta-feira (9), a Ferrari divulgou a extensão do contrato de Felipe Massa até o fim de 2012. Duas peças-chaves da engrenagem do mercado de pilotos da próxima temporada tem os seus futuros anunciados - e nenhum deles fará a dança das cadeiras começar. É uma tendência ou vimos duas exceções?
Parece ter ficado bem claro que é uma tendência. Tanto Webber como Massa eram os únicos pilotos que tinham contratos terminando no final desta temporada dentre todas as quatro equipes grandes da categoria - Red Bull, Mclaren, Ferrari e Mercedes -, e eram os elos mais suceptíveis aos rumores. Os rumores vieram. A saída de Webber da Red Bull era certa e Kimi Raikkonen, que corre no WRC sob as cores da marca dos energéticos, já tinha contrato assinado para 2011 com a equipe. E Massa não tinha melhor sorte, podendo ser substituído por Robert Kubica, Sebastian Vettel ou até mesmo Lewis Hamilton, que estaria desgostoso com a chegada de um companheiro de equipe forte para a sua Mclaren. Pois bem. Nada disso se confirmou. Os resultados vieram - com Webber tendo vencido duas provas e Massa tendo alcançado dois pódios no ano. E a assinatura de contrato de ambos surge para dar fim às especulações que já começavam a pipocar por aí.
O fato é que o mercado deste ano tende a não ter grandes novidades. Há um nome se destacando. É Robert Kubica, que tem contrato de um ano - renovável por mais um - com a Renault. Porém, o que se diz é que existem cláusulas de performance no contrato do polonês -tipo colocação no Mundial de Construtores, por exemplo - e a Renault as tem cumprido. Assim, quem tem a opção de escolher se quer seguir com a parceria ou não é a Renault - e, obviamente, a equipe vai escolher seguir com o seu primeiro piloto, já que também não existirão outras escolhas melhores no mercado.
O nome de Kimi Raikkonen também foi ventilado para uma volta para a categoria depois de um ano sabático no Mundial de Rali, o WRC. Porém, o finlandês, apesar de ainda não ter alcançado resultados expressivos na categoria, parece muito mais feliz aprendendo a domar os monstros de tração nas quatro rodas do que parecia quando estava entre os primeiros na F-1. O fato é que Kimi foi para o WRC consciente das dificuldades de adaptação à categoria e, de forma sábia, tem usado este ano como preparação para lutar por vitórias no próximo ano, se aproveitando das mudanças na categoria. A Fórmula 1? É passado.
Mesmo entre as equipes menores, a possibilidade de mudanças parece pequena. Vitaly Petrov tem feito uma temporada regular pela Renault, o que pode facilitar a obtenção de patrocínios e reduzir a exigência financeira da equipe. A classe média do grid - Williams, Force India e Toro Rosso - se não está sorrindo de orelha a orelha com suas duplas, pelo menos também não parece inteiramente decepcionada com elas. Talvez o italiano Vitantonio Liuzzi e o suíço Sebastien Buemi tenham que mostrar mais se quiserem manter seus postos no ano que vem, mas também não são uma decepção completa.
Talvez a coisa fique mais complicada no andar de baixo da categoria. Mas, mesmo assim, não parece nada de outro mundo, se considerarmos que estamos apenas completando o primeiro terço de campeonato. Se Lotus e Virgin parecem estáveis, o mesmo não se pode dizer de Sauber e Hispania. A Sauber teve problemas de confiabilidade num momento que esperava aparecer e atrair patrocinadores, não obteve resultados e não se acertou financeiramente. A sorte é que o carro parece mais confiável neste momento da temporada, mas é uma equipe que deve ter nova direção na próxima temporada - os rumores de uma fusão com a ART crescem a cada dia. Já a Hispania... Se não sumir ainda neste ano, o que parece algo bem factível - Bernie Ecclestone disse que a equipe só tem dinheiro para ir até o fim da temporada europeia -, deve ter problemas no ano que vem. Daí, a eleição de duas equipes na concorrência em aberto para a 13ª vaga de equipe da Fórmula 1 para a temporada 2011 - na vaga não ocupada pela USF1 - não seria surpresa...
No fim, a tendência é que tenhamos neste final de ano um dos mercados mais frios dos últimos tempos, sem mudanças significativas nas duplas de pilotos nos dois principais estratos da categoria - e, no mais baixo, as novidades se resumiriam às vagas abertas pelas entradas de novos donos nas equipes.
A 13ª equipe...
As inscrições estão abertas até o próximo dia 21. Segundo a imprensa europeia, há uma procura considerável, já havendo mais de dez inscritos neste processo. Nomes como Stefan GP - equipe sérvia que participou da última concorrência -, Durango, Epsilon Euskadi, ART - equipes tradicionais nas categorias escola da F1 - e a Cypher - mais uma tentativa norteamericana - estariam na disputa. Espera-se que a FIA utilize critérios mais sensatos do que os da última concorrência, sob o risco de banalizar esta forma de escolha...
GP do Canadá
A F-1 volta às pistas neste final de semana de abertura da Copa do Mundo. Agora, do lado de cá do Atlântico, para a disputa da etapa canadense da categoria. É a volta, depois de dois anos de ausência, da F-1 a um de seus palcos mais populares, o circuito Gilles Villeneuve - situado na Ilha de Notre-Dame, na cidade de Montreal.
Horários do GP do Canadá:
Treinos livres (sexta, 11/06)
Sessão 1: entre 11h e 12h30
Sessão 2: entre 15h e 16h30
(sábado, 12/06)
Sessão 3: entre 11h e 12h
Classificação (sábado, 12/06)
Começa às 14h
Corrida (domingo, 13/06)
Largada às 13h (70 voltas)
(treinos livres passam ao vivo no Sportv2. Classificação e corrida, ao vivo na TV Globo)
Copa do Mundo
Uma curiosidade envolvendo a Copa do Mundo e o GP do Canadá é que a partida que acontece logo após a corrida de domingo é Alemanha contra Austrália, justamente as nacionalidades de Sebastian Vettel e Mark Webber, os pilotos da Red Bull. Outras partidas que acontecerão nos mesmos dias de corridas duas oitavas de final - que coincidirão com a data do GP da Europa - e a final, que coincidirá com a final da Copa.
24 horas de Le Mans
Neste final de semana também acontecem as tradicionalíssimas 24 horas de Le Mans que, cada vez mais, tem sido palco do domínio dos motores turbodiesel. Os favoritos à vitória são os eficientíssimos Peugeot 908 TDi, que competirão com três trios pela equipe oficial (Pedro Lamy/Sebastien Bourdais/Simon Pagenaud, Alexander Wurz/Anthony Davidson/Marc Gene e Franck Montagny/Stephane Sarrazin/Nicolas Minassian) e mais um da equipe Oreca (Olivier Panis/Nicolas Lapierre/Loic Duval).
Já a Audi tenta evitar que o domínio dos 908 vire uma dinastia. Para isso, leva os R15 para tentar evitar a segunda vitória consecutiva dos franceses - também com três trios (Allan McNish/Tom Kristensen/Dindo Capello, Bénoit Treluyer/Andre Lotterer/Marcel Fässler e Romain Dumas/Mike Rockenfeller/Timo Bernhard). No primeiro treino preparatório, deu Peugeot com alguma folga. Mas treino é treino e corrida é corrida - 2008, quando os franceses eram favoritos mas a Audi levou - é a prova disso.