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Honda CB Twister 250 ou Yamaha Fazer 250?

Com dez anos de estrada, a repaginada Fazer 250 enfrenta a renascida Twister, mas sente o peso da idade

27/11/2015 - Texto: Guilherme Silveira e Arthur Caldeira / (Agência Infomoto) / Fotos: Mario Villaescusa (Agência Infomoto) / Fonte: iCarros

Se você começou a ler esse texto só para saber qual das duas 250 cc anda mais, pode parar por aqui! Saiba que em todas as situações durante a nossa avaliação, a nova Honda CB Twister saiu na frente da Yamaha Fazer 250. Até mesmo em retomadas de velocidade, a nova Honda deixou a veterana Yamaha para trás.

Dada esta informação, que não chega a ser fundamental, o fato é que a Fazer, com seus dez anos de estrada, finalmente encontrou uma concorrente à altura. Embora sinta o peso da idade, o projeto Yamaha ainda oferece características para se manter na briga por mais algum tempo.

Foi isso que mostrou nosso comparativo, quando rodamos com os modelos de 250cc na cidade e por mais de 200 km na estrada, alternado entre rodovias sinuosas de pista simples e largas auto-estradas para avaliar como Fazer e Twister se saíam em diversas situações. Os pilotos também se revezaram ao guidão das motos várias vezes.

Comparativo “estático”

Logo de cara, o modelo 2016 da Fazer Blueflex sai em desvantagem por não trazer a opção de freios ABS. Na “tabela”, a Fazer flexível sai por R$ 13.620, contra R$ 13.050 da nova Honda, também bicombustível, mas sem ABS. Entretanto a unidade da nova CB Twister, avaliada, tinha o sistema antitravamento e o preço sugerido de R$ 14.550.

A repaginada na Fazer para 2016 trouxe novas aletas no tanque e uma moldura no farol, além de um painel inédito. A unidade testada tinha uma bonita cor cinza fosca e grafismos elaborados – mesmo assim, o modelo Yamaha parece um velho conhecido. Já a Twister tem um desenho totalmente novo, inspirado na irmã maior, a CB 500F. O design agressivo é complementado por rodas e pneus mais largos.

Assim como a Twister, a Fazer adotou lanterna traseira com LED, em formato pontiagudo e de boa visibilidade. As duas usam tampas de abastecimento articuladas, tipo “aviação”, e têm bom acabamento, com comandos ergonômicos e simples nos punhos.

Porém, o painel da Honda se sobressai. Maior e escuro como as telas de smartphones, o mostrador da Twister é mais fácil de visualizar os dados. Na Fazer as informações aparecem em preto, com iluminação por LEDs, e a luz “Eco”, que indica pilotagem econômica ao rodar em giros mais baixos – e marchas mais altas. Porém, o painel da Yamaha carece de algum acabamento, e parece ter sido adaptado ali. O mostrador da Twister conta com molduras nas laterais.

Em cima das 250cc

Na Fazer o banco tem formato anatômico – bom para deslocar o corpo em curvas – e é confortável. Porém, a base do tanque mais larga faz com que o piloto rode com as pernas mais abertas. Na Twister, o chassi é mais esguio e os joelhos ficam colados ao tanque. O modelo Honda tem banco mais baixo e um pouco mais “duro”, com 78,4 cm do solo (contra 80,5 cm da Yamaha).

Na Fazer o guidão fica mais para frente; o da Honda, mais recuado, permite uma posição de pilotagem com as costas mais retas. Ambas são motos pouco indicadas para pessoas acima de 1,80 m, mas confortáveis, com uma vantagem para a Yamaha, em função do banco mais aconchegante.

Ciclística

Sistemas de suspensão são semelhantes: dianteira com bengalas telescópicas sem ajustes e balança traseira monoamortecida. Porém, muda bastante os ajustes dos sistemas e a ancoragem do amortecedor traseiro à balança. Enquanto a Yamaha usa um link, a Honda optou por usar duas molas no amortecedor que é fixado diretamente à balança: a mola menor amortece obstáculos menores, e outra mais comprida “segura” os maiores impactos.

Resultado é maior progressividade na Fazer, que pode se mostrar até macia demais. Na Honda, no entanto, se elimina manutenção posterior; tanto a de engraxar os rolamentos do sistema, como de trocá-los.

Nas diversas curvas de raio mais fechado, ambas se mostraram competentes. No entanto, com pneus mais largos (sem câmara e radial) e a suspensão mais rígida, a Honda transmite mais confiança. Porém, a Fazer absorveu desníveis de pista, com mais “maciez” do que na Honda.

Ambas adotam sistemas de freio a disco simples nos dois eixos. Bem modulados, garantem paradas seguras, mas com uma vantagem para a Twister, em função da segurança do ABS e de uma resposta mais instantânea.

Motor: duas ou quatro válvulas?

O comando de válvulas simples acionando quatro válvulas volta a ser usado pela Honda. Antes disso, tanto a antiga Twister de 250 cc como a CB 300, tinham como base o motor de duplo comando DOHC – que rendia melhor em altos giros. O novo motor SOHC da Twister gera potência maior (22,6 cv a 7.500), bem como torque superior, de 2,28 kgfm a 6.000 rpm - ambos usando etanol. Já o Yamaha de duas válvulas rende 20,9 cv a 8.000 rpm e 2,1 kgf.m a 6.500 rpm, também com o combustível vegetal.

Deixando números e medidas de lado, fato é que na prática, o tira-teima foi (em parte) decidido pelo câmbio de seis marchas da Twister, frente as cinco da transmissão da Fazer. Bem escalonada, a caixa da Honda permite acelerar e retomar velocidade de forma mais racional. Muito embora quem não goste de cambiar (e vai fazer uso sobretudo urbano), vai preferir a Fazer e sua boa dose de força nas cinco marchas.

Suave e elástico, o motor da Honda acaba conseguindo entregar a mesma força que a Yamaha. Ou seja, na faixa de uso mais comum na cidade, entre 3.000 e 5.000 rpm, consegue ser tão ou mais esperta que a Fazer, que se mostrou um pouco lenta para ganhar rotação. Ambas pesam 137 kg a seco e são ágeis nos desvios de trajetória e ao transitar em corredores urbanos.

Na estrada

Em rodovias rápidas, a diferença de desempenho chega a ser gritante: a 100 km/h em última marcha, a Fazer está perto de 6.600 rpm, contra 6.000 rpm da Honda. A vibração da Fazer acaba sendo maior, e a moto fica “esgoelada” pela quinta marcha: o corte eletrônico aparece a 147 km/h no velocímetro e 10.000 rpm, porém a velocidade real fica aquém disso. Na CB Tiwster, o corte acontece a 149 km/h e a 10.500 rpm, mas a impressão é de atingir 10 km/h a mais de máxima.

Com diversas trocas de pilotos (os quais tinham variação de 16 kg de peso), a Twister acabou levando a melhor: em diversas passagens feitas na rodovia, o conjunto motor/câmbio da Honda rendeu mais e se mostrou mais disposto em giros altos, deixando a Yamaha para trás.

Com tanques grandes o resultado de autonomia (e consumo) é animador. Na Twister cabem 16,5 litros enquanto a Yamaha tem capacidade para 18,5 litros. Com gasolina, a Twister rodou 33,97 km/litro, enquanto a Fazer chegou a 30 km/litro.

Conclusão

Ao final do comparativo, a nova CB Twister mostrou ser um projeto mais moderno e superior. Tanto visualmente, como pela mecânica mais esperta, acompanhada da caixa de seis marchas. Porém, a Yamaha oferece bastante conforto e excelente desempenho urbano, além de uma mecânica colocada à prova ao longo de uma década de estrada. Entretanto, a Fazer mostrou que já começa a sentir o peso da idade. 

 

 

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Fichas Técnicas

Honda CB Twister ABS

Motor         Monocilíndrico, OHC, quatro válvulas, arrefecido a ar com 249,5, cm³

Diâmetro x curso                 71,0 x 63,0 mm

Taxa de compressão 9.6: 1

Potência máxima 22,4 cv a 7.500 rpm (gasolina) / 22,6 cv a 7.500 rpm (etanol)

Torque máximo 2,24 kgf.m a 6.000 rpm (gasolina ou etanol)

Câmbio seis marchas

Transmissão final Corrente

Alimentação Injeção eletrônica

Partida       Elétrica

Quadro      Tipo diamante em aço

Suspensão dianteira  Garfo telescópico (convencional) com 130 mm

Suspensão traseira mono-amortecida com mola dupla e 108 mm de curso

Freio dianteiro    Disco de 276 mm de diâmetro

Freio traseiro      Disco de 220 mm de diâmetro

Pneus (radial/sem câmara) 110/70-17 (diant.) e 140/70-17 (tras.)

Comprimento     2.065 mm

Largura     753 mm

Altura         1.072 mm

Distância entre-eixos 1.386mm

Distância do solo        192 mm

Altura do assento       784 mm

Peso a seco       137 kg

Tanque de combustível      16,5 litros

Cores        Vermelha (única cor disponível para a versão ABS)

Preço         R$ 14.550

 

Yamaha Fazer 250 BlueFlex

Motor         Monocilíndrico, 249,45 cm³, OHC, duas válvulas, refrigerado a ar

Diâmetro x curso                 74,0 x 58,0 mm

Taxa de compressão 9.8: 1

Potência máxima        20,7 cv a 8.000 rpm (gasolina) / 20,9 cv a 8.000 rpm (etanol)

Torque máximo 2,09 kgf.m a 6.500 rpm (gasolina) / 2,10 kgf.m a 6.500 rpm

Câmbio     Cinco marchas

Transmissão final       por corrente

Alimentação       Injeção eletrônica.

Quadro      Berço duplo em aço

Suspensão        dianteira Garfo telescópico com 120 mm de curso

Suspensão traseira    Balança monoamortecida com 120 mm de curso

Freio dianteiro    Disco de 282 mm de diâmetro

Freio traseiro      Disco de 220 mm de diâmetro

Pneus (diagonal com câmara) 100/80-17 (diant.)/130/70-17 (tras.)

Comprimento 2.065 mm

Largura 745 mm

Altura 1.065 mm

Entre Eixos 1.360 mm

Altura Mínima do Solo 190 mm

Altura do assento 805 mm

Tanque     18,5 litros (4,0 l na reserva).

Peso a seco       137 kg

Preço         R$ 13.620

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