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O que achamos da Nissan Frontier Attack 2023?

Um test-drive com a versão intermediária da picape média, que acaba de passar por uma plástica facial e custa R$ 274.890

19/11/2022 - Henrique Koifman/RF1 / Fotos Henrique Koifman / Fonte: iCarros

Por uma semana, usei a Nissan Frontier Attack 2023 que você vê na galeria de fotos deste post para tudo o que faria com o meu próprio carro – incluindo muitos trajetos curtos e urbanos e uma viagem curta. Neste post, falo sobre essa experiência e, também, do que concluí sobre o utilitário.

Nissan Frontier Attack 2023: o test-drive

Picape de porte médio (midsize) da Nissan, a Frontier tem na versão Attack, quem sabe, a sua opção mais descolada. Se, de um modo geral, ela é equipada apenas com o básico, por outro lado esbanja estilo, marcado por detalhes quase minimalistas e que destacam o desenho do modelo. 

Vale lembrar que a Frontier 2023 traz novidades em relação ao modelo anterior, especialmente em termos estéticos: ela ganhou uma nova frente, ficando idêntica à que fora lançada lá fora em 2021. E, também, uma série de recursos de segurança bem interessantes.

A maioria desses recursos, no entanto, estão disponíveis apenas nas versões mais caras e, portanto, não estão presentes na Attack. A simplicidade, aliás, foi um dos primeiros aspectos do carro a me chamarem a atenção – para bem e para mal.

Ser simples definitivamente combina bem direitinho com espírito “descolado” dessa versão – “harmonizando” detalhes em preto, como rodas, espelhos, grade dianteira, maçanetas das portas, forrações, faixas e grafismos. Seu impacto visual inicial é bem positivo.

Por outro lado, embora picapes desse tipo tenham uma vocação primordial para o trabalho e, por isso, costumem priorizar a robustez e a funcionalidade, é meio estranho não encontrar a bordo comodidades que, hoje, fazem parte do cardápio da maioria dos compactos intermediários. 

A versão Attack custa hoje R$274.890* e fica, literalmente, no meio da tabela de preços da Nissan Frontier, entre a SE (R$ 266.890*) e a XE (R$ 290.890*). No topo, reinam a Platinum e a PRO-4X, ambas a R$323.890. 

(*) Preços “a partir de”, base Brasília, fornecidos pelo site da montadora em 11.11.2022.

A Attack não deve nada às irmãs mais ricas em termos de motorização e desempenho, trazendo sob o capô o mesmo motor 2.3 16V biturbo a diesel com injeção direta de combustível. 

Ele funciona harmoniosamente com um bom câmbio automático de sete marchas com modo sequencial – que permite trocas apenas pela alavanca de mudanças, no assoalho –, ele rende bons 190 cv de potência e 45,9 kgfm de torque.

Em marcha

E foi a boa disposição que me fez sorrir pela primeira vez ao volante dessa Frontier, assim que, me desvencilhando do trânsito mais pesado, pude entrar com ela em uma via expressa pela primeira vez. Ela mostra grande reserva de torque e respostas rápidas, para um carro desse peso e tamanho.

Construída do “modo tradicional” para esses utilitários duros-na-queda – ou seja, com a carroceria montada sobre um chassi montado com longarinas de aço –, ela até que não passa tanto a sensação de transferência de peso e de oscilações típicas do gênero.

E parte do mérito por isso vem do fato de ela contar com uma suspensão traseira do tipo multibraços (muiltilink) com molas helicoidais – e não a mais comum, baseada em feixes de molas, usada na imensa maioria das rivais. 

Com ela, mesmo quando sua caçamba está vazia e não há passageiros no banco de trás, a Attack não “quica”, como costuma acontecer com esses carros. Bom para o motorista, melhor ainda para os passageiros do banco de trás, que contam com um tanto a mais de conforto.

Outra boa diferença é o fato de ela contar com freios a disco nas quatro rodas, impressionando pela precisão e suavidade, mesmo nas freadas mais bruscas. E, na hora de acelerar, é possível selecionar no câmbio o modo “sport”, que estica as marchas e dá à picape uma dose extra de ânimo.

Não que isso tudo signifique que você possa dirigir essa Frontier “como um carro”. Não mesmo. Lá estão o mesmo centro de gravidade elevado, rodas grandes (aro 17) e peso que recomendam juízo em dobro nesses modelos, ainda que contem com o apoio cuidadoso dos sistemas eletrônicos de estabilidade.

Como estamos na primavera, choveu pelo menos a metade do tempo em que estive com essa picape. Num desses dias, sob uma verdadeira tempestade, resolvi enfrentar uma subida muito íngreme, pavimentada de ensaboados e desnivelados paralelepípedos. 

Para isso, selecionei no painel – que é auto explicativo e facílimo de usar – a opção “4x4 high”, que aplica a tração nas quatro rodas. E segui montanha acima, contra as águas de um verdadeiro rio que descia contra o carro, com uma tranquilidade digna de um super-herói.

Se a coisa complicasse, ainda teria como recurso extra usar a opção “4X4 low”, que reduziria a ação do câmbio e gerenciaria a tração para otimizar o contato das rodas com o piso. A hecatombe, porém, não era para tanto. Voltaria a usar o 4x4 em trechos escorregadios em outras ocasiões.

Conforto e espaço

Como mencionei acima, a Attack é uma versão intermediária que traz mais charme do que equipamentos. Ainda assim, vem com boa central de multimídia de 8 polegadas e outra tela digital de TFT de 7 polegadas no painel, entre o velocímetro e o conta-giros analógicos, para o computador de bordo.

A forração dos (bons) bancos é em tecido texturizado de toque agradável, o volante tem regulagem apenas de altura, mas espelhos externos têm regulagem elétrica e rebatimento. O ar condicionado tem comando analógico, mas é muito eficiente e conta com uma saída para o banco traseiro.

O carro conta com seis airbags, controles de tração e de estabilidade, auxiliar de partida em rampa e uma providencial câmera de ré – viva! –, mas não traz sensores de distância nos para-choques, o que exige do motorista cuidado redobrado em manobras em locais apertados, como garagens.

Outra ausência que senti foi a de faróis com luzes de LED – presentes nas versões mais caras da Frontier. Não que a iluminação da Attack seja ruim, mas depois que você usa um carro com faróis de LED, a sensação ao volante de outros, às vezes, é a de guiar com óculos escuros.

Achei a posição de dirigir bem confortável e, mesmo com relativamente poucas opções de regulagem para o banco, encontrei um ponto bom o suficiente para ter conforto, boa visibilidade e alcance a todos os comandos – até a chavinha para a seleção do modo “sport”, meio distante.

Com o assento regulado para os meus 1,87m, me sentei no banco de trás e… bom, não digo que viajaria ali espalhado, mas isso não me exigiria contorcionismos. Por utilizar, como mencionei, o chassis separado da carroceria, o assoalho para os passageiros ali é um pouco alto, mas sem exageros.

O encosto do banco é mais para a vertical (típico em picapes), mas, de um modo geral, ele é confortável e não gerou reclamações nos caronas.

Um pequeno carreto

Toda vez que pego uma picape dessas para testar fico torcendo para que surja uma oportunidade, digamos, utilitária para poder usar sua caçamba. Bicicletas, compras, o cooler e as cadeiras do churrasco… já levei muita coisa. Desta vez, pude carregar ali uma cômoda e um estrado de cama.

Segundo a Nissan, a caçamba da Frontier 2023 ganhou altura em relação à antecessora – 25 mm, perto da cabine, e até 50 mm nas laterais, perto da tampa. Com isso, pode levar até 1.054 litros de carga e 1.043 kg. Sem muito esforço, consegui fixar os móveis com esticadores e eles saíram intactos.

A Attack não vem com protetor de caçamba (usei um velho tapete para não arranhar o assoalho) e conta apenas com quatro ganchos para fixação, algo infelizmente comum nesse segmento. Mas vem com um santantônio que, além de estiloso, fornece outros pontos de amarração. E tem uma útil tomada de 12v.

Na estrada

Completei minha avaliação com uma pequena viagem de uns 100 km, rumo norte, em busca de um belo pôr-do-sol na praia (e consegui!). Com o trânsito livre, a Frontier manteve tranquilinha os 80 ou 100 km/h regulamentares, ronronando suave. E devorou a pequena serra do percurso com garbo.

As ultrapassagens (poucas) que fiz em trechos de mão dupla foram fáceis e seguras, graças ao bom desempenho e agilidade das acelerações (lembrando que o carro estava vazio). O peso da direção é sempre correto, nem muito leve, nem pesado, deixando a Frontier sempre “na mão”.

No final das contas, rodei um total de pouco mais de 320 km, com uma média de 9,5 km/litro, segundo o computador de bordo. Não foi a picape mais econômica desse tipo que avaliei, tampouco a mais gastadora. Na média e, para seu peso e capacidade, penso que bem aceitável.

E então?

Para quem curte picapes médias (ou médias-grandes, para nós aqui no Brasil), a Nissan Frontier Attack é uma opção bem interessante. Tem aquele jeitão de caminhãozinho, em porte, sons e altura em relação aos outros veículos que esse tipo de carro proporciona e ainda é bem gostosa de dirigir.

Embora, como comentei, não traga lá muitos acessórios e recursos de conforto, conta com o básico fundamental para que seja usada com segurança e praticidade, com um custo-benefício interessante, especialmente se comparada às outras versões de sua gama – incluindo aí o tal estilo descolado.

Para que você possa comparar, listo aqui alguns modelos concorrentes mais ou menos da mesma faixa de custo dela e com motorização e desempenho equivalentes, disponíveis hoje em nosso mercado. Todos os preços são “a partir de”:

Chevrolet S10 Cabine Dupla AT (versão mais simples de sua linha) R$ 252.090.

Toyota Hilux Cabine Dupla SR 4×4 AT (a versão automática mais barata) - R$ 273.090,00

Mitsubishi L200 Triton Sport GLS - R$ 263.990,00

Ford Ranger XLS 2.2 Diesel 4x4 AT 2023 - R$ 269.155

A VW Amarok só está disponível atualmente com motor V6 e sua versão Comfortline, a mais barata, custa R$ 301.460,00.

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