entre ou cadastre-se

mais serviços

mais serviços

Rua, rodovia e lama no Compass Longitude 2022

Um test-drive bem variado com a versão mais procurada do SUV best-seller da Jeep, que acaba de ser atualizada

03/11/2021 - Henrique Koifman/ RF1 / Foto: Henrique Koifman / Fonte: iCarros

Diz o ditado de origem futebolística que, em time que está ganhando, não se mexe.

Felizmente, a Jeep não deu ouvidos a essa máxima de botequim e operou melhorias consideráveis na versão mais vendida de seu SUV mais vendido atualmente: a Longitude do Compass.

Com motor e uma série de detalhes novos, o carro acelera renovado num segmento em que o número de concorrentes tem crescido.

Durante uma semana, tive a chance de avaliar essa versão em praticamente todos os tipos de caminhos e condições – de ruas pacatas e bem calçadas ao sol à estradinhas de terra íngremes e ruins sob tempestade, passando por rodovias de variados portes e limites. É dessa experiência que falo aqui.

Antes, porém, uma pequena contextualização:

Lançado no Brasil no final de 2016, o Compass chegou chegando e, embora fosse mais caro, rapidamente superou em vendas seu irmão menor – com o qual compartilha sua plataforma, assim como a picape Fiat Toro – o Renegade.

Mais espaçoso e requintado, esse Jeep caiu como uma luva em um mercado ávido por SUVs, especialmente por modelos compatíveis com o uso familiar.

Até o início do primeiro semestre deste ano, o carro era oferecido com duas opções de motor: um 2.0 flex de até 166 cv de potência e até 20,5 kgfm de torque e outro 2.0 turbodiesel, com 170cv e 35,7 kgfm – ambos, aliás, disponíveis para a versão intermediária Longitude, que desde o início foi a mais procurada.

Veja mais avaliações:
+ Fiat Toro Endurance 270 AT6 2022: vale R$128.990?
+ Novo Jeep Compass: dá para melhorar o líder de vendas? Dá!
+ Um test-drive com a Tracker Premier 1.2 2022

Estimulada, quem sabe, pela chegada próxima de dois concorrentes de peso – o Toyota Corolla Cross e o Volkswagen Taos, agora já nas lojas –, a Jeep se antecipou e “deu um trato” no Compass, substituindo seu motor 2.0 flex por um bem mais moderno 1.3 turbo, de até 185 cv de potência e 20,5 kgfm de torque.

Não foi só o motor

Chegando ao concessionário para retirar o Compass Longitude 2022, no entanto, logo notei que o novo motor estava longe de ser a única novidade.

Embora não seja nada radical, a frente do carro foi retocada, a grade ganhou um desenho um pouco mais leve e os faróis ficaram mais finos, passando à iluminação por LED, que também está nas setas de direção e luz DLR (diurna).

Atrás, as novidades são menores, apenas o interior das lanternas ficou um pouco diferente. Isso, claro, sem contar com a sigla T270 – denominação do novo motor, estampada do lado esquerdo.

Entrando no carro, a primeira impressão é de que o funcionário da loja se confundiu e está me emprestando uma das versões mais caras.

Em comparação ao modelo anterior, os novos desenhos de painel e acessórios sugerem um upgrade geral. Todos os comandos foram redesenhados e ficaram mais, hum, chiques.

A tela da multimídia (agora com 10.1 polegadas) e o console central cresceram de tamanho – este segundo, aliás, se tornaria íntimo de meu joelho direito durante a semana seguinte; quem manda ser pernudo? – e tudo parece ter ficado mais fácil de usar.

Além disso, o carro ganhou um novo pacote de conectividade, que inclui um sistema chamado Adveture Intelligence, que leva para o smartfone uma série de funcionalidades a distância, e também a assistente virtual Alexa, da Amazon.

Há ainda recarga de celular por indução (sem fio) e a possibilidade de compartilhamento (pago) de wi-fi.

A gente só se lembra de que se trata de uma versão intermediária em detalhes, como o painel de instrumentos, no qual mostradores analógicos de velocidade e rotações do motor ladeiam uma tela de TFT de alta resolução, onde diversas informações podem ser visualizadas de acordo com o gosto do freguês.

No Compass mais caro, claro, é tudo digital.

Como no exemplar que testei a (ótima) forração dos bancos era em duas cores (cinza claro e preto) e havia sob nossas cabeças um sempre bem-vindo teto solar panorâmico opcional, essa sensação de viajar na classe executiva pagando passagem comum ficou reforçada.

No mesmo espírito, ar condicionado digital de duas zonas, com saídas de ar controláveis para o banco de trás – onde também há tomadas USB e de 12 volts e um ótimo espaço para as pernas – descolam ainda mais o Compass de seu modelo anterior e do mano menor, o Renegade.

Agora sim, o motor

Chave no bolso, carro ligado e lá vamos nós. No trânsito, o Compass é um carro tranquilo. Isso porque não tem porte grande o suficiente para atrapalhar, mas marca posição com uma certa autoridade, impondo algum respeito.

A posição de dirigir é acima da média e os bancos dianteiros – com regulagens manuais, outro lembrete do “meio da tabela de preços” – são muito bons.

Tudo o que é importante está ao alcance dos olhos e das mãos e a operação das funções na tela de multimídia é bem intuitiva; tudo o que pode encostar em mãos e cotovelos é estofado e/ou agradável ao toque.

Funcionando a maior parte do tempo em baixas rotações, graças ao ótimo torque, o carro roda suave e silencioso, bem aproveitado pelo câmbio automático de seis marchas.

Esta é, talvez, a principal diferença em relação às versões do carro com o motor 2.0 anterior. Com ele, para arrancadas um pouco mais vigorosas era preciso acelerar mais, pois seu melhor desempenho aparecia acima dos 3,5, 4 mil rpm.

Neste, basta uma leve pressão sobre o pedal, já que o torque se manifesta bem-disposto logo aos 1.750 rpm, o que deixa o Compass bem espertinho no trânsito.

Vamos subir a serra

Mas foi na estrada que o carro mostrou suas melhores aptidões e qualidades. Começamos nossa jornada por avenidas e rodovias de bom asfalto, planas, nas quais foi fácil manter médias de velocidade entre 80 e 110 km/h, em total serenidade.

A despeito de sua altura em relação ao solo (confira todos os dados técnicos no final desta matéria), a suspensão independente nas quatro rodas tem um ajuste fino, que o mantém confortável e sob controle e sem grandes oscilações, mesmo em curvas um pouco mais fechadas – feitas, claro, com juízo e consciência de que se está em um SUV.

Subindo a serra, com um traçado sinuoso, essa sensação é até reforçada. Embora não seja um daqueles utilitários com “alma esportiva”, o Compass acelera faceiro em ultrapassagens e retomadas e só acabei acionando o botão “sport” – que estica as marchas, acelera as respostas e enrijece um pouco a direção – para experimentar seu efeito.

Usei, sim e bastante, no entanto, as borboletas atrás do volante para trocas manuais de marcha. Especialmente para fazer reduções, nas descidas e antes das curvas mais fechadas.

Suave, o câmbio não responde super rápido, mas também não atrapalha a... ia escrevendo pilotagem, mas acho que seria um exagero. Não atrapalha e nem tira o prazer da condução.

É pau, é pedra, é o fim do asfalto

No final de nosso trajeto havia um trecho em estrada de terra, com pouco mais de 6 km e algo maltratado pelas chuvas constantes. Pedras aqui e ali no caminho, alguma (felizmente pouca e rasa) lama e aquelas valetas formadas pelos pneus de quem passou por ali antes. Para complicar, escurecia e chovia fino.

A boa altura do chão resolveu bem a questão de pedras e valetas. Os ótimos faróis deixaram o lusco-fusco num segundo plano e, com o torque bem dosado pelo câmbio e um bom controle de tração, mesmo os pontos um pouco mais escorregadios passaram quase despercebidos.

E, o melhor, sem fomentar queixas entre os passageiros – éramos quatro a bordo.

Para caminhos como aquele, o dos últimos quilômetros antes do sítio, mesmo sem contar com 4x4, o Compass dá conta do recado, desde que não haja nenhum obstáculo mais apocalíptico. Mas afinal de contas, não foi para isso que ele foi projetado?

E como ele bebe?

Somando todos os tipos de trajetos que fizemos (foram mais de 550 km), nossa média ficou em 10,8 km/litro com gasolina, sem a menor preocupação com economia.

Segundo os dados da fábrica, o carro consome um litro de gasolina para rodar 10,3 km na cidade ou 11,9 na estrada, o que me pareceu perfeitamente possível.

No final das contas, entendo porque a versão Longitude é a mais vendida do Compass, entre todas as que estão disponíveis nas lojas, desde seu lançamento. E, pelo que essa atualização trouxe para o carro, creio que vá continuar sendo por um bom tempo.

Vamos à ficha técnica do Jeep Compass Longitude T270 Turbo Flex AT6:

Motor

Posição: Transversal dianteiro

Número de cilindros: 4 em linha

Diâmetro x curso: 70 x 86,5 mm

Cilindrada total: 1.332 cm³

Taxa de compressão: 10,5:1

Aspiração: Turbocompressor

Potência máxima (ABNT): 180 cv (gasolina) / 185 cv (etanol) a 3.750 rpm

Torque máximo (ABNT): 270 Nm a 1.750 rpm

Nº de válvulas por cilindro: 4

Eixo comando de válvulas: 1 no cabeçote

Alimentação

Ignição: Vitesco, eletrônica digital incorporada ao sistema de injeção

Injeção eletrônica: Vitesco, direta

Combustível: Gasolina/etanol

Transmissão

Câmbio automático: seis marchas à frente e uma à ré

Relações de transmissão:

1ª – 4,459

2ª – 2,508

3ª – 1,556

4ª – 1,142

5ª – 0,852

6ª – 0,672

Ré – 3,185

Diferencial – 3,683

Tração: Dianteira

Sistema de freios

Comando: A pedal e transmissão hidráulica com ABS/ESC

Dianteiro: A disco ventilado (diâmetro de 305 mm) com pinça flutuante

Traseiro: A disco sólido (diâmetro de 278 mm) com pinça flutuante

Suspensão dianteira

Tipo: McPherson com rodas independentes, braços oscilantes inferiores com geometria triangular e

barra estabilizadora

Amortecedores: Hidráulicos e pressurizados

Elemento elástico: Molas helicoidais

Suspensão traseira

Tipo: McPherson com rodas independentes, links transversais/laterais e barra estabilizadora

Amortecedores: Hidráulicos e pressurizados

Elemento elástico: Molas helicoidais

Direção

Tipo: Elétrica com pinhão e cremalheira

Diâmetro mínimo de curva: 11,3 m

Rodas e pneus

Medidas: 7″ x 18″ – liga de alumínio

Pneus: 225/55 R18

Peso do veículo

Em ordem de marcha: 1.585 kg

Capacidade de carga: 400 kg

Dimensões externas/capacidades

Comprimento: 4.404 mm

Largura da carroceria: 1.819 mm

Altura do veículo: 1.628 mm

Distância entre eixos: 2.636 mm

Bitola dianteira: 1.550 mm

Bitola traseira: 1.545 mm

Altura mínima do solo entre os eixos: 205 mm

Ângulo de entrada: 21,5°

Ângulo de saída: 30,7°

Ângulo de rampa: 20,5°

Volume do porta-malas: 476 litros

Tanque de combustível: 60 litros

Desempenho

Velocidade máxima: 204 km/h (gasolina) / 206,5 km/h (etanol)

0 a 100 km/h: 9,7 s (gasolina) / 9,3 s (etanol)

Consumo

Ciclo urbano: 10,3 km/l (gasolina) / 7,1 km/l (etanol)

Ciclo estrada: 11,9 km/l (gasolina) / 8,6 km/l (etanol)

 

Acompanhe as novidades do mundo automotivo pelo iCarros no:

Facebook (facebook.com/iCarros)
Instagram (instagram.com/icarros_oficial)
YouTube (youtube.com/icarros)

 

  • Compartilhe esta matéria:
 

Faça seu comentário

  • Seguro Auto

    Veja o resultado na hora e compare os preços e benefícios sem sair de casa.

    cotar seguro
Ícone de Atenção
Para proteger e melhorar a sua experiência no site, nós utilizamos cookies e dados pessoais de acordo com nossos Termos de Uso e Política de Privacidade. Ao navegar pela nossa plataforma, você declara estar ciente dessas condições.