Entre os diversos modelos avaliados pelo
iCarros, vários fizeram muitos marmanjos torcer o pescoço para admirar, criticar ou simplesmente ver de perto um lançamento. Ver uma criança de colo esticando os braços para tentar “pegar” o carro, porém, foi inédito e aconteceu com o smart fortwo mhd Brazilian Edition, versão limitada em 300 unidades.
Também, com seu jeito de carro de brinquedo e ainda pintado de amarelo com uma nada discreta alusão à bandeira brasileira na coluna, não poderia se esperar outra coisa. E não foi só uma criança que se sentiu atraída pelo carro. Muita gente olhava, apontava e, invariavelmente, sorria.
A simpatia do carro tenta se repetir ao bolso do motorista. Nessa versão, o motor é aspirado e rende 71 cv. Aliado à potência mais baixa, a smart adotou o sistema mhd (Micro Hybrid Drive) que, de híbrido, não tem nada. Na verdade, apenas desliga o motor quando o motorista estiver com o pé no freio e abaixo de 8 km/h. Para dar a ignição novamente, basta soltar o pedal. A Mercedes-Benz, dona da smart, promete economia que varia de 9% a 20%, com consumo que pode chegar à média de 19,8 km/l com gasolina.
O sistema é prático quando a parada é mais longa. Em congestionamentos, com o para e anda tradicional, o mhd pode se transformar em incômodo. Na ignição, a vibração dentro da cabine não é tão grande, mas pode irritar se for frequente. Outro fator que vai contra é que o ar-condicionado também desliga com o motor. Se for o caso, basta apertar um botão em frente à alavanca do câmbio para desativar o equipamento.
Asfalto bom é necessárioDirigir um smart é sempre divertido. Mesmo aspirado, o motor três cilindros com 1,0 litro 12V responde bem e carrega os 750 kg do carrinho sem reclamar. Na estrada, acompanha o fluxo em velocidades mais altas e sem chacoalhar, ao contrário do que a aparência frágil pode sugerir. Parte desse mérito vem da suspensão mais rígida.
Se por um lado ajuda, a firmeza do carro pode atrapalhar em pisos irregulares. Os passageiros sentem cada buraco com solavancos fortes, que se repetem nas trocas de marchas do câmbio automatizado de cinco velocidades. Com o tempo, o motorista se acostuma a tirar o pé na hora das mudanças, o que alivia um pouco.
Para chegar aos 750 kg, o Brazilian Edition não perdeu só o turbo do motor. O carrinho também deixou de lado airbags laterais, borboletas para as trocas de marcha atrás do volante e conta-giros. A direção não tem assistência hidráulica, mas o motorista não vai perceber, pois é bem leve. O que ele vai reparar é que, nesta versão, o fortwo ficou mais barato e sai por R$ 49.900. O cupê turbo mais em conta custa R$ 57.900, sem o sistema mhd, mas tem mais equipamentos a bordo.
O que não dá para negar é a praticidade do modelo. Duas pessoas andam com espaço longitudinal bom, mas podem se esbarrar no meio do caminho. Tem até um porta-malas, pequeno, acima do motor. Só tome cuidado para que os vegetais comprados no supermercado não estraguem com o calor gerado pelo propulsor, que acaba invadindo o compartimento.