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Mahindra Scorpio SUV

O jipão indiano quer conquistar terreno pelo preço

20/04/2008 - Lucas Litvay / Fotos: João Mantovani / Fonte: iCarros

'Em briga de elefante, quem mais sofre é a grama', diz o provérbio hindu emoldurado no escritório do vice-presidente da Mahindra Motors, Mohoni Sanjeev, em Bombaim. É com este lema que a fabricante indiana busca inspiração para conquistar terreno no Brasil. 'Queremos enfrentar de frente a Mitsubishi e a Toyota', diz Sanjeev. No fim de 2007, a associação dos indianos com a empresa brasileira Bramont começou a montar utilitários esportivos e picapes em Manaus. A Mahindra é a segunda fábrica de automóveis da Índia, atrás da Tata. Mas a Mahindra é mesmo um elefante com força para devastar o território das concorrentes? A resposta é: não, por enquanto. Embora tenha algumas qualidades, entre elas o preço (o Scorpio SUV a diesel está nas onze lojas da marca por R$ 86.864 – R$ 28 mil mais barato que a Chevrolet Blazer, também a diesel), o modelo perde força por detalhes. A começar pela aparência. Repare a variedade de sinais estéticos na carroceria do Scorpio. 'Seu desenho reflete a cultura indiana ao abusar de formas e cores', diz Anísio Campos, colunista da C/D Br. 'É uma miscelânea.' A mistura é caótica na dianteira. Uma grade a la Jeep, com sete fendas, tenta se harmonizar em vão com os quatro vincos no capô e com uma vistosa entrada de ar. A moldura da placa é concebida originalmente para abrigar a patente de até onze dígitos usada na Índia e isso explica, mas não justifica, o suporte de quase 50 centímetros de largura presente no pára-choque. Na traseira, a lanterna avança pela coluna, mas somente o segmento inferior tem função – o resto é plástico vermelho decorativo. Porém, o que mais estranhei foi reencontrar a calha no teto, um recurso já abandonado nos carros modernos para que a água da chuva não invadisse o interior do carro. A Kombi tem calhas. Por dentro, não há ajuste para os cintos de segurança, profundidade do volante e altura de bancos. As saídas de ar são praticamente fixas e os botões dos vidros foram posicionados no meio do console central. Mas o que mais me incomodou foi a imitação de madeira revestindo o console central do painel. Pode ser ecologicamente correto, pode ser uma tentativa de dar ares de sofisticação ao carro, pode ser redução de custo. Seja como for, é brega no último! Há o lado bom. O Scorpio SUV pode levar até sete passageiros com espaço para todos. Também não tem como chiar da visibilidade externa e da leitura do quadro de instrumentos. Se a forração do teto não tem tanta qualidade, o mesmo não posso dizer sobre o couro dos bancos: para isso, foram sacrificados os bovinos sagrados da Índia. Duas toneladas Equipado com motor 2.6 turbodiesel de 110 cavalos e 27,5 mkgf, feito pela própria Mahindra, o Scorpio SUV tem desempenho superior ao que os números sugerem. O motor atinge torque máximo em rotação baixa (1.800 rpm). Daí a força nas saídas e agilidade nas retomadas. Mas não espere nada excepcional, afinal estamos falando de um carro com o peso de um elefante adolescente, 2 toneladas. Para acionar a tração 4x4 o mecanismo é simples: basta virar o botão ao lado do freio de mão. A fabricante diz que o Scorpio SUV tem valentia suficiente para enfrentar a lama, mas a verdade é que a única terra que este jipão irá cruzar é a que fica entre a rodovia e a porteira do sítio, pois suas qualidades fora-de-estrada são limitadas. O ângulo de entrada é de 35°; um Troller T4, tem 56°. Nas curvas o Mahindra pede que se suavize a força do pé direito. E eu não tive dúvidas em obedecer – a carroceria é alta, tem 1,92 metro, e não é prudente abusar de um carro com este porte. No modelo cedido para a avaliação, o pedal da embreagem maltratava a perna de tão duro. Bastaria um ajuste mais amigável, já que as características do motor não exigem tanta força no pedal. E faltava precisão no câmbio manual de cinco marchas. A marca estuda oferecer uma opção com transmissão automática a ser apresentada no Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro. Com esta versão, a Mahindra espera duplicar a produção do jipão, hoje em 150 unidades mensais. É no passo do elefantinho que ela quer aparar a grama.
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