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Como o pit stop mudou a F1 para sempre

Descubra como cada ação é cronometrada dentro do box para que o piloto não perca nem um décimo de segundo

13/09/2019 - Rodrigo França / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros

O nome já diz tudo: pit stop, ou seja, rápida parada em tradução livre. Mas se nos primórdios da F1 a parada ainda levava mais de um minuto, ela foi se aperfeiçoando com a era moderna da categoria, baixando dos 10 segundos nos anos 1980. E foi assim que este processo mudou a F1 para sempre.

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Foi nesta época em que se introduziu o reabastecimento, que garantiu vitórias inclusive para Nelson Piquet na Brabham, precursora do aperfeiçoamento deste tipo de parada.

Colocar combustível no carro, no entanto, foi proibido a partir de 1984 por questão de segurança, depois retornou em 1994 e voltou a ser vetado em 2010. A conta era simples: era mais eficiente sair com o carro leve, abastecer no meio da corrida em uma parada rápida - ainda mais porque não havia nem controle de velocidade nos boxes.

Recorde de pit stop

Para as trocas de pneus, a vantagem também sempre foi fácil de entender: com um composto desgastado, o piloto vira tempos cada vez mais altos, até um ponto em que é melhor perder o tempo entrando no box e calçar novos compostos da Pirelli (fornecedora única da F1). Desta forma, consegue compensar o tempo perdido e até recuperar posições com os pneus novos.

Mas, para que tudo isso fosse possível, foi preciso criar uma linha de produção. Equipes investiram na contratação e formação de mecânicos que fazem “só isso” durante a corrida – colocamos entre aspas para mostrar que são especializados, mas de grande responsabilidade.

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Nos últimos anos, o que era feito em 10 segundos nos anos 1990 passou a ser feito em 2 segundos na F1 atual de forma corriqueira. O recorde, aliás, pertence a Williams em 2016, com o tempo de 1s89 no GP da Europa, no circuito de rua de Baku, no Azerbaijão.

Sangue frio

Durante a corrida da F1 em Paul Ricard, na França, o iCarros teve acesso com exclusividade aos boxes da equipe Haas de F1 para acompanhar de perto o pit stop.

O que mais chama atenção vendo o trabalho que as câmeras de TV não mostram é que o time de 22 mecânicos que trabalha na operação assiste à corrida tranquilamente e só se movimenta com 30 segundos antes da parada. É impressionante ver dois times de futebol se levantando do nada (após ouvirem o chamado no rádio) e se posicionar no exato centímetro designado no pit stop.

Mas, por que fazer isso tão em cima da hora? Haja sangue frio por parte de todos na equipe, aliás – a impressão de dentro do box é que não dará tempo de arrumar tudo até a entrada do piloto. O motivo desta metodologia é simples: concorrência.

A volta em que cada piloto para entrega a estratégia ao adversário, então quanto mais próximo da parada, menos indícios os times entregam sobre sua hora de parar.

Blefe e estratégia

“Se você está disputando uma posição na pista e não consegue parar, antecipar a parada é uma ótima solução”, explica Pietro Fittipaldi, piloto de testes da equipe Haas e da Audi na DTM – categoria onde a parada nos boxes é decisiva.

Este tipo de parada é chamada de undercut - antecipar o pit, colocando pneus mais novos para virar mais rápido que o carro da frente. Quando o adversário parar, 3 ou 4 voltas depois, aqueles 0s5 que o piloto virou mais rápido se transformam em 2 segundos e… pronto, a ultrapassagem está feita!

Não é incomum, inclusive, times blefarem a formação de pit stop para tentar induzir uma equipe a também antecipar a parada. Ferrari e Mercedes que o digam.

Acompanhando o trabalho pré-pit stop dá para ver que cada mecânico é extremamente especializado: ele já sai do box pegando o pneu que será responsável e executa apenas aquela função: tira o pneu e pronto.

Já o outro coloca o novo, enquanto um terceiro trabalha com a pistola. Desta forma, com 3 mecânicos por roda, o trabalho é tão sincronizado que é preciso ver em câmera lenta para entender como cada um faz sua parte de forma precisa.

Pit stop aplicado a empresas

Pensa que só na F1 os décimos de segundo desta linha de produção fazem diferença? Pois a McLaren criou um departamento que aplica esta dinâmica a outras empresas, ajudando-as na economia de preciosos segundos em processos que poupam milhões aos que contratam seus serviços.

Desde uma linha de produção de pastas de dente até o tráfego aéreo do aeroporto de Heatrow, em Londres, um dos mais movimentados do mundo.

“Nós observamos a rotina de trabalho e, vendo como cada um desenvolve sua função, usamos nossa experiência em corridas para economizar tempo e assim aumentar a produtividade”, explica Geoff McGrath, vice-presidente da McLaren Applied Technologies.

Então, da próxima vez que você assistir a um GP de F1 e ver um piloto ganhando as posições no box, lembre-se: foi necessário o trabalho de um grande time para conseguir aquela ultrapassagem, ainda que seja menos emocionante do que as feitas na pista.

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