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Por que o Chevrolet Onix vende tanto? | Avaliação completa

Testamos o Chevrolet Onix LT 1.0 de R$ 52.080 para tentar entender a razão de tanto sucesso no Brasil

12/09/2018 - João Brigato / Fotos: João Brigato / Fonte: iCarros

Quando se trata do carro mais vendido do Brasil, o nosso mercado apresentou verdadeiros ciclos anos. Foi assim, por exemplo, com os Volkswagen Fusca e Gol, que dominaram por décadas e décadas. Em alguns momentos, modelos como Chevrolet Monza e Fiat Palio atrapalharam essa hegemonia. Só que desde 2015 quem manda aqui é o Chevrolet Onix.

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Foram precisos apenas dois anos cheios desde seu lançamento (ocorrido no final de 2012) para que o hatch compacto da GM assumisse a liderança. Ele rapidamente superou Gol e Palio, eternos rivais e referência em vendas, além de elevar o patamar do mercado para hatches compactos junto do Hyundai HB20. Em agosto, nunca se vendeu tanto Onix na história: foram 21.763 unidades, suficiente para superar a soma de HB20 e Ka.

Mas todo esse sucesso tem explicação? Colocamos à prova a versão LT 1.0 de R$ 48.690 para decifrar os segredos do Onix para conquistar o brasileiro. A escolha da versão se deu pelo fato de ser a configuração mais vendida (considerando a soma de LT 1.0, LT 1.4 Manual e LT 1.4 Automática), além de possuir carroceria reestilizada (algo que não ocorre no Joy). A versão testada trazia pintura metálica e pacote R7J que eleva o preço para R$ 52.080.

Valor agregado

Um dos principais pontos de ruptura do Onix quando foi lançado e que se mantém até hoje, é que ele foge do estigma de que um carro compacto popular tem que, necessariamente, parecer barato. Sim, ele possui calotas e a configuração LT não é a mais equipada, mas a questão é a sensação de ter boa parte dos R$ 50 mil gastos em todas as partes do carro.

Veja aqui a ficha técnica do Chevrolet Onix

Exemplo disso são as portas com vedação dupla, o acabamento de qualidade (mesmo sendo totalmente de plástico) e o bom isolamento acústico no interior. A cabine tem visual moderno e descolado, dando destaque para a central multimídia, que foi o grande chamariz do Onix em seu lançamento. Para os dias atuais, ela pode não ser a mais completa e ter os melhores gráficos, mas é bastante fácil de mexer e conta com Android Auto e Apple CarPlay: para o segmento de entrada, é mais do que suficiente.

O espaço interno também é um destaque positivo do Onix. Por conta de sua carroceria alta, com teto igualmente elevado, há espaço para quatro pessoas viajarem com conforto. A linha 2019, inclusive, trouxe cinto de três pontos e encosto de cabeça para todos. Porém, o banco do motorista não é confortável, faltando apoio para pernas mais longas e um melhor suporte para a lombar. A mistura de tecido preto, couro e costuras azuis deixa o visual interessante.

Só que posição de dirigir é muito elevada para um hatch. Mesmo com o banco na posição mais baixa possível, instintivamente tentava deixar o banco mais baixo, por parecer estar na regulagem mais alta possível: a sensação que tinha era de estar atrás do volante de uma Spin. Um ponto também que merece atenção é o fato de que a regulagem de altura é feita por um rotor, enquanto a regulagem do encosto por uma alavanca, o ideal seria justamente o contrário. Além disso, falta regulagem de altura do volante na versão LT. O porta-malas de 280 litros está na média do segmento.

Visual é algo bastante subjetivo, mas é preciso destacar isso no Onix. Quando ele e o HB20 foram apresentados no Salão de São Paulo em 2012, chamaram atenção pela carroceria com vincos fortes, perfil esportivo e aerodinâmico, além de ser uma quebra do padrão visto no segmento de hatches compactos. O facelift recente deu ao Onix mais personalidade, com faróis agressivos, grade dianteira larga e lanternas traseiras recortadas.

Veja aqui a lista de equipamentos da versão LT 1.0

Outro ponto no qual o Chevrolet Onix tenta captar seus compradores é na lista de equipamentos. Foi-se o tempo em que um carro popular tinha ar-condicionado, vidros dianteiros elétricos, travas elétricas e direção assistida somente nas versões mais caras. No caso do Onix LT com o pacote R7J presente na unidade avaliada, o hatch ainda agrega abertura por um toque dos vidros, central multimídia MyLink e retrovisores elétricos. Um pacote interessante para a faixa dos R$ 50 mil.

Bom, mas poderia ser melhor

Debaixo do capô, o Onix guarda uma herança dos tempos de Celta, Corsa e companhia: o motor 1.0 SPE/4 flex. Por mais que tenha sido melhorado diversas vezes, o motor deve em vivacidade quando comparado aos rivais com modernos propulsores de três cilindros. O 1.0 do Onix tem quatro cilindros, 80 cv e 9,8 kgfm de torque com etanol. Esses números são bastante próximos dos rivais, mas na prática, o Onix carece de folego. Ao menos, compensa em economia: são 8,8 m/l na cidade com etanol e 12,9 km/l com gasolina no mesmo circuito.

A cavalaria é suficiente para as situações mais cotidianas dos centros urbanos. As primeiras marchas são curtas, o que garantem ao Onix esperteza nas arrancadas dos sinais, mas o motor parece perder força acima dos 3.500 giros. A transmissão merece elogios à parte. É uma das raras opções de seis marchas atreladas a um motor 1.0, além de ser macia e ter engates curtos e precisos. A última marcha garante rotações mais baixas na estrada, mantendo a quinta para uso urbano em velocidades constantes.

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Apesar disso, a unidade testada apresentava certa dificuldade para engatar a segunda marcha. Não foram raros os casos em que a marcha escapou ou que foi preciso força extra para que ela engatasse, especialmente em situações de baixa velocidade no anda e para do trânsito da capital paulista.

A suspensão do Onix é outro ponto a ser elogiado: ele é macio sem ser molenga. Tal como outros modelos da Chevrolet com a mesma plataforma, como Cobalt, Spin e Tracker, o Onix absorve bem os impactos, tem comportamento previsível e controlado. Não espere por uma dinâmica esportiva no hatch compacto da GM. O mesmo vale para a direção elétrica: apesar da calibragem sensivelmente mais pesada do que em outros rivais, ela é bastante neutra e voltada para o conforto.

Por que conquistou o brasileiro?

O sucesso do Chevrolet Onix é totalmente justificável: ele aproveitou um momento de estagnação do segmento para apostar em uma fórmula nova de hatch moderno, bem equipado, com design chamativo e opção de transmissão automática. Não à toa, se tornou líder de mercado e forçou a aposentadoria de Corsa, Celta, Agile e Sonic.

Hoje, ele se vale da boa fama, do preço condizente com sua proposta, conforto ao volante e uma boa sensação de que a maioria dos centavos foram bem gastos. Mas Onix, cuidado, você e o HB20 elevaram o patamar do segmento, mas seus rivais estão colocando o jogo em um nível ainda mais alto.

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