14/09/2020 - Rodrigo França e Luiz Felipe Chaguri / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros
Piloto de Fórmula 1 nas décadas de 1980 e 1990, Roberto Pupo Moreno foi um dos pioneiros em um dos desenvolvimentos tecnológicos mais importantes da categoria e que posteriormente chegaria aos carros de rua. Era o câmbio semiautomático, que foi desenvolvido pelo piloto brasileiro em conjunto com a Ferrari nos testes em 1988, sendo apresentado oficialmente na F1 no carro da equipe italiana em 1989.
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O câmbio daquela época já contava com duas borboletas na parte de trás do volante, que trocavam as marchas eletronicamente, substituindo a tradicional alavanca no formato “H” à direita do volante, utilizada pelos pilotos para trocar as marchas.
Com mais de 70 participações em finais de semana na F1, Roberto Moreno foi o convidado do programada Velocidade iCarros na última quinta-feira (10) e relembrou detalhes desta história.
“O pessoal naquela época estava correndo de (motor) turbo e eu estava desenvolvendo o carro para o ano seguinte (com motor aspirado). Tinha um sistema que se fosse engatar (a marcha) e não engatasse de uma vez, batesse sem engatar. A força era muito violenta, acho que era 70 libras, hidráulica. Daí o que acontecia: desengatava, voltava o sistema eletrônico e engatava de novo. Só que podia bater de novo, parede com parede”, conta Moreno.
“Eu fiz 55 dias de testes, se eu não me engano, comecei em setembro ou outubro até março. Do dia que não funcionava até o dia em que ganhou a primeira corrida no Rio de Janeiro com o Nigel Mansell”, completou.
Moreno também contou que o diálogo com um dos engenheiros da Ferrari foi decisivo para a criação do novo sistema de câmbio da Ferrari 640, que seria pilotada por Nigel Mansell e Gerhard Berger no ano seguinte.
“Eu virei para o Gordon (Kimball – projetista do carro) e falei ‘quando a gente vai enfiar uma marcha e ela não entra, a gente não tira o pé da embreagem um pouco para dar uma girada e engata? Que tal você imaginar isso nesse câmbio aqui?’”, disse Moreno.
“Aquilo perdia muito tempo, não valia a pena correr com um carro assim. Isso às 23h30 de uma terça-feira, eu lembro disso até hoje. Eu falei ‘Gordon, imagina isso. Se eu tivesse dirigindo o carro, eu iria tirar a força. Eu não iria voltar e tentar de novo. Tira essa força um pouquinho’. Cara, foi em cheio”, revelou.
Campeão da Fórmula 3000, atual Fórmula 2, Roberto Moreno esteve na Fórmula 1 entre 1982 e 1995, além de vencer provas na Indy. Em 1989, o brasileiro foi para a equipe também italiana Coloni, já que os dois assentos da Ferrari já estavam ocupados por Nigel Mansell e Gerhard Berger.
Um pouco mais tarde, em 1990, Moreno foi companheiro de equipe de Nelson Piquet, na Benetton. Foi o auge do piloto na categoria, inclusive com um pódio conquistado em Suzuka, no Japão, em dobradinha com Piquet, que venceu a prova que coroou o bicampeonato de Ayrton Senna, após batida com Prost.
Moreno também deu dicas para como seria possível tornar a F1 mais competitiva. Confira tudo no vídeo completo.
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