29/07/2019 - Rodrigo França / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros
Depois de viver um momento crítico com uma decisão extra-pista que decidiu o GP do Canadá, a F1 ressurgiu de uma maneira impressionante nas últimas provas.
Em Montreal, a principal categoria do automobilismo foi duramente criticada por mudar o resultado de pista por conta de uma punição de rigor excessivo contra Sebastian Vettel, da Ferrari. Depois, na França, um GP sem ultrapassagens e de resultado previsível parecia condenar de vez a temporada 2019.
Mas eis que três GPs em sequência conseguiram dar fôlego novo a F1: Áustria, Inglaterra e, no último final de semana, Alemanha, onde a categoria viu uma de suas melhores corridas desta década. A vitória ficou com Max Verstappen, da Red Bull.
Época de Ayrton Senna
No circuito de Hockenheim, dois elementos mostraram que é possível quebrar a monotonia causada pela diferença gritante de equipes grandes e pequenas. O primeiro deles é a chuva, sempre aliada na hora de nivelar mais os carros e dar mais espaço ao talento – quem viu as 13 vitórias de Ayrton Senna neste tipo de condição sabe bem disso.
Outro importante detalhe, que pode ter passado desapercebido, mas é igualmente importante para criar a emoção, é a área de escape “punitiva”. Ou seja, o piloto que sair da pista não consegue retornar ou então perde muito tempo no retorno ao traçado.
Isso aconteceu na curva 16 no circuito alemão. A área de escape ficou muito escorregadia na chuva por conta de um produto utilizado no asfalto para proporcionar mais aderência (no seco, claro) para as provas de arrancada.
A própria FIA (Federação Internacional de Automobilismo) divulgou após a corrida que não havia nada de errado com a área. Afinal, aquela área não faz parte do traçado da corrida e, se os pilotos estão passando por ali, é porque cometeram algum erro.
Quem lembra da época áurea do Brasil na F1 em Hockenheim, por exemplo, foram cinco vitórias seguidas vai se lembrar que nos anos 1980 e 1990 eram comuns este tipo de área de escape.
Ayrton Senna, por exemplo, se tornou tricampeão mundial no Japão depois que Nigel Mansell não conseguiu escapar da brita na curva 1 em Suzuka, no Japão.
Errou, abandonou
Com áreas de escape que punem erros, há mais abandonos de carros de equipes grandes, já que a confiabilidade hoje em dia na F1 é muito alta em termos de mecânica. No GP de Alemanha, por exemplo, as duas Mercedes sofreram com isso: Valtteri Bottas abandonou após um erro na curva 1 e Hamilton perdeu bastante tempo com a saída na pista na escorregadia curva 16.
Ainda assim, foram tantos abandonos que o inglês ainda pontuou em nono após a desclassificação dos 2 carros da Alfa Romeo. Charles Leclerc, da Ferrari, foi outro piloto de ponta que perdeu a corrida com um erro numa área onde quem escapasse não teria volta.
Com isso, a F1 viu um piloto que largou em último chegar em segundo – em uma prova sensacional de Sebastian Vettel, se redimindo no mesmo lugar onde ele, há um ano, cometeu um erro em uma curva também de área de escape punitiva.
Pódio histórico
Além disso, até uma equipe média como a Toro Rosso conquistou um pódio, com Danii Kvyat – algo que não acontecia desde a vitória de Vettel em Monza em 2008 (também na chuva….). O GP também foi marcado pelo ótimo resultado de times que estavam sofrendo em 2019, como a Racing Point (em quarto lugar com Lance Stroll) e até a Williams (marcando um ponto com Robert Kubica em décimo).
Obviamente ninguém defende áreas de escape perigosas, que provocaram acidentes graves. Além disso, a distância da pista para o muro é evidentemente a principal preocupação (quanto mais longe, mais seguro). Mas ao asfaltar a área inteira e proporcionar a saída de pista sem punir os pilotos (como em Paul Ricard, por exemplo), a F1 acaba impedindo o fator “imprevisível” que a torcida apreciou nos últimos três GPs, e em especial no da Alemanha.
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Claro que a chuva sempre ajuda a criar provas malucas e divertidas para os fãs. Mas, se não é possível criar a pista molhada de forma artificial em todas as provas, pelo menos uma receita de fácil execução ficou clara depois da prova alemã para deixar as provas mais emocionantes.
Por uma F1 que puna os erros dos pilotos sem comprometer sua segurança. A torcida agradece – e o futuro do automobilismo, também.
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