10/08/2017 - Texto e fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
Fazendo uma conta rápida, digamos que, de ônibus, você gaste R$ 3,80 (preço da tarifa de transporte público na capital paulista). Duas viagens por dia e, em média, 22 dias úteis por mês somando 264 dias, ou 528 viagens por ano. Ao final do período foi gasto mais de R$ 2 mil, isso sem contar passeios de final de semana ou integrações intermodais. Aí passa uma Pop 110i, a Honda mais barata do Brasil, ao lado de seu ônibus lotado e você lembra que a moto custa R$ 5.570. Dá uma raiva, não é mesmo? Mas ser barata é uma coisa. Boa é outra. Vamos ver o que essa pequena moto consegue fazer no dia a dia.
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Ficha técnica e equipamentos
Desde a linha 2016, a Pop 110i, como indica o “i”, recebeu injeção eletrônica de combustível. Rodando apenas com gasolina, o pequeno monocilíndrico arrefecido a ar gera 7,9 cv de potência a 7.250 rpm e 0,9 kgfm de torque a 5.000 rpm. O câmbio tem quatro marchas e a transmissão final é feita por corrente. Pode parecer pouco, mas o peso a seco (sem combustível e fluídos) é de apenas 87 kg.
Apesar de compartilhar o conjunto mecânico com a Biz 110i, a Pop tem partida apenas a pedal, seu câmbio conta com embreagem convencional (não automática como na Biz) e a transmissão não é rotativa, as quatro marchas são engatadas para baixo, como na Biz, mas ao se chegar na quarta é preciso voltar todas até o neutro. Na outra moto pode-se pular da quarta para o neutro diretamente, apenas dando mais um toque para baixo na alavanca.
Falando nisso, simplicidade é a palavra de ordem na Pop 110i. De série, pouco mais que uma luz espia para a reserva de combustível. Não há odômetro parcial nem marcador de combustível. Entre os instrumentos, apenas o básico do básico: velocímetro, odômetro total e as luzes espia para neutro, farol alto, piscas, problemas de injeção e reserva.
A Pop usa rodas raiadas de 17 polegadas na dianteira com pneu 60/100 e de 14 polegadas na traseira com pneu 80/100. Os freios, ambos a tambor, têm 110 mm de diâmetro. A suspensão dianteira, com garfo telescópico, tem 100 mm de curso, enquanto a traseira, bichoque, tem 83 mm de curso. O tanque de combustível da Pop acomoda 4,2 litros e a luz da reserva acende quando há apenas cerca de um litro.
Nas medidas, a moto tem 1,84 m de comprimento, 0,74 m de largura, 1,03 m de altura e 1,23 m de entre-eixos. O assento do piloto fica a 749 mm do chão, o que facilita até mesmo pilotos de menor estatura a conseguir colocar os pés com firmeza no chão.
Consumo e manutenção
Não adianta nada a moto ser barata de comprar e, depois, cara de manter, não é mesmo? Da parte da Honda há três anos de garantia. Nas primeiras sete revisões, o óleo a ser trocado não tem custo para o usuário. Veja os preços e os intervalos de revisão:
1ª revisão – 6 meses ou 1.000 km - R$ 28,76
2ª revisão – 12 meses ou 6.000 km - R$ 82,41
3ª revisão – 18 meses ou 12.000km - R$ 301,13
4ª revisão – 24 meses ou 18.000 km - R$ 198,24
5ª revisão – 30 meses ou 24.000 km - R$ 373,06
6ª revisão – 36 meses ou 30.000 km - R$ 95,94
7ª revisão – 42 meses ou 36000 km - R$ 420,62
O iCarros buscou também em lojas especializadas na região da capital paulista os preços dos alguns itens de desgaste da moto que têm preço mais elevado, como pneus e bateria.
Bateria 12V 4Ah
Original: cerca de R$ 150
Paralela: varia entre R$ 120 e R$ 150
Pneu dianteiro
Pneu original (Pirelli MT15 Mandrake): cerca de R$ 160
Pneu na mesma medida de marca alternativa: cerca de R$ 95
Pneu traseiro
Pneu original (Pirelli MT15 Mandrake): cerca de R$ 180
Pneu na mesma medida de marca alternativa: cerca de R$ 80
E não é apenas na revisão e na manutenção rotineira que a Pop 110i economiza. O tanque pode ser pequeno, mas, após rodar cerca de 300 km a moto no trânsito paulistano, a média de consumo foi de nada menos que 50,2 km/l, conferindo cerca de 200 km de autonomia teórica por tanque.
Quem precisa de mais que isso?
Sinceramente, nunca levei a Pop 110i ou a antecessora (Pop 100 carburada) muito a sério. Era da turma que preferia as “motos de verdade”. Mas, depois de uma semana com a moto, essa opinião mudou completamente e, agora, eu respeito muito mais a pequena Pop. Respeito porque ela faz a gente lembrar que, pra ir e voltar do trabalho, uma Pop 110i dá e sobra (e não pesa no bolso).
Mesmo com menos de 8 cv de potência, é leve. Arranca no farol à frente dos carros e, por vezes, à frente de outras motos maiores mesmo. O câmbio de relações curtas ajuda e o fôlego maior provido pela injeção eletrônica faz a Pop 110i parecer ter mais força do que os números sugerem. Claro, com garupa ela sofre um pouco mais. Mas pense assim: com dois adultos de 80 kg em cima da moto, ela está carregando o dobro de seu próprio peso.
Feita pra encarar o que as estradas brasileiras tem de pior para oferecer, a Pop 110i encarou a buraqueira dos grandes centros até com um certo descaso. Mesmo em vias expressas, longe de sua zona de conforto, manteve 90 km/h sem dificuldade, sem vibrar ou fazer barulhos excessivos.
No entanto, estrada e vias rápidas começam a mostrar as limitações da Pop. Ela chega a 90 km/h, sim. Mas você lembra constantemente que os freios são a tambor e a moto vai te exigir mais força na mão e no pé para parar. O vento também a atinge com força, único ponto negativo da leveza da moto.
Confesso que já no segundo dia do teste eu preferi usar vias menores, não por medo da Pop nas expressas, mas porque eu sabia que ia aproveitar bem mais a moto andando num ritmo em que ela estivesse mais à vontade. A moto manobra com uma facilidade maior que ela mesma entre os carros e todos seus comandos são leves na operação. A Pop 110i entra e sai de qualquer vaga – mesmo em ladeiras – com um mínimo de dificuldade.
É exatamente nos pequenos trajetos que Pop 110i brilha mais, pois sua leveza e economia se transformam em praticidade no dia a dia. Quão prática? Eu precisei manobrar a moto parada e usei apenas um braço para levantar a traseira da Pop e criar espaço para outra moto passar no estacionamento.
Mas tem sim o que dizer contra ela, infelizmente. Se a proposta é ser prática e econômica, por que não ter ao menos um gancho para levar coisas? Não há um lugar em toda a Pop 110i (o que não é muito) para acomodar uma sacola, por exemplo. A Biz, no entanto, tem até um pequeno espaço embaixo do banco onde cabe até um capacete menor.
Uma partida elétrica seria bem-vinda, mesmo como opcional. “Bater no pé” em toda partida e a falta de ao menos um odômetro parcial para ajudar a administrar o consumo podem assustar alguns motociclistas de primeira viagem. E também cabe um crítica mesmo: consigo entender o corte de custos, mas não oferecer um freio a disco dianteiro nem mesmo como opcional é algo complicado em pleno 2017.
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