Depois de lançar uma
linha de acessórios antes mesmo de o carro chegar às revendas, a Honda apresentou oficialmente a nova geração do CR-V. O modelo nascido como SUV em 1997 se transformou em um crossover (carro que mistura dois ou mais tipos de carroceria em sua concepção), 15 anos depois. Mais de 65% das peças são novas e, em relação ao visual externo, não há mais nada em comum com o antecessor.
Para a linha 2012, o Honda CR-V ganhou cinco cavalos de potência e agora tira 155 cv do motor 2.0 a gasolina de quatro cilindros. A novidade, porém,é o câmbio, que tem opção de caixa manual de seis velocidades, além da automática de cinco. São três versões disponíveis, começando pela LX 4x2 manual por R$ 84.700, LX 4x2 automática por R$ 87.900 e a topo de linha EXL 4x4 automática por R$ 103.200.
CR-V cresce por dentro
Com 1,65 metro de altura, ele está com melhor eficiência aerodinâmica, o que ajuda no consumo de combustível e começa a deixar para trás o estigma de utilitário esportivo beberrão. A largura e a distância entre-eixos, 1,82 m e 1,65 m, na ordem, são as mesmas do antigo CR-V, mas, com a realocação do banco traseiro, há mais espaço interno, mesmo com o carro sendo mais baixo. A fileira traseira de bancos se rebate ao puxar de uma alavanca, com uma praticidade de dar inveja a muitas minivans: com um movimento, o assento levanta, o apoio de cabeça se abaixa e o encosto desce. O porta-malas leva 589 litros.
De série, todos os CR-V entregam rodas de liga-leve de 17 polegadas, ABS, airbag duplo frontal, ar-condicionado, acendimento automático dos faróis, display multifuncional, câmera de ré e rádio com entradas auxiliar e USB. A versão EXL acrescenta mimos como teto-solar, assistente de partida em aclives, farol de neblina, sensor de chuva, bancos em couro, ar-condicionado digital de duas zonas, airbags laterais e frontais de cortina. Os motores de todos os modelos também ganharam a função ECON, que estreou no Civic; o sistema gerencia o propulsor para mais economia e melhor desempenho por meio do controle do ar-condicionado e da relação de marchas.
Vários em um
A Honda alardeou a troca de segmento do CR-V que, de agora em diante será tratado como um crossover. Para isso, não bastam modificações no visual do carro. Após o primeiro contato ao volante, foi possível concluir como a mudança de proposta mundou também o comportamento do lançamento. A carroceria transmite mais rigidez e torce menos nas curvas. Não que o CR-V tenha pretensões esportivas, mas está mais estável que a geração anterior.
O conforto não ficou de lado e o conjunto da suspensão absorve bem as imperfeições do asfalto. A única ressalva fica para as colunas dianteiras, largas, que atrapalham um pouco a visibilidade. Por dentro, a impressão geral é de solidez, com peças bem encaixadas. A direção, com assistência elétrica progressiva, ajuda nas manobras em baixa velocidade. Na versão equipada com tração integral, as rodas traseiras só recebem potência quando as dianteiras perdem tração. É uma maneira mais cômoda e econômica de cumprir o fora-de-estrada.
Com a nova geração do CR-V, a Honda quis juntar SUV, sedã e minivan num mesmo pacote. Uma receita perigosa, que pode levar a um desafio cujo qual o veículo pode não cumprir bem nenhuma das propostas. A sabedoria oriental, no entanto, tratou de aparar as arestas entre carrocerias tão diferentes e o resultado é um carro que mudou para melhor, sem deixar para trás sua origem.
Teste drive a convite da Honda