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Kia Soul: uma caixa de surpresas

Crossover da Kia une singularidade, esportividade e conforto em um formato bastante inusitado

22/03/2010 - Texto e fotos: Anelisa Lopes / Fonte: iCarros

Exquisite, em inglês, significa algo picante ou intenso. Assim como diversos vocábulos, faz parte de um grupo de palavras denominado falso cognato, ou seja, que possui a mesma origem e grafia semelhantes, mas com significados distintos em diferentes idiomas. O Kia Soul, esquisito em um primeiro momento, transmite outro significado após uma breve estudada.

“Parece uma bota ortopédica”. O comentário do manobrista soou engraçado. Concebido como “carro design”, o Kia Soul tem mais que um formato inusitado; é dele a missão de fincar os pés da Kia no Brasil e criar admiração da marca entre o público jovem. Se ela está sendo cumprida ou não – afinal, José Luiz Gandini esperava vender 3.000 unidades do carro no ano passado, quando foram comercializadas 2.009 -, o fato é que o Soul agrada aos olhos e ao corpo. Preço? A partir de R$ 53.600.

O modelo é uma mistura de minivan com hatch, ou seja, um crossover que lembra, sim, uma caixa ou uma bota. Por dentro, é espaçoso (2,55 metros de entre-eixos), com destaque para o assoalho plano, que facilita a entrada e saída dos passageiros, além de deixar as pernas livres e folgadas. O banco traseiro pode ser rebatido, fazendo com que a capacidade do porta-malas vá de 220 a 818 litros (sem contar o compartimento escondido sob o bagageiro).

Nas palavras de um designer

Scion Xb e Nissan Micra seguem a mesma receita: design fora do comum para atingir compradores cheios de personalidade, que buscam formas singulares, modernas e, ao mesmo tempo, esportivas. “O Kia Soul é um daqueles carros que tem uma legião de apaixonados e outra, na mesma proporção, que o odeiam. Desenho polêmico, mas, sem dúvida, instigante”, avalia o mestre em design e colunista do iCarros Mário Valiati.

Seguindo a definição do designer, é difícil encontrar alguém que veja o carro e não tenha vontade de conhecê-lo por dentro. “Os detalhes são corriqueiros, mas juntos, o fazem um carro novo, com proporções corretas”, diz. De acordo com ele, a lateral tem uma depressão bem acentuada com vincos delineados, os quais “quebram” a área da lataria harmoniosamente. As abas dos arcos das rodas são bem largas e seguem a proporção da dimensão das rodas e dos pneus. “Na traseira, um misto de simplicidade com ousadia: a tampa retilínea, formando ângulos retos, se destaca, mas para evitar a rigidez da forma, é moldurada pelas lanternas trapezoidais”.

Mecânica satisfaz motorista

Urbano, o Soul tem desempenho agradável e atende às necessidades do motorista que trafega pelos centros urbanos e escapa para viagens nos finais de semana. A dirigibilidade remete aos modelos de origem japonesa, como Honda Fit e Nissan Tiida, em função da direção leve e da suspensão um pouco mais rígida.

Um dos principais diferenciais do Soul é justamente para ser usado no trânsito. Uma câmera instalada na porta do bagageiro (opcional) é responsável por mostrar o que se passa na parte de trás do veículo. As imagens passam no lado esquerdo do retrovisor interno.

O câmbio manual de cinco marchas possui engates precisos e trabalha em sintonia com o motor de 1,6 litro e 124 cv de potência a gasolina. O pecado está justamente aí: mesmo com a flutuação do preço do álcool, seria fundamental a opção do sistema bicombustível, promessa declarada ainda para este ano durante o lançamento do carro.

A direção elétrica assistida aliada à boa posição para dirigir - como no Ford EcoSport, um dos seus principais concorrentes – é mais alta que o tradicional. Apesar da firmeza do conjunto da suspensão, a maior distância do solo - característica positiva para a visibilidade e para ultrapassar valetas - acaba sendo seu calcanhar de Aquiles nas vias esburacadas de São Paulo: o carro balança consideravelmente em função da sua altura.

Na estrada, o 1.6 de 16 válvulas faz o carro retomar velocidade e embalar facilmente. Ao manter a velocidade média entre 100 km/h e 120 km/h, o conta-giros marca 3.500 rotações, fazendo o ruído do motor invadir a cabine, em função do pouco isolamento acústico.

Veredicto de Anelisa Lopes – sim, o Soul parece ser esquisito, mas a impressão é desfeita na primeira volta com o carro: desempenho que atende às demandas do motorista urbano, acabamento que usa plástico em abundância - mas de qualidade e bem encaixado -, espaço interno abundante, oferta de itens de série (airbag duplo, CD player com MP3, ar-condicionado, vidro, travas e retrovidores elétricos) e, principalmente, a tão almejada dirigibilidade equiparada aos carros de origem japonesa. Somado a tudo isso, há cinco anos de garantia. A primeira impressão tem tudo para parecer falsa. 
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