19/11/2019 - João Brigato / Fotos: João Brigato / Fonte: iCarros
Não existe na história do Brasil uma picape que tenha vendido tanto quanto a Fiat Strada. Líder do seu segmento praticamente desde que surgiu em 1996, ela se mantém no topo do segmento até hoje vendendo fácil mais do que a soma das rivais e até que modelos maiores e com mais tempo de estrada.
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Mas qual o segredo da Fiat Strada para vender tanto? Convocamos a versão Hard Working, a mais vendida da linha, para desvendar suas armas de sedução. Ela foi escolhida na variante Cabine Estendida que reúne o melhor compromisso entre carga e espaço útil na cabine. Mas o preço é salgado. Está preparado? R$ 70.490. Sim, mais de R$ 70 mil.
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O valor sobe mais um pouquinho se for configurada exatamente como o modelo avaliado. Como opcional traz Pack Convivence de R$ 3.200 com rádio, banco com regulagem de altura, vidros e travas elétricas, calota (sim esse simples item é opcional) e protetor de cárter. Adicione a pintura metálica e terá R$ 75.990 por essa Strada.
Na prática, quem compra uma Fiat Strada é através da modalidade de venda direta, fazendo com que o preço seja bem inferior a isso. Mas se preço não é (nem de perto) um atrativo da Strada, o que a faz tão popular? É a tal da robustez.
Parrudinha
A Fiat Strada foi pensada desde seus primórdios no século passado para ser um carro de trabalho. A suspensão com feixe de molas é mais robusta que a usada em VW Saveiro e Chevrolet Montana. Além disso, os anos no batente construíram uma boa fama à picapinha que tem manutenção fácil e barata.
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Nessa versão com cabine estendida, ela é capaz de carregar até 800 litros de bagagem na caçamba, desde que não exceda o limite máximo de 685 kg. Para um modelo de 4,43 m de comprimento, 2,71 m de entre-eixos, 1,59 m de altura e 1,66 m de largura, é consideravelmente bastante.
Leite de pedra
Outro ponto sempre elogiado na Fiat Strada é seu conjunto mecânico. Robusto e de manutenção fácil, o 1.4 Fire quatro cilindros não é dos mais modernos. Afinal, com 88 cv e 12,5 kgfm de torque ele fica muito próximo à cavalaria de motores 1.0 três cilindros mais modernos.
Apesar disso, ele é capaz de entregar força suficiente em baixas rotações – regime ideal para andar na cidade e para conseguir lidar com a carga pesada na caçamba. Bastou pouca pressão no acelerador para que a Strada entregue toda sua energia. Mas não se empolgue pois essa é toda força que ela tem: afundar o pedal no acelerador não animará mais as coisas.
É evidente que a picapinha do Palio ainda consegue tirar leite de pedra com esse motor. Para aproveitar ao máximo a força em baixa, a Fiat equipou a Strada com uma transmissão manual bastante curta. Basta ganhar um pouco de velocidade que ela já pede marcha. Na cidade a 60 km/h a quinta marcha é chamada. Isso resulta em 3 mil giros a 100 km/h na estrada e muito barulho à bordo.
Um porém nessa questão (e que vale ao Fiat Argo Trekking que já foi testado aqui no iCarros) fica por conta dos engates. Eles são muito longos, borrachudos e pouco precisos. Em diversas situações, a segunda marcha exigiu mais força que o normal para ser engatada. A embreagem levinha ao menos ajuda a não cansar tanto no troca-troca de marchas.
Maciez
Como típica pegada da Fiat, a Strada tem boa parte de sua condução voltada ao conforto. A suspensão é bastante macia e absorve bem os impactos e imperfeições da rua. Ao mesmo tempo (e com perdão pelo trocadilho) a Strada vai bem na estrada, sem ficar chacoalhando feito boba ou sendo afetada pelo vento lateral.
Só não vá achando que a caminhonete é feita para curvas fortes. Nessas situações a frente mergulha, a traseira começa a ganhar vida e a Strada mostra que seu habitat é outro. Não é um carro esportivo e nem tenta ser isso, por esse motivo está mais do que tudo bem.
Nessa mesma lógica está a direção hidráulica (há quanto tempo você não ouvia falar de um carro 2019 com direção sem assistência elétrica?). Apesar de ser bastante pesada em manobras, ela devolve bom feedback das ruas e pavimentos ao mesmo tempo em que entrega firmeza necessária em altas velocidades.
1999
Entrar na Fiat Strada é uma verdadeira viagem no tempo. A posição de dirigir não é excessivamente alta ou baixa, mas o para-brisa perto do motorista e a linha do vidro baixa faz evocar sensações do passado. Além disso, alguns componentes estão lá desde que o Palio foi lançado em 1996.
O acabamento é de plástico duro em todos os cantos, deixando no passado o revestimento de tecido que existia nas portas. Há alguns problemas de encaixes como na tampa do airbag do passageiro e plásticos rugosos, no entanto é algo que pode ser visto como perdoável por conta da idade do projeto e para a proposta 100% focada em trabalho.
Não há luxos, sendo o máximo de requinte o ar-condicionado de série a direção com regulagem de altura. Vidros e travas elétricas são opcionais, mas para regular os espelhos retrovisores é bom fazer ginástica. Além disso, o volante tem pegada estranha, é demasiadamente grande e tem materiais ásperos em sua concepção.
O sistema de som é bastante simples e não conta nem com Bluetooth. Aqui vale um caso: eu sou acostumado a tecnologia e costumeiramente reclamo de carros que não tem Android Auto e Apple CarPlay,. Por isso, foi uma luta até entender que o rádio da Strada não tinha Bluetooth (foram várias falhas tentativas de conectar, admito).
Outro ponto está nos bancos: a espuma mole faz com que o corpo desça com o tempo e comece a provocar desconfortos. Depois de algumas horas ao volante, minha coluna reclamou da Strada. Além disso, o mecanismo para dobrá-los e acessar a área estendida da cabine faz com que o encosto retorne em posição aleatória, exigindo novo ajuste ao assumir o volante.
Conclusão
A Fiat Strada definitivamente não é a picape mais moderna do Brasil, mas tem na robustez e na ótima fama seu principal argumento de venda. Se você quer uma caminhonete pequena para trabalhar, ela é sua parceira ideal, especialmente na versão Hard Working que agrega os itens necessários para a sobrevivência no dia-a-dia.
Agora, se você quer apena sum carro com caçamba porque curte esse estilo de carro, talvez seja melhor dar uma passadinha na concessionária da Volkswagen ou conhecer a irmã maior da Fiat Strada.
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