Procura em baixa, oferta em alta. As montadoras estão investindo em promoções e os financiamentos sem juros são a coqueluche da vez. A Peugeot, por exemplo, vende o médio 307 com 50% de entrada e o saldo em até 36 parcelas. O mesmo fez a Audi com o A3 Sportback. O hatch importado pode ser quitado em até 24 meses com os 50% de entrada. Exemplo também é a Hyundai, que vende toda a sua linha no mesmo plano de metade no ato e o restante em 36 vezes.
É clara a preocupação das montadoras com as quedas nas vendas registradas no final do ano passado, fruto da crise econômica mundial provocada justamente pela facilidade do crédito. A marca das quatro argolas, por exemplo, espera aumentar em 20% as vendas do A3 até o final de fevereiro.
Tudo muito fácil de comprar, não é? Mas aí é que mora o perigo. O primeiro problema já está na avaliação do seu usado. As lojas estão pagando bem abaixo da tabela FIPE para ter margem de lucro na venda do carro. Alguns modelos, como importados mais antigos, nem estão sendo aceitos em algumas lojas. Há concessionárias que não pegam nenhum tipo de veículo como entrada.
O outro problema está no juro oculto. Funciona da seguinte forma: à vista, o carro tem um valor. Mas, se for financiado, o preço dá um salto. Os vendedores justificam dizendo que se trata de um desconto para o automóvel pago à vista, mas trata-se mesmo é de juros para o financiamento.
Em um caso pesquisado, um utilitário esportivo estava sendo oferecido por R$ 102 mil à vista. Parcelado, o preço saltava para R$ 120 mil, com 50% deste valor no ato. Para parcelar a outra metade, é preciso incluir R$ 800 de TAC (Taxa de Abertura de Crédito). No final de tudo, temos R$ 18 mil de juros, ou seja, 2,15% ao mês. Quando a esmola é demais, o santo desconfia...
0 a 100 km/h
- A temporada de lançamentos começou. A Peugeot lançou - finalmente - a versão aventureira da perua 207, a
Escapade. Nesta semana, foi a vez da Citroën inaugurar com o C4 Picasso. Já na outra, a GM aposta em uma versão mais barata do Captiva, chamada de Ecotec.
Fernando escreve às quartas