ML 320 CDI desmistifica o diesel

A primeira impressão que tive a respeito de carros a diesel foi há alguns anos, quando dirigi uma picape de um amigo. Na ocasião, o fato que mais me chamou a atenção foi a vibração da alavanca do câmbio e o barulho vindo do motor. Como diria ele na época, “é carro de macho”. Nada contra os machistas nem as feministas, mas, no que depender da Mercedes-Benz, este tipo de conclusão já está fora moda.

Isso porque desde o meio do ano, a marca alemã vende no Brasil a versão a diesel do utilitário ML. Equipado com um motor 3.0 V6 a diesel de 224 cv de potência, o carro é extremamente silencioso a bordo e não emite a característica fumaça branca pelo escapamento. O exemplar da Mercedes vem importado ao País por R$ 292 mil, com transmissão automática seqüencial 7G-Tronic e alguns “mimos” que levam o veículo muito além da classe.

Funções exigem um tempinho de estudo

No que diz respeito ao desenho do carro, o principal destaque está na enorme estrela cromada estampada na grade dianteira. Na lateral, os olhos se voltam para as enormes rodas de 20 polegadas. O ML intimida não só pelo tamanho, mas pela quantidade de botões e comandos em seu interior. Se a primeira barreira foi vencida - afinal, são quase 3 metros de entreeixos (2,91 m) e 2 metros de largura (1,91 m) -, é hora de sentar ao banco do motorista e gastar, no mínimo, meia hora para entender o que cada sigla e desenho representam.

O primeiro passo é desativar o freio de mão que, assim como outros modelos da marca, é acionado por meio de uma alavanca próxima ao pé esquerdo. Para soltá-lo, há outro mecanismo identificado pela letra P. Segundo passo, engatar o câmbio que, provavelmente, está no console, certo? Errado. Para dar espaço a porta-copos e um porta-objeto, a MB instalou a alavanca da transmissão à moda dos carros antigos, ou seja, saindo da coluna da direção. No começo, o motorista estranha, mas, com o tempo, é fácil de se acostumar.

Nesta alavanca estão os comandos básicos: P (parado), R (ré), N (neutro) e D (drive). Peraí, até que ponto podemos classificar como básico? Na ré, uma câmera traseira é ativada – do mesmo tipo da que é encontrada no Audi Q7, um dos seus rivais – e mostra parte do que está atrás do carro. Para quem não se contenta, há sensores de estacionamento dianteiro e traseiros, os quais funcionam por meio de avisos sonoros e luminosos.