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Tudo sobre motor: tipos e características

Motor flex, turbo, 8V ou 16V, em "V", boxer... conheça as características e entenda o "downsizing"

26/01/2016 - Redação / Foto: iCarros / Fonte: iCarros

O que é o motor?
Motor é o nome dado para o equipamento responsável por transformar energia em movimento do veículo em que está instalado. No caso dos carros e demais veículos, o motor é denominado “de combustão interna”, pois transforma a queima de combustíveis em seu interior em movimento.

Quais são os tipos de motor usados nos veículos?
Ao longo dos anos, diversos tipos de motores foram usados nos carros, como os 2 tempos, Wankel e até mesmo motores a jato, como nos aviões. Porém, hoje em dia os mais usados são os motores de ciclo Otto e os de ciclo Diesel. O primeiro utiliza combustíveis como gasolina ou etanol para gerar a queima. O segundo, como o nome diz, utiliza apenas diesel. Ambos podem ser considerados de 4 tempos

O que é necessário para o motor funcionar?
Independentemente do tipo de motor, todos precisam dos mesmos elementos: ar, combustível e um gatilho para a explosão. Nos motores Otto, esse gatilho é fornecido pela vela, que solta uma faísca dentro do cilindro e gera a explosão. Nos a diesel, tal explosão é gerada pela compressão dos gases dentro do cilindro e pela temperatura elevada.

Por que se diz que o motor é de quatro tempos?
Quando se fala que um motor é de quatro tempos significa que a unidade motriz cumpre quatro etapas básicas para gerar energia. A admissão é a primeira, na qual a mistura de ar e combustível entra no cilindro por meio das válvulas de admissão. A segunda é a compressão, na qual o movimento para cima do pistão no cilindro comprime ao máximo a mistura. A explosão é a terceira. Nela, o gatilho gera a detonação. Com a decorrente expansão dos gases dentro do cilindro o pistão é forçado a descer e isso gera a energia que vai, por sua vez, para as bielas, virabrequim, câmbio, diferencial e rodas, nessa ordem. Os gases que sobram da explosão são expelidos na etapa de escape. Após o pistão ter descido ao seu ponto mais baixo, ele volta a subir e, com as válvulas de escape abertas, expele os gases para o escapamento.

Por que um motor a gasolina não roda com etanol, ou vice-versa?
Gasolina e etanol são dois combustíveis que podem ser utilizados em motores de combustão interna, mas possuem propriedades muito diferentes entre si. O derivado de petróleo consegue se vaporizar e, portanto, misturar melhor com o ar em temperaturas mais baixas, enquanto o etanol precisa estar mais aquecido para chegar ao mesmo patamar de capacidade mistura. É por causa disso que os carros flex possuem sistema de partida a frio, seja misturando um pouco de gasolina de um tanque auxiliar ou pré-aquecendo o etanol.

Além disso, a gasolina se for muito comprimida dentro do cilindro pelo pistão pode detonar antes de a vela enviar a fagulha, ocasionando a pré-ignição (popularmente chamada de batida de pino. Já o etanol pode ser mais comprimido sem detonação. Quanto mais comprimida for a mistura dentro do cilindro antes da ignição, melhor. Por isso, antigamente, quando não havia flex, os carros movidos a etanol conseguiam gerar mais potência, a diferença poderia chegar até 10 cv dependendo do motor.

Para definir o quando o pistão consegue comprimir a mistura dentro do cilindro é utilizada uma razão chamada taxa de compressão, medida resultante da divisão entre o volume do cilindro em sua posição mais baixa (PMI, ou Ponto Morto Inferior) e na posição mais elevada (PMS, ou Ponto Morto Superior). É por causa dessas diferenças de propriedade que, caso seu carro não seja flex, o veículo não pode rodar com o combustível trocado (etanol num motor apenas a gasolina, por exemplo).

Então como o motor flex funciona?
Para que seja possível um motor rodar com etanol, gasolina ou qualquer proporção de mistura entre ambos, existe um processamento dos sensores do sistema de injeção eletrônica para determinar o combustível que está entrando no motor para fazer os ajustes necessários.

A sonda lambda, que faz a leitura dos gases provenientes da combustão, consegue determinar qual combustível, ou qual proporção entre os combustíveis, está em uso apenas pela leitura do que é expelido para o escapamento. A partir daí, envia um sinal para a central eletrônica que ajusta a quantidade de combustível a ser injetada, a quantidade de ar ideal e o momento mais eficiente para que a vela detone a mistura. Nos carros mais modernos, há um sensor no tanque de combustível que passa uma baixa corrente elétrica. Por meio da diferença entre a resistência elétrica da gasolina e do etanol, a central eletrônica já sabe que combustível ou proporção de combustíveis está sendo usada.

Além disso, para um motor ser flex, é necessária a utilização de uma taxa de compressão intermediária, que permita o uso de gasolina sem pré-detonação e o uso de etanol de maneira minimamente eficiente. O lado negativo é que essa taxa de compressão no meio do caminho não permite um ganho expressivo de potência rodando com etanol e sacrifica o consumo com gasolina.

Qual a diferença de um motor 8V para um 16V?
Quando se diz que um motor é 8V ou 16V, o número se à quantidade total de válvulas no motor; 8V significa que existem duas válvulas por cilindro, uma de admissão e outra de escape. Nos 16V são quatro por cilindro, geralmente duas de admissão e duas de escape.

Na prática, a diferença está na resposta do motor. Enquanto os motores de duas válvulas por cilindro têm por característica entregar mais torque em baixa, os multiválvulas (mais de duas por cilindros) rendem melhor em regimes mais altos de rotação.

Isso se deve à quantidade de mistura ar-combustível que entra na câmara de combustível. Nos multiválvulas, admite-se mais do que o ideal em baixas rotações e o motor não rende tão bem quanto o de duas válvulas por cilindro. A proporção ideal entre a mistura ar-combustível admitida e o volume do cilindro é chamada de razão estequiométrica.

Quais os tipos de motor de acordo com a alimentação?
Aspirado: quando o ar é puxado para dentro do motor usando a apenas o vácuo gerado pelo movimento dos cilindros.

Sobrealimentado: quando há um equipamento específico para forçar a entrada de mais para dentro do motor. Os dois principais equipamentos para sobrealimentar o motor são o turbocompressor e o compressor de ar mecânico.

Quais os tipos de motor de acordo com a disposição de cilindros?
Em linha: quando todos os cilindros de um motor estão dispostos lado a lado em linha reta.

Em “V”: quando há duas bancadas de cilindros em linha dispostas em ângulo (daí o apelido V) unidas apenas pelo virabrequim.

Em “W”: mesmo princípio do V, mas com quatro bancadas de cilindros, ou dois V, daí o nome W.

Boxer: quando os cilindros do motor estão posicionados de maneira contraposta

Quanto maior o motor melhor o desempenho?
Não necessariamente. Com o advento do downsizing, que utiliza técnicas de sobrealimentação para se extrair mais força de motores de menor cilindrada, é possível que motores 1.0 turbinados tenham mais potência que propulsores do passado com o dobro da capacidade cúbica.

Para não sacrificar tanto a durabilidade do motor, as montadoras lançam mão de peças mais resistentes como bielas forjadas e juntas de motor em materiais como kevlar. Tudo para fazer com que o propulsor gere mais força e dure mais.

Que óleo eu uso no meu motor?
A lubrificação do motor influencia diretamente na durabilidade e no funcionamento do propulsor. Ao menos que o seu carro tenha alguma modificação de performance o melhor óleo para seu veículo é aquele indicado pela montadora no manual do proprietário.

A qualidade do combustível influencia na durabilidade do motor?
Sim. Um combustível de má qualidade geralmente tem solventes na composição e esse tipo de material pode corroer (no caso de peças de metal) ou ressecar (mangueiras e borrachas) tudo o que tocar. Desde o tanque até as válvulas, passando pelas linhas de combustível, bomba e injeção.

Motor tem garantia de fábrica?
Sim e ela independe da garantia do carro. Geralmente as montadoras separam a garantia em Total (todos os componentes do carro), Carroceria (contra corrosão) e Motor e Câmbio. Muitas vezes o prazo de garantia é o mesmo para todas as opções, mas é possível que haja diferença então é melhor pesquisar sobre o período de garantia especificamente do motor antes de fechar uma compra.

Como lavar motor corretamente?
Se possível, o ideal é não lavar o motor, pois a água pode degradar componentes eletrônicos. Se não, use água com pouca pressão e mantenha o jato longe da caixa de fusíveis, velas, entrada de ar e outros componentes elétricos no cofre do motor. Evite também o uso de produtos adstringentes como Diesel, por exemplo, para evitar que borrachas e mangueiras do motor se ressequem.

10 coisas que você precisa saber sobre motores

1. Existem outros tipos de motores de combustão interna além dos Otto e Diesel, como os Atkinson e o Wankel;

2. O Atkinson é basicamente um motor Otto, mas que permite que o virabrequim gere energia por um tempo maior que no Otto;

3. O Wankel é um motor também de quatro tempos, mas usa uma peça triangular giratória no lugar de bielas, pistões e virabrequim para cumprir as etapas de admissão, compressão, explosão e exaustão;

4. Dificuldade na partida, consumo elevado e funcionamento irregular são sinais de que seu motor ou algum de seus componentes apresenta defeito. Procure um mecânico de confiança;

5. As peças básicas para o funcionamento do motor são o pistão, a biela, o cilindro ou cilindros, virabrequim e válvulas. Itens como bombas de combustível e de água, radiador e comando de válvulas estão presentes em motores de ciclo Otto com refrigeração a líquido;

6. Motores turbo utilizam a alta velocidade dos gases que saem do escape para girar as pás de uma turbina. Do outro lado da peça, ligada por um eixo, fica outro conjunto de pás rotativas que força uma maior entrada de ar para admissão permitindo a geração de mais potência;

7. Por sua vez, os compressores de ar são acionados por correia, que é ligada na polia do virabrequim. Sua principal característica é não ter a hesitação do turbo para começar a gerar potência;

8. Serviços feitos no motor em garantia, mas fora da rede credenciada de concessionárias da montadora geralmente invalida a garantia do propulsor;

9. Os principais sinais de que o combustível usado foi adulterado são: funcionamento irregular do motor, marcha lenta oscilante, dificuldade de partida e consumo elevado;

10. O advento do turbo, capaz de extrair mais potência de um motor, foi um dos itens que permitiu o dowsizing, pois com ele era possível ter um motor pequeno com a mesma potência e torque de um equivalente de maior cilindrada sem sobrealimentação.

 

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