Mercedes Classe C300 é exemplo de que sedans não vão morrer

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A onda de SUVs aumenta cada dia mais nos números de vendas das montadoras e a dúvida que fica é se os sedans ainda terão vidas longas no Brasil ou se terão o mesmo destino das peruas (station wagon). Se depender do que o novo Mercedes-Benz Classe C 2022 oferece, certamente há uma esperança no final do túnel. 

Equipado com motor quatro cilindros 2.0 de 257 cv e 40,7 kgfm de torque, esse sedan híbrido-leve vem com auxílio do sistema EQ Boost de 48V, que ainda proporciona mais 27 cv e 20,4 kgfm ao C300 AMG Line.

Vale lembrar que ele também possui um irmão de entrada, o C200, oferecido com motor 1.5 de 204 cv e 30,5 kgfm de torque. O câmbio é sempre automatizado de dupla embreagem com nove marchas.  

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Mas hoje o nosso foco é mesmo na versão topo de linha com pacote Night no acabamento externo, incluindo spoiler e para-choque com difusor na traseira aumentado a esportividade.  

A dianteira é destacada pela nova grade com mini-estrelas e os faróis Digital Light, contribuindo para a nova assinatura em LED. O antiofuscamento é bem interessante, com variações de iluminação de acordo com o trecho da rodovia ou da rua.  

A traseira tem novas lanternas que são bipartidas pelo porta-malas de 455 litros. As rodas dessa versão são de 19 polegadas, enquanto o C200 utiliza as de 18 polegadas. 

A sensação de acelerar o Classe C 

Posso dizer que é algo único. Mesmo sendo um carro de dimensões generosas, são 4.751mm de comprimento, 1.820 mm de largura e 2.865 mm de entre-eixos, quem tiver interesse de colocar o Classe C em um track day não vai se decepcionar. Longe disso.  

A sensação de velocidade que ele proporciona é realmente incrível, sendo que a máxima, de acordo com a marca, é de 250 km/h. O Classe C faz de 0-100 km/h em apenas seis segundos. 

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Como é esperado em um carro oferecido por R$ 399.990, a Mercedes-Benz entregou bastante sofisticação na cabine. O painel de instrumentos é de 12,3 polegadas e possui sete opções de personalização. Colocar o mapa do GPS nesta tela é interessante para a viagem. 

A central multimídia de 11,9 polegadas, que parece um tablet, vai além. Ela possibilita o usuário configurar o ajuste dos bancos de acordo com o tamanho do motorista e do passageiro ao lado, além de oferecer os modos de condução: Eco, Comfort, Sport, Sport+ e Individual.  

Ao testá-los, fiquei um pouco com a sensação que o Comfort segurava demais o carro na estrada, então a maior parte das viagens que fiz com ele utilizei o modo Sport, dando umas rápidas esticadas com o Sport+ nas retas. 

Ainda sobre sistema multimídia, chamado de MBUX, ele traz navegação com realidade aumentada. Guiando à noite por São Paulo é possível ver os detalhes dos prédios escurecidos como se estivéssemos pousando no Aeroporto de Congonhas.

O head-up display é exclusividade dessa versão topo de linha, assim como o ar-condicionado de quatro zonas, podendo alterar a temperatura dos dois lados de saída também nos assentos traseiros.  

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O comando por voz da Mercedes foi melhorado. Por mais que não seja o mesmo modelo, recentemente testamos o Mercedes GLS 450 de quase R$ 1 milhão e o português do carro tinha sotaque de Portugal. Agora mais “abrasileirado”, o comando de voz da Mercedes entende melhor aos nossos chamados.  

Quer um exemplo? O Classe C abre as persianas com um simples pedido por voz: “Oi, Mercedes. Abrir a persiana do teto solar”. Outros comandos também podem ser solicitados, como aumento da temperatura do ar-condicionado ou mudar o volume do rádio.  

Luzes que não acabam mais 

O luxo da cabine não para por aí. Pela central multimídia ainda é possível brincar com as 64 opções de cores disponíveis para a luz ambiente do veículo. É possível combinar mais de uma cor, ou seja, deixar a parte do painel em verde e a lateral das portas com amarelo, por exemplo. São mais de 300 combinações possíveis.  

Os assentos esportivos AMG na dianteira possuem ajustes elétricos e de memória, sendo equipados também com a função de aquecimento.

O Classe C ainda dispõe de carregador de celular por indução e conexão Apple CarPlay e Android Auto via Bluetooth para smartphones, algo que já era comum em seus concorrentes diretos com BMW Série 3, Audi A4 e Volvo S60.  

Ainda por dentro, o único senão do carro é o túnel central alto, que atrapalha a acomodação de uma pessoa no assento do meio no banco traseiro.   

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O sistema de auxílio ao motorista  

Com câmeras 360º e radares colocados logo atrás do símbolo da Mercedes na dianteira, o Classe C vem com tecnologia que promete ajudar bastante na condução do motorista. Para estacionar é realmente prático, até os espelhos retrovisores mudam de posição automaticamente quando você engata a ré. 

Os avisos sonoros são diversos, tanto é que em São Paulo é praticamente impossível andar alguns quarteirões sem aquela buzina das motos. Mas ao invés de ouvir as motocicletas a todo vapor, já que o isolamento acústico é forte neste carro, você ouve mesmo é o “bip, bip” dos alertas e vê os avisosem vermelho nos retrovisores laterais. 

Eu tive poucos momentos que o sistema foi invasivo. O principal foi quando um pedestre estava alguns metros à frente do carro e o veículo forçou uma parada brusca mesmo estando em baixa velocidade. É importante lembrar que o sistema realmente preza pela segurança do motorista.  

Falando em baixo, o coeficiente de arrasto é de apenas 0,24, privilegiando a aerodinâmica do carro. O contraponto é que ao descer em uma garagem é necessário ir bem devagar para não comprometer a parte inferior do carro. 

Os demais auxílios semiautônomos realmente impressionam e deixam a viagem tranquila, mesmo para quem precisar pisar um pouco mais no acelerador.  

Carro mais vendido da história da Mercedes, o Classe C promete continuar fazendo sucesso por bastante tempo e afugentando a lenda de fim da linha dos sedans. 

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