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Porsche 911: a máquina do tempo de três vias | 1º Contato

Passado, presente e futuro nunca andaram tão bem juntos quanto na nova geração desse clássico

05/02/2019 - João Brigato / Fotos: João Brigato / De Valencia, Espanha / Fonte: iCarros

Manter tradições por mais de meia década pode ser uma tarefa bastante complicada, especialmente quando se trata de um carro. A tecnologia evolui, o consumidor muda, os costumes se transformam. Muitos carros mantém o mesmo nome por décadas, mas a essência de suas gerações clássicas fica no passado, já que se renovam a cada mudança drástica, Honda Civic e Toyota Corolla estão aí para não me deixar mentir. Mas como a Porsche consegue manter o 911 fiel às suas origens desde 1963?

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A sensação em um Porsche 911 é de mergulhar em uma máquina do tempo, porém ao invés de te transportar para uma época específica, como muitos modelos retrô fazem, ele te situa em uma tênue linha que conecta passado, presente e futuro ao mesmo tempo.

Passado

A ligação histórica do 911 está em seu visual e mecânica. O estilo foi aperfeiçoado ao longo de oito gerações e diversos facelifts entre elas. Contudo, aquele perfil clássico lateral da primeira geração, os faróis redondos e as lanternas estreitas continuam lá há 56 anos. Na nova geração, batizada internamente de 992, a Porsche se inspirou no clássico dos anos 1970.

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Os para-choques adotaram uma sessão em preto horizontal que replica os para-choques de metal dos antigos 911. Já a traseira recebeu lanternas de LED conectadas que produzem um incrível efeito à noite. Já a entrada de ar do motor passa a ser visualmente integrada ao vidro traseiro e conta com luzes do break-light inteligentemente integradas.

Outro ponto no qual o novo 911 se mantém ligado ao seu legado é o motor. Não que ele seja o mesmo boxer refrigerado a ar de 1963, mas ele é o único esportivo de produção em massa atualmente vendido que traz motor instalado na traseira. O 3.0 seis cilindros biturbo passou por mudanças extensas, adotou injeção do tipo piezo, compressão variável, turbos geométricos com melhora do fluxo de ar, além do intercooler reposicionado para a traseira. Resultado? Um leve salto dos 420 cv e 51 kgfm de torque de antes para 450 cv e 54 kgfm de torque.

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Mas aqui vale um parágrafo apenas para o ronco desse motor. O boxer seis cilindros tem um barulho inconfundível, tipicamente Porsche. Ele invade a cabine discretamente e progressivamente no modo de condução normal, enquanto no Sport e Sport Plus, a sinfonia mecânica ronca mais alto, graças ao sistema de escape regulável. Cada acelerada é como 56 anos de história ressoassem em uma sinfonia hipnotizante que sincroniza as batidas do seu coração com as rotações do motor.

Presente

Só que como o 911 anda não tem nada a ver com seu passado. Ele é ágil e rápido, como se seu peso de 1.515 kg no Carrera S e 1.565 kg no Carrera 4S não importassem. As curvas são contornadas com velocidade e precisão, indo totalmente contra a lógica da gravidade, já que boa parte do peso do esportivo está na traseira. Como um esportivo de tração traseira, o 911 consegue ser muito comportado com os aparatos eletrônicos ligados, contornando um circuito com precisão. Mas se você quiser sair deslizando a traseira como se não houvesse amanhã  um sorriso no rosto, ele também é capaz, graças aos controles de tração e estabilidade que entram em ação de verdade somente quando as coisas começam a dar errado.

A aceleração é de fazer seu corpo colar no banco (no Carrera 4S, o os 100 km/h são atingidos em 3,6 segundos ou 3,4 segundos quando equipado com o pacote Sport Chrono. Já o Carrera S faz em 3,6 segundos ou 3,4 segundos com o pacote). Nas retomadas, a transmissão de dupla embreagem PDK com oito marchas se encarrega de deixar esse efeito instantâneo. Ao volante,  o 911 é divertido a todo o tempo e recompensa o motorista dando a ele a possibilidade de explorar seus limites com confiança.

Mas um esportivo para ser bom em curvas precisa ter suspensão dura, certo? Bem, se pensou isso está redondamente enganado. Ok, o 911 tem um conjunto mais firme que aquele sedã que você viajou no Uber semana passada, mas ele não é duro como uma pedra para fazer com que a convivência no dia-a-dia seja difícil. Na cidade e na estrada ele se mantém confortável e sem solavancos, enquanto na pista ou em altas velocidades, a carroceria não quica. Só cuidado com as lombadas e valetas se o seu 911 não for equipado com o sistema de elevação da suspensão dianteira (opcional), porque ele vai raspar.

Vale destacar um ponto aqui que contribuiu e muito para essa experiencia ao volante desse Porsche: a posição de dirigir. Bastante baixo, ele mantém as pernas do motorista esticadas, enquanto o volante fica próximo ao corpo. Os bancos tem ótimo suporte lateral e revestimentos de couro com toque agradável. Sair e entrar pode ser um pouco difícil para aqueles que não estão tão em forma, afinal, com 1,30 m de altura (4,51 m de comprimento e 2,02 m de largura), ele é notavelmente mais baixo que muitos carros por aí.

Futuro

Como grande embaixador da Porsche, o 911 não somente dita regradas de design e comportamento dentro da marca, como também é responsável por estrear algumas das novas tecnologias desenvolvidas em Stuttgart, Alemanha. Uma delas é o novo sistema Wet Mode. Com ele, o 911 ao detectar piso molhado sugere ao motorista que acione esse modo de condução que aumenta a força dos controles de tração e estabilidade, diminui a resposta do acelerador e corta parte da potência. Acionado o Wet Mode, escapar em uma curva com piso molhado fica mais difícil.

Outra pontinha de futuro no novo 911 está em sua cabine. Ela tem estilo moderno e horizontalizado, com comandos de fácil acesso e uso, poucos botões e três telas. Mantendo intocado o conta-giros analógico no centro do painel de instrumentos, a Porsche adicionou duas telas de 7 polegadas com alta definição para exercer as demais funções, sendo cada lado configurável. Além disso, a central multimídia com 10 polegadas tem um belo visual, é de fácil uso e traz Apple CarPlay. Se você tiver um Android e um Porsche 911, se contente com a conexão Bluetooth pois a marca nãp o equipou com Android Auto por "problemas de uso de informações do usuário".

A geração 992 também incorporou alguns interessantes sistemas. Por meio de uma câmera especial, o esportivo traz visão noturna com imagens exibidas diretamente no painel de instrumentos. O piloto automático adaptativo evoluiu e reage mais rápido, além de ter a capacidade de parar o 911 totalmente e retomar a condução de maneira automática. A Porsche também fez mudanças no sistema de estacionamento autônomo para aumentar a precisão.

Qual seu tempo?

Seja você um entusiasta dos Porsches clássicos, alguém que aprecia diversão ao volante ou um motorista antenado em tecnologia, o 911 é um raro caso de esportivo que consegue reunir diversas características ao mesmo tempo sem grandes compromissos. Com concessões que pouco vão além do praticamente inexistente espaço para dois passageiros na traseira e o porta-malas minúsculo, o Porsche 911 (992) é refinado em todos os sentidos, gostoso de dirigir em qualquer situação e surpreendentemente possível de ser usado no dia-a-dia. Falta agora saber quanto a marca cobrará pela novidade no Brasil.

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