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O Jeep Renegade Moab vale a pena?

Dirigimos o SUV com motor a diesel e tração 4x4 mais barato do mercado e o comparamos com alguns de seus concorrentes

27/04/2021 - Henrique Koifman / Foto: Henrique Koifman / Fonte: iCarros

O Jeep Renegade Moab é, hoje, a opção mais barata entre os SUVs com motor a diesel em nosso mercado. Mas será que vale a pena pagar os R$ 152.990 pedidos por ele? Adianto a resposta aqui, logo no começo do texto, sem medo de que o “spoiler” o afaste, leitor: depende. 

Faz tempo que os SUVs deixaram de ser sinônimos de carros aventureiros e passaram a ser só mais uma categoria “de passeio” igual a qualquer outra, como sedãs e hatches.  

Mas, ainda que a imensa maioria dos carros desse tipo se diferenciam dos outros apenas pela estética, uma pequenina parcela deles é realmente preparada para enfrentar caminhos mais difíceis.  

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O Jeep Renegade Moab faz parte desse clubinho mais restrito. Equipado com motor turbodiesel e um sofisticado sistema de tração nas quatro rodas, mesmo não sendo um trilheiro radical, ele tem capacidade de superar trajetos ruins com certa desenvoltura. 

É claro que, para quem não tem nada que não seja bem pavimentado em seus roteiros, talvez não faça muito sentido, mesmo, pensar nessa versão. Na própria linha Renegade existem opções a partir de pouco menos de R$ 90 mil. 

Por R$ 129 mil, por exemplo, leva-se a completíssima Limited 1.8 flex, muito mais bem equipada em termos de acabamentos e acessórios. E uma olhadinha na concorrência abre esse leque muito mais ainda, desde que, insistimos, a intenção seja ter apenas o estilo utilitário na garagem.  

Se a ideia, no entanto, for comprar um carro que chegue bem àquele sítio no alto da montanha, atravessando aqueles 5 ou 25 km de barro e cascalho, mesmo depois – ou durante – a chuvarada, aí a coisa muda um pouco de figura. Nesses casos, ter tração nas quatro rodas pode significar dormir em casa, e não na estrada. 

Concorrentes 4x4 

Hoje, com tamanho próximo ao Renegade, tração 4x4 e câmbio e ar-condicionado automático, o concorrente mais barato seria a versão mais caprichada 4Style automática do Suzuki Jimny Sierra. Importado do Japão, ela sai por a partir de 158.990, mas é movida a gasolina. 

Além disso, o (bom) jipinho nipônico tem um motor 1.5 de 108 cv de potência e 14,07 kgfm de torque – contra os 170 cv e 35,7 kgfm do Jeep. Números, aliás, que fazem com que também no asfalto o Renegade seja um carro ótimo de se dirigir, com arrancadas e retomadas bacanas. 

Também a diesel e com tração integral, há no mercado ainda o Troller T4 (a partir de R$ 164.540, com). Com 200 cv e 47,9 kgfm ele é um verdadeiro trator preparado para trilhas, mas é pode ser desconfortável para se dirigir no trânsito urbano – e para levar passageiros. 

Embora não seja um SUV, e sim uma picape (e, por isso, bem mais comprida), vale incluir aqui a versão Endurance 2.0 diesel AT9 4x4 da “prima-irmã” Fiat Toro. Com a mesma mecânica, ela sai exatamente pelo mesmo preço do Moab: R$ 152.990. Ela é, também, a cabine dupla mais barata com esse combustível. 

Andando junto com os mais potentes 

Na ponta do lápis, o bom desempenho coloca o Moab em condições de competir, também, com concorrentes espertos flex a gasolina com tração em apenas duas rodas – como o VW T-Cross 1.4 Tsi de 150 cv (que mais completo sai por R$ 143.600) – e 4 rodas, como os Suzuki S-Cross e Vitara 1.4 Boosterjet de 146 cv (a partir de R$ 153 mil) e o Subaru XV de 156 cv (a partir de R$154.900). 

Menor preço, maior simplicidade 

É claro que para trazer um Renegade a diesel para uma faixa de preço mais baixa, a Jeep deixou de colocar a bordo uma série de acabamentos, recursos e acessórios de suas versões mais caras. Para começar, os bancos aqui são forrados em tecido.  

Além disso, não há borboletas para a troca manual de marchas no volante (apenas na alavanca, no assoalho), os faróis e lanternas não são de LED e não têm acionamento automático e a central multimídia tem tela um pouco menor. Faltam, ainda, detalhes como espelho retrovisor interno fotocrômico (anti-ofuscante). 

São, claro, todos itens de conforto. Em termos de performance e recursos – incluindo os modos pré-programados de tração para areia, neve, lama e pedras e os controles de tração e estabilidade –, está tudo lá. De mais importante, mesmo, ficaram de fora os airbags laterais de cortina – há apenas dois, para motorista e passageiro. 

Do lado de fora, a tal simplificação fez com que os retrovisores, molduras, maçanetas, rodas, rack e a grade dianteira sejam pintados de preto, e não cromados ou na mesma cor da carroceria. Para muita gente – eu, inclusive – isso tornou o modelo até mais bonito. 

Minhas impressões ao volante 

Usei o Renegade Moab durante uma semana, a maior parte do tempo em trânsito urbano, com uma pequena viagem (menos de 200 km) rodoviária. Conto isso para dizer que, além de seus dotes para a tal estrada ruim para o sítio, ele é um carro bem interessante para o dia a dia urbano, também. 

Se o espaço para bagagens é relativamente pequeno (320 litros de capacidade), o acesso a elas é facilitado pela altura do solo e pelo fundo plano do porta-malas. O espaço interno é comparável ao de um bom hatch compacto, levando dois adultos de estatura mediana confortavelmente sentados no banco de trás.  

Mesmo sendo um veículo construído para aturar buracos e calombos pelo caminho, a suspensão desse Jeep é surpreendentemente confortável, sem ser molenga, e absorve bem a maioria dos pequenos “acidentes” do piso.  

Além disso, a despeito de ser um pouquinho mais barulhento, o motor diesel não chega a incomodar. Ponto para o bom isolamento acústico, que certamente é ajudado pelas forrações acolchoadas dos painéis com ótimo acabamento. Os bancos, mesmo em tecido, são bem agradáveis ao contato. 

A posição de dirigir, altinha como deve ser em um SUV, é boa e todos os comandos e informações mais importantes estão ao alcance das mãos e dos olhos. A visibilidade geral, tanto à frente quanto pelos espelhos, é bem satisfatória. Por seu formato quadradinho, o Renegade é bem fácil de manobrar e estacionar, ainda mais com a ajuda da câmera de ré. 

É claro que um carro mais alto como esse não pode ser comparado com modelos mais “no chão” em termos de estabilidade e de arrojo na direção. Mas, como mencionei, as boas respostas do motor turbodiesel, já em baixas rotações, tornam esse Renegade esperto e até gostoso de dirigir. 

E, se não é decisivo para essa boa sensação, o câmbio automático pelo menos não atrapalha. Suas trocas são suaves e, de um modo geral, vêm na hora certa. Suas nove marchas aproveitam a força do motor de forma eficiente e certamente são um dos motivos para que esse Jeep seja econômico. 

Entre estradas e ruas, ao fim dos cerca de 350 km que percorremos, registramos no computador de bordo uma média de pouco mais de 11 km/litro, o que não é nada mau. 

Afinal, você compraria um? 

Como adiantei já na abertura deste post, comprar um Renegade Moab vale a pena dependendo de suas necessidades e do uso que fará dele. 

Mas, se por um lado pode não fazer muito sentido gastar mais para ter um carro a diesel e com tração para andar somente no asfalto, por outro, o fato de ter essa configuração não atrapalha em nada esse Jeep quando usado como simples carro de passeio. 

Por isso, ainda que possa parecer um pouco contraditório, se eu estivesse procurando um SUV na faixa dos R$ 150 mil, o Renegade Moab seria uma das primeiras opções. 

Quem sabe, comprando primeiro o jipe, depois não venha depois aquele sítio no alto da montanha, com a estrada de barro e pedras que fica horrível nos dias de chuva... 

Vamos à ficha técnica do modelo (dados do fabricante): 

Jeep Renegade Moab 2.0 Diesel 

Motorização2.0 litros, quatro cilindros, turbodiesel, 170 cv de potência (a 3.750 rpm), 35,7 kgfm de torque (a 1.750 rpm) 

Câmbio: automático, nove marchas, tração 4x4 com reduzida e opções de terreno 

Suspensão:  

Dianteira e traseira: tipo McPherson e com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas helicoidais 

Freios a disco, ventilados na dianteira e sólidos na traseira 

Pneus: 215/60 R17 

Dimensões: 4,23 m (comprimento) / 1,81 m (largura) / 1,71 m (altura), 2,57 m (entre-eixos) 

Bitolas: dianteira 1.550 mm, traseira 1.552 mm 

Altura livre do solo entre os eixos: 216 mm 

Ângulo de ataque: 30° 

Ângulo de saída: 33° 

Ângulo de rampa: 22° 

Peso: 1.641 kg 

Tanque: 60 litros 

Porta-malas: 320 litros 

Consumo: 10,1 km/l (cidade) /12,5 km/l (estrada) 

0 a 100 km/h: 9,9 segundos

Velocidade máxima: 190 km/h 

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