04/02/2010 - Rodrigo Ribeiro / Fonte: iCarros
Em coletiva realizada nesta quinta (4), a ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) divulgou os números da indústria automobilística brasileira em janeiro. Tradicional mês de poucas vendas, janeiro registrou uma queda de 27,7% nas vendas em comparação com dezembro. Contudo, o índice supera as vendas de janeiro de 2009, com uma alta de 8%. Nas fábricas a produção repetiu os números dos emplacamentos: queda (-3,7%) em comparação ao último mês, mas alta em relação a 12 meses atrás (+31,6%).
Para Jackson Schneider, presidente da Anfavea, os resultados são positivos. "Tivemos o segundo melhor janeiro da história, perdendo apenas para 2008", afirmou. Para a entidade, que prevê crescimento de 8,2% do mercado neste ano, o aumento no volume de crétido e queda dos juros colaboraram para manter o mercado aquecido mesmo após o término gradual da redução do IPI. "Esperamos queda nas vendas em abril (quando acaba o incentivo), mas não quero especular sobre o impacto disso no mercado", justificou Schneider.
Recuperando terreno - Com a reabertura de novos turnos (como na PSA), as fábricas mantiveram a alta nos empregos diretos do setor, que subiu pelo sétimo mês seguido, chegando a 110.450 trabalhadores "Esperamos que esse número continue subindo, pois muitas fábricas ainda não concluíram os processos para novas contratações", disse Schneider. O executivo afirmou também que o aumento das importações (20,1% do mercado em janeiro) não assusta."Esta questão não deve preocupar, pois assim como importamos, também exportamos. Devemos aceitar as regras do jogo", justificou. Apesar da queda em relação ao último mês (- 17,7%), as exportações subiram 65,9% em relação a janeiro de 2009. "Isso pode indicar uma recuperação dos tradicionais mercados consumidores dos carros brasileiros, mas precisamos aguardar antes que os compradores estrangeiros recuperem seu mercado interno", falou Schneider.
Poder do consumidor - Quando questionado a respeito do impacto da decisão do governo em reduzir o imposto sobre a gasolina temporariamente, Schneider crê que não mercado não sofra alterações bruscas no mix de vendas - atualmente, 85,3% dos carros vendidos no Brasil são flexíveis. O executivo também analisou a polêmica dos preços dos combustíveis. "Talvez precisássemos trabalhar com um estoque regulador ou algo similar para controlar os abusos dos produtores de etanol", observou. "Mas precisamos olhar para o poder do consumidor do carro flex, que pode andar cinco metros para trocar de bomba no posto para abastecer com o melhor combustível." Mas Schneider assume a preferência pelo biocombustível. "Precisamos manter e insistir na postura de que o carro flex, quando abastecido com etanol, tem custo-benefício melhor do que a gasolina". Na última semana, somente em três estados o etanol era mais vantajoso do que a gasolina.
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