30/09/2019 - Rodrigo França / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros
Quem analisar a folha de resultados do GP da Rússia de F1 deste ano vai imaginar um amplo domínio da Mercedes: vitória de Lewis Hamilton, com Valtteri Bottas completando a dobradinha em segundo.
Mas foi a Ferrari do terceiro colocado, Charles Leclerc, o grande nome do final de semana – até pelo menos a bandeirada. Depois de conquistar a pole com uma volta impressionante, o monegasco parecia o grande favorito à vitória. Mas seus problemas começaram ainda na largada, por um jogo de equipe que causou polêmica na Rússia.
Para trazer para frente seu companheiro de equipe, Sebastian Vettel, Leclerc facilitou o caminho do alemão na largada. Ele cedeu o vácuo que favoreceu o “salto” de Vettel de terceiro para segundo, ultrapassando Hamilton. A manobra, para ser perfeita, exigiu que Leclerc não fechasse a porta em cima do companheiro de equipe na curva seguinte e, com isso, Vettel assumiu a ponta.
Será que vem aí uma disputa na Ferrari, pensavam os torcedores? Que nada: era tudo combinado com os dois pilotos antes mesmo da corrida. Vettel devolveria a posição e assim a Ferrari caminharia para uma dobradinha e sua quarta vitória seguida, mantendo 100% de aproveitamento desde a volta das férias de verão da F1.
Reclamações no rádio
Só que o plano (que na teoria parecia funcionar bem) não saiu como o esperado. Vettel abriu bastante e argumentou que não poderia ceder de volta o primeiro lugar justamente por Leclerc estar longe. Por outro lado, o monegasco argumentava que a turbulência do carro de Vettel estava prejudicando sua performance – ele queria ter “ar limpo”, como teria se fosse o líder. Este vem sendo um problema constante na F1 que inclusive o regulamento de 2021 deve mudar.
As reclamações ficaram públicas com a divulgação dos rádios, e a equipe teve que consertar a ordem dos dois no pitstop – Leclerc fazendo o “undercut” sobre Vettel (parando antes e assim voltando mais rápido com pneus mais novos e saindo na frente quando o alemão parasse).
Os deuses do esporte, no entanto, parecem não gostar deste tipo de atitude: pouco tempo depois, Vettel parou na pista, abandonando com problema na unidade de potência híbrida. Pior que o abandono, foi ver a entrada do “safety car virtual”, que deu uma enorme vantagem aos pilotos da Mercedes, que puderam parar quanto todo mundo era obrigado a andar mais lento.
Ou seja, Hamilton e Bottas fizeram o pit stop e voltaram à frente de Leclerc. Em uma pista de difícil ultrapassagem, o piloto da Ferrari não podia fazer nada.
Como anda o clima entre os companheiros de equipe?
Na imprensa italiana, dizem que o clima entre os dois companheiros de equipe não anda nada bem. De fato, desde o treino classificatório no GP da Itália, em que Leclerc não deu vácuo para Vettel, os dois parecem ter desconfianças mútuas toda vez que precisam se ajudar.
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No GP da Itália, Leclerc vinha de sua primeira vitória na F1 e obviamente isso traz um novo patamar para qualquer piloto. Assim, fica cada vez mais evidente que a Ferrari tem dificuldade em administrar uma equipe com dois pilotos de ponta que podem ostentar o status de número 1.
Basta ver quando Felipe Massa incomodava Fernando Alonso e o mesmo de Rubens Barrichello sobre Michael Schumacher o quanto o time acabava se complicando em decisões de jogo de equipe que arranham a imagem do time. Nos dois casos acima, basta lembrar o GP da Alemanha de 2010 e os GPs da Áustria de 2001 e 2002, respectivamente.
Talvez a meteórica ascensão de Leclerc não era esperada pela cúpula ferrarista já neste segundo semestre de 2019. Talvez a má fase de Vettel também tenha acelerado este processo – ou pode ser até mesmo uma consequência já desta falta de controle sobre seus pilotos e do ambiente mais conturbado.
O fato é que, no momento que mais precisa de reação, o time italiano titubeou. Com um carro que está se mostrando cada vez mais competitivo em todos os tipos de pista (de alta como Spa e Monza e mais travado como Sochi e Singapura), acabaram vendo Hamilton e Mercedes triunfarem na Rússia. O time já pode ser campeão de construtores no Japão e o inglês pode garantir o hexacampeonato no México.
Para a Ferrari, a melhora no final do ano traz esperanças somente para o campeonato de 2020. Mas como será a administração do duelo entre esses dois grandes pilotos no time?
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