Peugeot e-208 GT: hatch elétrico com pegada esportiva

Se você está pensando em comprar um carro elétrico, certamente já privilegia as vantagens de ter um veículo deste tipo. Mas, quando se trata do mercado brasileiro, ainda engatinhando neste sentindo, as opções costumam ser focadas apenas no segmento mais premium.

Novos “carros de entrada” surgiram nos últimos meses para apimentar o setor e sem dúvida o que traz a pegada mais esportiva deles é o Peugeot e-208 GT, que nós do iCarros avaliamos por uma semana em uso na cidade e estrada para que você tenha mais detalhes desta novidade da marca francesa em solo brasileiro.

Equipado com motor de 136 cv de potência, ele entrega 26,5 kgfm de torque máximo. Sua aceleração de 0-100 km/h pode ser feita em 8,3 segundos e a velocidade máxima é limitada em 150 km/h. Em comparação com o 208 com motor a combustão (flex), o desempenho esportivo fica bem evidente – só na arrancada de 0 a 100 km/h, por exemplo, o elétrico é mais de quatro segundos mais veloz.

Mais do que os números, a sensação de dirigi-lo é que realmente surpreende. Com facilidade para efetuar curvas mesmo em alta velocidade, o e-208 GT passa a sensação que você tem sempre o “carro na mão” ao conduzi-lo, com ótima frenagem e resposta rápida na aceleração.

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Por ser um compacto e ter uma retomada muito rápida, como, aliás, é praxe nos modelos elétricos deste nível de performance, você tem até aquele sentimento de estar pilotando um “kart” na rua (os fãs de Mini Cooper talvez queiram fazer um teste drive neste modelo elétrico também).

Medidas e equipamentos

O e-208 GT possui 4,06m de comprimento, 1,75m de largura e tem 1,43m de altura. O entre-eixos mede 2,54m. Ou seja, é um carro de dimensões ideais para a cidade, conseguindo boas vagas de estacionamento, entrando nas ruas menores etc.

Afinal, este carro é importado da Europa (quem já passou sufoco dirigindo carro em centro histórico  sabe bem disso). A desvantagem é que, por mais adaptações que ele traga vindo ao Brasil, as irregularidades do nosso asfalto exigem uma condução mais cautelosa para não raspar o assoalho, por exemplo.

O carro 100% elétrico pesa 1.455 kg, aproximadamente 200 kg a mais em relação aos 208 somente a combustão (o que é esperado para qualquer versão elétrica). Sua bateria de 50 kWh fica posicionada no assoalho do veículo.

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A grade frontal, que acompanha a cor da carroceria, combina bem com toda a linha óptica, disposta com faróis e luzes DRL em LED, além das já tradicionais garras de leão.

As rodas são aro 16 polegadas e vêm com bases fechadas, que tem virado mania nos modelos elétricos para melhorar a aerodinâmica dos carros. O teto da versão que avaliamos é preto brilhante, combinando bem com os retrovisores na mesma cor.

Por falar em estética, ficamos com o modelo na cor Amarelo Faro e ela realmente cumpre o papel de dar destaque ao carro – fazendo com que todo mundo olhe para o modelo com admiração (e muita vezes percebendo que se trata de um elétrico, pela ausência de som do motor).

Na coluna C há um emblema com a letra “E” para grafar essa versão elétrica, enquanto que na traseira é interessante destacar as luzes de freio, que aparecem na parte superior e inferior da traseira. Por fim, ainda na traseira, o logo da Peugeot exibe detalhes em azul, cor que costuma identificar os modelos elétricos.

Ainda na cabine, o e-208 GT exibe costuras aparentes em verde e azul nos bancos, pedaleiras cromadas, entradas USB na dianteira e traseira e um bom acabamento até para as portas traseiras com material soft touch e apliques em preto brilhante. A pegada esportiva também pode ser notada com detalhes que remetem a fibra de carbono usada em carros de corrida.

A lista de equipamentos do e-208 GT inclui sensor de estacionamento, repetidores de seta, acendimento automático dos faróis, piloto automático adaptativo, controles de tração e estabilidade, frenagem autônoma de emergência além do sistema de alerta e permanência em faixa com correção no volante.

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A vantagem é que você pode deixar ligado ou desligado através de um botão ao lado esquerdo do volante (no painel). A cabine ainda vem com painel de instrumentos Peugeot i-Cockpit 100% digital e 3D.

Um dos pontos altos do 208 elétrico é seu volante multifuncional, que possui acabamento em preto brilhante, além da sigla GT para demarcar a versão. Ele garante uma boa posição para dirigir e, por ser menor, traz a sensação de controle muito mais intensa, como num kart mesmo (ou seja, tudo a ver com a proposta do carro em si).

O painel tem bom acabamento e a central multimídia é de 10 polegadas, com conexão Android Auto e Apple CarPlay via cabo. Apesar de parecer simples, ela não foi muito intuitiva como de outros modelos que já testamos aqui para iCarros, mas nada que atrapalhe a sua rotina no carro.

Abaixo desta tela ficam posicionadas as saídas de ar-condicionado e, ainda mais abaixo, a Peugeot manteve botões físicos para diversos comandos no veículo. É possível usar alguns deles até deslizando o dedo sobre a superfície, com bastante facilidade. Ao lado desses botões também ficam os comandos para aquecimento dos bancos dianteiros.

O interior do e-208 GT tem um visual bem intimista com luzes ambientes, além de oferecer carregador de celular por indução, teto solar panorâmico, freio de estacionamento eletrônico e drive mode com três opções: eco, normal e sport.

São 340 km de autonomia, segundos os dados oficiais da Peugeot, mas durante nosso test-drive percebemos que ele dificilmente alcançará toda essa distância porque o motorista provavelmente vai querer conduzir com o modo normal ou até mesmo o sport ativado.

Uma maneira alternativa é voltar ao modo Eco (que automaticamente te garante 20km a mais de autonomia) em trechos congestionados ou mesmo onde a velocidade é muito baixa (30 km/h ou 40 km/h, por exemplo). Mas lembre-se que o conforto térmico da cabine também pode ser reduzido.

No 208 elétrico, assim como em qualquer versão da linha, o espaço não é o forte – trata-se de um hatch compacto, afinal. Isso fica claro sobretudo na traseira, principalmente para viagens (que, claro, também vão exigir uma parada para recarga caso seja maior que 300 quilômetros).

O porta-malas tem 265 litros de capacidade, o mesmo tamanho das versões a combustão, e traz uma interessante “maleta” com adaptador para as recargas. O e-208 GT pode ter 80% de sua bateria carregada em aproximadamente 30 minutos em uma estação de recarga de 100 kW. Com um carregador de 7,4 kW, o tempo pode ser de 6 horas. Numa tomada normal, com o adaptador que vem junto com o carro, a recarga total pode levar 24 horas.

Entre os hatches 100% elétricos compactos, o e-208 GT tem como concorrentes diretos o Mini Cooper SE e o Fiat 500e.

Você pode até colocar o Renault ZOE nesta lista, embora sejam propostas um tanto diferentes (o 208 é compacto com pegada esportiva, enquanto o ZOE se destaca por ter mais espaço e autonomia). Em todo caso, a faixa de preço é parecida: o e-208 GT surgiu com preço sugerido por volta de R$ 240 mil no final do ano passado e agora subiu para R$ 265.900.

Sem dúvida, o preço de carros elétricos ainda está longe de ser popular. Mas não há como negar a rápida evolução deste mercado e ver que cada vez mais opções podem conquistar você na hora de optar pelo seu primeiro modelo deste tipo. Principalmente se fizer um uso urbano e de viagens curtas e quiser ter um prazer de dirigir de um esportivo mesmo estando conduzindo um compacto.

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