No final da semana passada, estive na
Argentina a trabalho. Rodei cerca de 300 km próximo a San Carlos de Bariloche e pude perceber algumas diferenças no comportamento dos motoristas argentinos e brasileiros.
A economia do país vizinho não anda muito bem. A moeda está desvalorizada frente ao Real, a inflação está a níveis alarmantes - que segundo estudos de economistas locais, varia de 15 a 18%, deixando o país em terceiro lugar atrás somente do Congo e da Venezuela -, e o desemprego bate à porta de muita gente, 8,9% da população em 2008. Apesar disso, é um povo culturalmente mais evoluído que nós e uma das provas disso é o número de livrarias. Só em Buenos Aires, a capital, com 3 milhões de habitantes, tem mais lojas do tipo que em todo o Brasil, 3.200 contra 2.800, segundo o ministério da cultura de cada país.
É claro que este fato se reflete ao volante. Os carros são antigos, muitos não estão em bom estado de conservação, mas a maioria dos condutores, no entanto, dirige com responsabilidade e respeito. Os veículos mais lentos, sempre que possível, dão passagem aos mais rápidos. Quase todos sinalizam antes de efetuar uma manobra e não vi nenhum erro homérico por parte dos motoristas portenhos.
Além disso, andando pela capital do país, pude notar que há poucos motociclistas e os que existem simplesmente não andam no corredor. Na fila do pedágio, eles ficam na faixa como qualquer outro veículo.
De tudo isso, consigo tirar uma conclusão: com um pouco de educação e respeito ao próximo, teríamos um trânsito muito mais tranquilo. As pessoas não andariam tão estressadas e muitos problemas seriam evitados. O exemplo está aí do lado e não é nada difícil repetir.
0 a 100 km/h
- Apesar dos muitos carros velhos que rodam na Argentina, alguns outros modelos nem temos no Brasil. Um deles é o Chevrolet Aveo, um sedã um pouco menor que o Astra. O carro é bonito e caiu no gosto dos taxistas.
- Por falar nos motoristas da praça, rodei cerca de meia hora de táxi em Buenos Aires. Pedi para ele me levar a um restaurante, mas ele não achou e precisou dar algumas voltas. Na hora de pagar, o que deu um valor baixo se comparado ao mesmo serviço em São Paulo, ele me deu um desconto de um terço do valor do taxímetro. Assumiu a culpa por não achar o endereço. Se fosse aqui...
Fernando escreve às segundas