Picapes leves: qual a melhor para comprar em 2022?

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Fiat Toro Endurance

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Fiat Toro Endurance

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Renault Oroch

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Renault Oroch

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Fiat Strada Volcano

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Fiat Strada Volcano

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Saveiro Cross

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Saveiro Cross

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De certa forma, as picapes leves conseguem oferecer – ou, quem sabe, carregar com elas – o melhor de dois mundos: o espaço e a praticidade de um utilitário “de trabalho” com um tamanho e uma dose de conforto suficientes para serem, também, carros de passeio para o dia a dia.

Hoje, em nosso mercado, temos disponíveis quatro modelos desse tipo: as compactas VW Saveiro e Fiat Strada e as – digamos – intermediárias (entre compactas e médias) Renault Oroch e Fiat Toro, com preços que vão de R$ 89 mil até R$ 217 mil. Falamos de – e comparamos – todas elas neste post.

Quem é quem:

VW Saveiro

Modelo mais veterano do mercado, a picape é oferecida hoje basicamente a mesma que foi lançada em 2010, recebendo algumas modificações estéticas e melhorias ao longo dos anos (como a versão cabine dupla, que chegou em 2014). 

É também a única do grupo que não oferece a opção de quatro portas nem de câmbio automático. Por outro lado, há boas tradições que parecem imunes ao tempo e seu conjunto de motor bem-disposto, câmbio justinho e bom acerto de suspensão fazem dela um carro bem gostoso de dirigir.

O modelo é equipado com um motor 1.6 MSI 16V flex, que gera até 116 cv de potência e torque foi de 16,1 kgfm, sempre acompanhado por um câmbio manual de cinco marchas que são capazes de levar as suas opções de cabine simples, mais leves, do 0 aos 100 km/h em pouco menos de 10 segundos.

Daí, das três, ser a que tem mais “jeitinho esportivo”, menos no sentido da aventura ou mesmo dos números, mais da postura no asfalto e da sensação ao dirigir. 

A parte chata dessa característica é o fato de não oferecer opção de quatro portas, o que obriga eventuais passageiros extras a uma pequena dose de contorcionismo para embarcar no não muito espaçoso banco de trás.

A Saveiro 2023 é oferecida em quatro configurações, duas de cabine simples e duas de cabine dupla. Todas com ar condicionado e vidros elétricos de série. Eis suas versões: Robust CS (entrada, a partir de R$ 89.350), Robust CD (R$ 107.420),  Trendline CS (R$ 94.210) e Cross CD (topo de linha, por R$ 121.860).

Fiat Strada

A “picapinha” da Fiat ganhou uma nova geração em 2020 e, com ela, um tremendo fôlego para manter sua já longa liderança no mercado. O sucesso é tanto que, em alguns meses recentes, ela foi o carro mais vendido no Brasil, desbancando até os hatches compactos mais baratos.

Prática e com boa fama em termos de resistência e baixo custo de manutenção, a Strada agrada desde quem a tem como ferramenta para o trabalho duro aos que veem nela uma companheira para o esporte e o lazer. 

E, com a recente chegada das quatro portas e, mais recentemente, do câmbio automático CVT, esse público cresceu ainda mais, colocando o modelo como uma virtual opção interessante aos SUVs de sua faixa de preço. É altinha do chão, tem estilo aventureiro e, se não impressiona pelo desempenho, também não decepciona e ainda proporciona boa economia de combustível.

A Strada está disponível em seis versões, duas com cabine simples e quatro com a dupla. São elas a Endurance Cabine Plus (de entrada, por R$ 96.290), Freedom Cabine Plus (R$ 102.990), Freedom Cabine Dupla (R$ 108.990), Volcano Cabine Dupla (R$ 113.490) Volcano Cabine Dupla AT (R$ 122.790) e a topo de linha Ranch Cabine Dupla AT (R$ 127.890). 

A exceção da Endurance, que tem motor 1.4 Evo Flex, mais antigo (de até 88 cv e 12,5 kgfm), todas as demais são equipadas com o 1.3 Firefly, de até 107 cv de potência e 13,7 kgfm de torque.

Confira aqui nossos test-drives com diferentes versões da Strada: aqui, a Volcano automática e aqui, a Freedom Cabine Plus, manual.

Renault Oroch

A versão picape do SUV Duster surgiu no Brasil em 2015 e, por poucos meses (até a chegada da Fiat Toro), foi pioneira, tanto em tamanho (situado entre as mais compactas e as médias) quanto por oferecer quatro portas. 

Embora não tenha sofrido grandes modificações estéticas, em 2022, sua linha aposentou o antigo motor 2.0 16v Renault, que foi substituído por um interessante 1.3 Turbo, desenvolvido pela montadora em parceria com a Mercedes Benz. 

Além disso, foi-se também o velhusco câmbio automático de quatro marchas, trocado por uma caixa do tipo CVT, mais moderna e que mudou radicalmente – para muito melhor – o comportamento do carro, que, em sua versão mais cara, se tornou bem divertido de guiar e um ótimo companheiro para viajar.

A Renault Oroch é oferecida hoje em três versões distintas, todas elas com cabine dupla e quatro portas. A de entrada é a PRO (R$ 111.300,00), seguida pela intermediária Intense (R$ 117.100,00) e pela topo de linha Outsider (R$ 142.900,00). 

As duas primeiras são equipadas com o já bem conhecido motor 1.6 SCe 16v flex aspirado, com até 120 cv de potência e 16,2 kgfm de torque, acoplado a um câmbio manual de seis marchas. 

Já a mais cara traz o já mencionado e bem mais moderno propulsor 1.3 Tce, que gera até 170 cv e 27,5 kgfm, com um câmbio automático CVT que simula oito velocidades.

Fiat Toro

Com uma plataforma que compartilha muitos componentes com modelos Jeep, a Toro domina amplamente a categoria das médias compactas, inaugurada pela rival dos parágrafos acima, desde que chegou às lojas, em 2016. Esse parentesco explica, em parte, sua boa dirigibilidade e dinâmica.

E, também, o bom padrão de acabamento, comum à grande maioria dos modelos e versões produzidas pela Stellantis (dona das duas marcas e de muitas outras) em Goiana, PE. Desde a mais barata, a picape impressiona pelos materiais e já traz um razoável pacote de acessórios e motor potente.

A Toro é hoje oferecida em sete versões, todas com cabine dupla e quatro portas, começando pela Endurance (R$ 142.000,00) e seguindo com a Freedom (R$ 153.600,00), Volcano Flex (R$ 168.000,00), Volcano 4x4 (R$ 192.900,00), Ranch 4x4 (R$ 215.400,00) e a topo de linha Ultra 4x4 (R$ 217.600,00). 

Todas as opções com tração nas quatro rodas (4x4) são equipadas com motor turbodiesel 2.0 que produz 170 cv de potência e 35,7 kgfm de torque, e câmbio automático de novo marchas, enquanto as demais trazem o 1.3 T270, flex turbinado que gera até 185 cv e torque de 27,5 kgfm, e têm câmbio automático de nove marchas.

Aqui, nosso test-drive com a Toro Endurance com motor 1.3 turbo e aqui, com a intermediária Volcano.

Os pontos fortes e fracos

A Volkswagen Saveiro tem na sensação de dirigir o seu ponto alto. De todas as picapes de que tratamos aqui, é de longe a que “mais parece um carro de passeio”, no melhor sentido da expressão. Seu comportamento – não por acaso – lembra o das melhores versões do irmão (ou pai?) Gol.

Por outro lado, é também a mais defasada em termos de projeto e a menos confortável para os passageiros. Em sua versão de cabine simples, leva até 662 kg ou 924 litros de carga. Na dupla, são 641 kg e 580 litros. Sua opção Robust é, hoje, a mais barata do segmento.

A Fiat Strada agrada pelo jeitão aventureiro e ótima posição de dirigir, mas fica devendo um pouco no padrão dos materiais utilizados para seu acabamento interno. Seu painel de instrumentos, herdado do Mobi e do extinto Uno, é de fácil leitura, mas extremamente simples, um pouco básico demais

Por outro lado, as quatro portas de suas versões de cabine dupla melhoram muito o seu uso com passageiros, ainda que o espaço interno atrás não seja dos maiores. É bem econômica no consumo. Leva até 600 kg e 844 litros na caçamba com cabine dupla e 650 kg e 1.354 litros na da cabine plus.

Tanto Oroch quanto a rival Toro têm suspensão traseira do tipo multilink e um bom comportamento em marcha para picapes que são, mas a Renault, a despeito de seu câmbio automático do tipo CVT, passa uma sensação de ser ligeiramente (com trocadilho) mais ágil que a Fiat. 

Isso talvez se explique em parte pelos 238 kg a menos que a Oroch tem em relação à Toro. Ambas pecam por trazerem freios a tambor – e não a disco – nas rodas traseiras.

O custo-benefício é o maior argumento de venda da Renault Oroch, cuja versão mais completa e potente – a Outsider – custa praticamente o mesmo que a Fiat Toro mais barata, a Endurance, que não traz, por exemplo, rodas de liga leve, mas sim de aço. 

Esse pacote, no entanto, não se equipara aos que trazem as Toro mais caras, claro, mas aí a diferença em reais também é bem significativa.

Uma lógica semelhante poderia ser aplicada à comparação das versões 1.6 manuais da Oroch com as que trazem esse tipo de câmbio da Strada. Os preços são próximos, o desempenho semelhante e o espaço interno da Renault é um pouco mais generoso. 

Ela perde, no entanto, em termos de atualização, pois seu projeto é mais antigo, e também no que diz respeito ao consumo de combustível. Sua capacidade de carga chega a 680 kg (versão PRO) e até 683 litros, perdendo em espaço para a Fiat Strada. 

A Fiat Toro se destaca pela variedade de versões, que chegam a ter uma diferença de preço de mais de R$ 75 mil entre a mais barata e a mais cara delas. Por outro lado, desde sua opção mais simples, o modelo incorpora uma série de itens interessantes, como painel digital e comandos elétricos para vidros e espelhos, por exemplo.

E também oferece um desempenho bem interessante para uma picape, sendo bem resolvida de suspensão e passando uma sensação de segurança e estabilidade – desde que respeitados os limites do bom senso, claro. 

Seu isolamento acústico e térmico interno é digno de elogios, também e, de um modo geral, ela é mais silenciosa – tanto em termos de motor quanto de suspensão, rodas etc. – que a rival da Renault. Nenhuma das duas concorrentes, no entanto, se destaca pela economia de combustível.

E, de todas as picapes que mencionamos aqui, é a que oferece o melhor acesso à caçamba, graças a sua configuração com tampas duplas que se abrem para as laterais.

E então?

Costumam dizer que “os números falam por si”. No caso desse nosso pequeno (e despretensioso) comparativo, poderíamos mencionar o volume de vendas das duas picapes Fiat – ambas há tempos entre os veículos mais emplacados no País – como um atalho para uma concl

Afinal, com 86 mil e 38,8 mil unidades vendidas entre janeiro e setembro de 2022, Strada e Toro, respectivamente, foram as preferidas pela imensa maioria, deixando Saveiro, com pouco menos de 13 mil e Oroch, pouco menos de 8 mil, bem distantes (dados da Anfavea).

Para além dos algarismos, porém, vale considerar que os outros dois modelos, de certa forma, ocupam nichos de mercado, atendendo a critérios de uma parcela não tão pequena assim de compradores. Custo-benefício e algumas caraterísticas como as que mencionamos neste post podem explicar isso.

E você, quais características mais valoriza em uma picape? Qual delas escolheria para estacionar em sua garagem?

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