No dia 9 (dia das mães aqui em nossas bandas, como também em países como EUA, Itália e Japão), com o Grande Prêmio da Espanha, a Fórmula 1 começa a temporada europeia. Nunca é demais lembrar: é a sequência de nove etapas e cinco meses no continente europeu, casa e berço da principal categoria do automobilismo mundial.
Mesmo com o continente asiático aumentando a sua participação na Fórmula 1, a Europa ainda é o continente que recebe o maior número de etapas do campeonato, com nove das 19 corridas (a Ásia tem sete etapas, a América tem duas e a Oceania uma). E, justamente por isso, a fase europeia do campeonato é considerada como a principal da temporada, já que é o momento em que em que se consolidam as posições das equipes, em que patamar elas chegam, e até onde elas sonham em chegar.
A temporada europeia marca, também, o início de uma nova fase da Fórmula 1 2010. Nas quatro etapas que tivemos na primeira perna oriental da temporada (Bahrein, Austrália, Malásia e China), três pilotos de três equipes diferentes levaram seus carros à vitória. Fernando Alonso da Ferrari, Jenson Button da Mclaren e Sebastian Vettel da Red Bull venceram, sendo que o Button tem duas. E, justamente por ter vencido os dois GPs mais complicados e traiçoeiros do ano, aqueles em que as condições mais variaram, o inglês chega à Europa como o líder do campeonato.
O Circuit de Catalunya não é nenhuma novidade para o circo da Fórmula 1. Pelo contrário. É a pista na qual pilotos e equipes mais andam em toda a temporada e também é a base de treinamento das equipes na pré-temporada - já que é considerada uma pista completa, com curvas de alta, média e baixa velocidades e retas das mais variadas distâncias, que exigem um acerto perfeito para as mais diversas situações. Justamente pela grande quilometragem adquirida nos testes por lá, os pilotos conhecem a pista de ponta-a-ponta. Assim, a pista acaba virando um ótimo termômetro para sabermos qual a real divisão de forças da categoria, ainda mais agora que muitas equipes desembarcarão em Montmeló com novidades em seus carros.
Por outro lado, a pista catalã não permite muitas ultrapassagens, não sendo um palco dos mais profícuos para corridas emocionantes, se tornando uma das pistas menos apreciadas pelos espectadores. Há dois fatores que provocam isso. O primeiro é falta de pontos de ultrapassagem. Existem duas longas retas terminadas em fortes freadas. Mas não geram tantas ultrapassagens. O problema é que estas retas são precedidas por curvas de alta velocidade, o que, devido à turbulência gerada pelos carros da categoria, complica a aproximação dos carros em busca de uma ultrapassagem. Não ajuda muito o fato da pista ser um tanto estreita - largura média de 12 metros.
A outra causa do público em geral não gostar da pista é a falta de variáveis que podem mudar a história da corrida. Por exemplo, tradicionalmente não chove na etapa espanhola. Em 19 GPs disputados na pista catalã, choveu apenas em duas oportunidades (1992 e 1996). São fatores que tornam a etapa extremamente previsível. Uma pista que todo mundo conhece de ponta a ponta, em que é praticamente impossível de ultrapassar e, por fim, que raramente não chove. É o que faz imaginar uma corrida extremamente previsível, para o desespero dos torcedores. Por isso mesmo, um momento raro pode acontecer neste final de semana, já que a previsão do tempo indica boa possibilidade de chuva para a corrida. Seria o início de temporada mais chuvoso desde 1993, que teve chuva em quatro dos cinco primeiros finais de semana daquela temporada.
Esta que foi justamente a condição em que Jenson Button venceu duas vezes no ano. Só isso faz de Button o único favorito à vitória? Claro que não dá para afirmar isso, ainda mais se considerarmos que as vitórias do inglês foram alcançadas porque arriscou mais na hora das estratégias. Mas, claro, ele aparece como um dos favoritos se a situação for esta, já que é um dos bons pilotos sobre pista molhada da categoria.
Pode não ser o cenário ideal para a Red Bull, que se mostrou muito mais forte no calor - andando muito bem no Bahrein e na Malásia, quando tivemos corrida sob tempo quente. Mas, também sob chuva, os touros vermelhos foram bem na classificação da Malásia, quando Mark Webber marcou a pole naquela ocasião. A Ferrari é outra equipe a ser considerada, ainda mais porque é o evento que acontece no país de seu patrocinador principal e de Fernando Alonso. Porém, os problemas de confiabilidade nos seus motores tem sido fonte de dores de cabeça para os italianos. A Mercedes apresenta uma versão revisada de seu chassi e promete fazer com que Michael Schumacher, por enquanto, a decepção da temporada, apresente desempenho condizente com o seu retrospecto de heptacampeão mundial.
Enfim, parece que teremos um GP da Espanha diferente do que se tem visto nos últimos anos. Um alento para os que não gostam nada das corridas definidas no sábado, durante a classificação.
Horários do GP da Espanha:
Treinos livres (sexta, 07/05)
Sessão 1: entre 5h e 6h30
Sessão 2: entre 9h e 10h30
(sábado, 08/05)
Sessão 3: entre 6h e 7h
Classificação (sábado, 08/05)
Começa às 9h
Corrida (domingo, 18/04)
Largada às 09h (66 voltas)
(treinos livres passam ao vivo no Sportv. Classificação e corrida, ao vivo na TV Globo)