iCarros - Você está há aproximadamente sete anos na Fiat. Como analisa o papel da internet, tanto nas vendas de carros como em publicidade, da época em que entrou em comparação aos dias atuais?
JB - Mudou completamente. A internet era mais focada em informações e agora é totalmente interativa. Hoje, a web é voltada para a história do internauta. É ele quem está criando o conteúdo, não só as empresas.
iCarros - E daqui para frente? Você vê mudanças no papel da web como mecanismo de compra por parte do cliente?
JB - Hoje temos participação em redes sociais e blogs. A informação saiu da mão das empresas e da imprensa. Não são mais apenas os jornalistas que informam. Muitos internautas estão buscando outros formadores de opinião. Já convidamos blogueiros para eventos e ações, mas acho que as empresas ainda não estão preparadas adequadamente para isso.
iCarros - Qual a preocupação da Fiat em relação a este cliente “conectado”, que estuda e conhece o carro por inteiro antes de ir à concessionária?
JB - Isso já acontece há algum tempo. A rede de concessionárias era focada em informação e negociação. Hoje, o consumidor conhece o produto online e faz até a simulação do financiamento. Então, ele não precisa mais do vendedor tradicional. Só vai à concessionária para sentir o cheiro de carro novo e fechar o negócio.
iCarros - A Fiat atua em redes sociais?
JB - Sim. O Linea foi mostrado em um blog um mês antes do lançamento oficial. Em 2007, lançamos o Punto em um site móbile. Antes disso ainda, em 2004, fizemos um jogo via Orkut para mostrar o Idea. Vamos fazer uma ação da Strada Cabine Dupla no Twitter.
iCarros - A Fiat possui uma gama de modelos no Brasil que acabou de receber mais um integrante, um sedã médio. Como você enxerga o fato de ela não participar de mercados importantes no País, como o de utilitários e picapes?
JB - Mesmo não participando destes segmentos, possuímos 25% deste mercado. Isso mostra como ainda temos grandes oportunidades pela frente.
iCarros - Qual o foco dos investimentos publicitários da Fiat na internet? Quem a marca busca?
JB - Cada vez mais, a internet tem crescido no mix de marketing. Buscamos o consumidor que já conhece a marca via web. A TV e a mídia impressa conta que o carro chegou às revendas, mas é na internet que damos mais detalhes daquele modelo. O site da Fiat tem 2 milhões de visitantes únicos por mês que ficam, em média, 12,5 minutos navegando. Isso significa que ele fica mais tempo em contato com a marca pela internet que pela televisão.
iCarros - Recentemente, a Fiat adquiriu a Chrysler. Isso vai repercutir de alguma forma na imagem da empresa na América do Sul?
JB - Vai repercutir no mundo todo, mas na América do Sul vamos continuar focados na marca Fiat. A Chrysler está sendo pensada separadamente.
iCarros - Apesar de você não atuar no mercado dos Estados Unidos, quais as principais diferenças que acredita ter os consumidores brasileiros dos norteamericanos?
JB - Eles estão acostumados com carros e motores grandes. Lá tudo é diferente, inclusive o processo de compra. Só agora é que estão preocupados com a questão ambiental e, por isso, mais interessados em compactos como o 500. Felizmente, no Brasil, já estamos bem adiantados nesta questão com os motores bicombustíveis.
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