Há dispositivos que, pela importância, deveriam vir de série. O desembaçador traseiro, um conjunto de filamentos elétricos incorporados na vigia, é um deles. Serve para clarear o vidro traseiro quando ele embaça (veja quadro). Mas, acredite, há marcas que vendem o desembaçador à parte. Dos quatro sedãs 1.0 aqui reunidos, apenas o Chevrolet Classic e o Fiat Siena vêm de fábrica com o desembaçador. No Ford Fiesta Sedan e no Renault Logan o dispositivo é opcional e custa, respectivamente, R$ 640 e R$ 450.
A dúvida neste comparativo era saber qual sedã, entre os quatro, tinha desembaçador mais eficiente. Para a avaliação fechamos os modelos na câmara fria do Tech Center da Visteon, em Guarulhos (SP), a uma temperatura de -10ºC, sem umidade. Com o veículo gelado, bastou apenas colocar vapor de água dentro do carro para embaçar totalmente os vidros.
Apesar de a temperatura externa ser inferior à média brasileira, a referência é a mesma. 'Um carro que demora a desembaçar a -10ºC também será menos eficiente a 15ºC', explica Patrick Koller, gerente de marketing da fabricante de vidros Saint-Gobain Sekurit. A diferença de área da vigia também não influenciaria no resultado. 'O que importa é a potência do desembaçador, que varia entre 160 e 200 W', diz Koller. Cronometramos o tempo para o vidro tornar-se totalmente transparente. O tempo mostrado na tabela da página seguinte é a média aritmética de três tomadas.
Por que embaçou?
O vidro embaça devido à condensação da umidade no interior do veículo. Para resolver o problema é preciso aquecer o vidro com filamentos, geralmente de cobre e prata, colados na superfície interna da peça. Quando o dispositivo é acionado, uma carga elétrica aquece os filamentos.
A tecnologia é a mesma no Brasil desde 1979, quando estreou nos Volkswagen Passat, Variant e Brasília. A tendência é que os filamentos sejam substituídos por uma micropelícula de prata entre as lâminas do vidro. A eficiência é a mesma, mas a solução acaba com as linhas condutoras.