20/08/2021 - Rodrigo França/RF1 / Foto: Divulgação / Fonte: iCarros
Há quem diga que “dinheiro não compra felicidade, mas te faz sofrer em Paris”.
Bom, para o setor automotivo, eu diria que a resposta unânime para esta mesma história é “dinheiro não compra felicidade, mas compra um Porsche 911 GT3, o que basicamente é a mesma coisa”.
Quando recebemos o convite para testar o novo modelo no Autódromo Velocitta, em Mogi-Guaçu, interior de São Paulo, este jornalista fez questão de agradecer ao Rodrigo de 17 anos que passou no vestibular para Jornalismo.
Afinal, foi uma oportunidade única de avaliar na pista este modelo, que tem motor boxer 4.0 aspirado, capaz de gerar 510 cv de potência, fazendo o 0 a 100 km/h em impressionantes 3,4 segundos e com velocidade máxima de 318 km/h.
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Está certo que nosso trabalho é expressar em palavras o sentimento que um carro provoca no motorista, para transportar você dentro do carro com a gente. Entretanto, carros como o 911 são lendários justamente por serem difíceis de explicar. Mas vamos tentar.
Não poderia haver local mais adequado para o teste que o Velocitta.
Com longas retas, onde a gente superou os 210 km/h com facilidade, mas também trechos bem sinuosos, com curvas de baixa velocidade mescladas com outras contornadas em alta velocidade, a 150 km/h.
Local ideal para entender o porque este carro é, mesmo dentro da Porsche, considerado um “fora de série”.
Na Europa, a melhor referência para saber se um carro é realmente um puro esportivo, com DNA de corrida, é na avaliação feita no circuito antigo de Nurburgring – aquele mesmo que foi extinto da F1 nos anos 1970 após quase vitimar Niki Lauda.
É nos 22 km do “Inferno Verde” que o carro revela todas as suas qualidades – e o tempo de volta, não tem jeito, é melhor do que qualquer simulador do mundo.
E o novo Porsche 911 GT3 que testamos no Velocitta foi o mesmo modelo capaz de baixar a volta de Nurburgring para menos de 7 minutos, 12 segundos mais rápido que seu antecessor.
Isso mesmo, se você é um entusiasta, sabe o tamanho desta façanha. Caso não conheça a história tão bem, busque no YouTube câmera on board no circuito completo do “Inferno Verde” e entenda a dimensão deste recorde.
Bom, no meu caso, eu não precisava bater nenhum recorde de velocidade e estava sempre com um outro Porsche na frente sendo conduzido por pilotos campeões das principais categorias brasileiras, como Dennis Dirani, Fabio Carbone, Thiago Riberi e Vitor Baptista.
Então, mesmo com algum conhecimento prévio do traçado e de pilotagem, era fácil identificar os pontos de freada, tangência e retomada, já que o Porsche da frente dá bastante diferença.
Ainda assim, o frio na barriga de acelerar a mais de 200 km/h estava lá. Mas que fique claro: o novo 911 GT3 não te dá sustos, justamente por ter um equilíbrio impressionante nas curvas. Também pudera: passou por um “regime”, que jogou seu peso total para 1.420 quilos, e ganhou cerca de 50% a mais de downforce.
Se você gosta de F1, já sabe que esta é a palavra mágica que os engenheiros e pilotos procuram: a força que empurra o carro para baixo, ajudando ele a contornar mais rápido as curvas e gerando estabilidade e dando assim confiança ao piloto. Isso, claro, sem comprometer a velocidade na reta.
A frente do carro também é impressionante, ou seja, ele está sempre na mão, respondendo imediatamente aos comandos.
Isso ficou ainda mais evidente porque andamos no mesmo dia em outros modelos da marca, como o Porsche Cayenne – que, claro, por ser um SUV, tende a sair um pouco mais de frente se abusamos do acelerador na entrada da curva.
Em resumo, o Porsche 911 GT3 é um carro de corrida que tem permissão para andar na cidade ou na estrada.
O tradicional jargão “testado na pista para ser trazido para a rua”, neste caso, também tem jogo duplo.
Muitos dos componentes deste carro de série na verdade ajudam ele a homologar peças e componentes para os carros que a Porsche usará em competições pelo mundo, como nas categorias GT ou mesmo 24 Horas de Le Mans, na qual a marca alemã é a recordista de vitórias.
Isso porque, desde o início da maior prova de ndurance do mundo, os organizadores exigiam da fabricante um mínimo de carros de série para permitir a entrada na prova. O que fazia todo sentido justamente para ajudar o desenvolvimento tecnológico das competições.
Assim, não adianta a Porsche fazer “um foguete” único para vencer em Le Mans – ela precisa vender um número determinado (250 unidades, por exemplo) para homologar seu carro na competição. Sorte de quem tem R$ 1.149.000 ou consegue um dia para pilotar uma máquina como esta – caso deste jornalista aqui.
A sensação de pilotar fica ainda melhor trocando as marchas manualmente atrás do volante – acredito que a principal opção de quem compra este carro, embora o câmbio PDK de 7 marchas faça o mesmo trabalho também no modo automático com maestria.
A sensação é que ter um Porsche 911 GT3 e colocar para acelerar em um autódromo é a mesma de ter comprado para o seu quintal uma montanha-russa particular. Não por acaso, todos os modelos importados para o Brasil já tiveram suas vendas esgotadas.
E este não é um fenômeno brasileiro – é fato que a pandemia está dificultando a logística de vendas de carros novos, mas a questão para modelos super esportivos como este é outra. De que vale o dinheiro ficar “parado” se ele pode trazer felicidade a 200 km/h em uma pista de corrida?
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