Hoje pode até parecer estranho, mas houve um tempo em que a Volkswagen estava “atrasada” em relação a seus rivais no segmento de SUVs. Tanto que o primeiro modelo da marca produzido no Brasil foi justamente o carro que estamos avaliando: o VW T-Cross, somente em 2019.
Passados três anos, a gama de produtos oferecidos pela Volkswagen aumentou bastante, mas, afinal, o que esperar deste modelo pioneiro, sobretudo na sua versão topo de linha, a Highline?
Primeiro, vamos ao preço: ela é oferecida a partir de R$ 159.930, após os reajustes em maio de 2022. E o principal “upgrade” em relação ao T-Cross de entrada você sente já na primeira saída com o carro: o motor 1.4 turbo 250TSI.
Com 150 cavalos de potência e 25,5 kgfm de torque, o carro tem respostas rápidas na cidade e traz segurança nas ultrapassagens nas estradas, lembrando até um pouco a “esperteza” de seu irmão sedan Jetta, ainda que seja um carro de dimensões e propostas diferentes.
Se você testar as versões mais básicas, Sense e Comfortline, sentirá uma significativa diferença neste aspecto, já que elas são impulsionadas pelo 1.0 turbo 200TSI de 128 cv e 20,4 kgfm. Veja bem: o motor 1.0 turbo é muito ágil também no conjunto, mas é claro que 22 cavalos a mais de potência, 5,1 kgfm de torque e um motor 1.4 turbo fazem o Highline se destacar.
Em números, esta diferença pode ser expressa no 0 a 100 km/h , por exemplo. A versão topo de linha que avaliamos faz em 8,7 segundos, quase dois segundos melhor que a versão de entrada. A velocidade máxima anunciada para o Highline é de 198 km/h.
Este tipo de desempenho pode ser decisivo para alguém que queira fazer do Volkswagen T-Cross seu primeiro SUV, já que seu rendimento é compatível com um sedan médio na mesma faixa de preço, mas entrega todos os atributos que um modelo desta proposta pode oferecer, como mais espaço interno, mais robustez no design etc.
O motor 1.4 turbo TSI faz bonito nos números e não compromete quando o assunto é consumo, conseguindo praticamente os mesmos dados das versões de entrada. O Volkswagen T-Cross Highline faz média na cidade de 7,4 km/l com etanol e 10,5 km/l com gasolina. Já na estrada os números são 9 km/l (etanol) e 13 km/l (gasolina).
Bom pacote de tecnologia e espaço interno
Lançado mundialmente no final de 2018 e chegando ao Brasil no início do ano seguinte, o Volkswagen T-Cross segue praticamente com o mesmo design exterior nos últimos anos – é esperada uma primeira reestilização na linha somente em 2024.
Mas isso não chega a ser um problema – ao contrário, é um carro que tem visual discreto e que se posiciona bem na gama oferecida pela Volkswagen entre seu “irmão menor” Nivus e o já mais “SUV” VW Taos.
Como falamos anteriormente, seu visual pode até agradar a quem está migrando dos segmentos de sedan ou até mesmo os saudosos de hatchs como o Golf. Suas dimensões são boas o suficiente para passar robustez, mas não incomodar na hora de parar na garagem. O comprimento total é de 4,20m, com 1,76m de largura e 1,60m de altura.
Agora, se você faz questão de ter um carro que chama a atenção, pode escolher a cor especial Bronze Namíbia como a do modelo que avaliamos – tem quem ame e tem quem torça o nariz (na nossa redação nós ficamos no primeiro time). Outro ponto alto são as rodas aro 17 polegadas na cor preta e com acabamento diamantado.
Mas é mesmo entrando dentro do carro que você nota os principais diferenciais. Primeiro, na posição do motorista, bastante prazerosa, com comandos todos bem dispostos e assentos bem confortáveis.
Depois, na parte de tecnologia: o modelo 2022 passou a vir também com controle de cruzeiro adaptativo (ACC), frenagem autônoma de emergência (AEB) e carregador de celular por indução, sendo esses três itens de série.
A central multimídia Volkswagen Play de 10,1 polegadas é compatível com os sistemas Android Auto e Apple Car Play, enquanto a tela do painel de instrumentos é de 10,25 polegadas, posicionado logo atrás do volante multifuncional.
Este foi um dos pontos de destaque em nossa avaliação, com uma multimídia de conexão rápida e de navegação bem fácil e intuitiva. E os botões do volante também trazem conforto ao motorista para comandos rápidos sem tirar as mãos da direção, seja para mudar os comandos do painel de instrumento, seja para algo mais simples, como aumentar e diminuir o volume do áudio.
O ar-condicionado é digital e automático a partir da versão Comfortline, enquanto os sistema start-stop, sensor crepuscular e de chuva estão presentes somente na Highline – o sistema de desligar o motor nas paradas funciona inclusive quando você dirige em modo Sport.
O porta-malas do T-Cross comporta até 420 litros e o tanque de combustível pode ser abastecido com até 52 litros de gasolina ou etanol, que garante uma boa autonomia para viagens mais longas.
A versão que avaliamos ainda é configurada com os pacotes opcionais Sky View, com teto solar panorâmico (que certamente traz um requinte mais especial para o interior do carro), pacote bicolor, com teto pintado na cor Preto Ninja assim como os retrovisores.
Também testamos o carro com o pacote Tech & Beats, que ainda inclui assistente de estacionamento (park assist), faróis full-LED com luzes DRL integrada, porta-malas com ajuste variável de espaço, regulagem automática do facho do farol e o som premium com subwoofer “Beats sound”.
Com tudo isso incluído, o Volkswagen T-Cross Highline pode ser adquirido a partir de R$ 179.690, quase R$ 20 mil acima do Highline sem opcionais e também bem mais caro em relação aos R$ 132.970 da versão de entrada básica. Com isso, sua gama de rivais fica mais ampla, incluindo carros como Jeep Renegade, Hyundai Creta, Chevrolet Tracker etc.
No caso específico das versões do VW T-Cross, mais desempenho e praticamente o mesmo consumo é uma equação que também pode ajudar o consumidor na hora de escolher sua versão – especialmente em favor da versão topo de linha se performance for um fator importante para sua decisão de compra.