Logan CVT mira em conforto e visual aventureiro| Impressões

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Sandero, Duster, Oroch e Captur devem ao Logan sua existência. Foi ele o primeiro modelo desenvolvido com a plataforma B0 pela Dacia e Renault nos idos anos de 2004. Seus descendentes fizeram mais sucesso, mas o Renault Logan ainda tem seu espaço, tanto que foi remodelado na linha 2020 e ganhou câmbio automático. 

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Quase Stepway

Com menos mudanças que o Sandero 2020, o novo Renault Logan adotou dianteira mais elegante, com faróis de LED de série em todas as versões e para-choque unificado entre os irmãos. A traseira não mudou: uma pena, já que as lanternas espichadas do Sandero serviriam muito bem ao design do Logan. 

Por dentro, novo volante com materiais de qualidade e visual mais sofisticado, quatro airbags de série em todas as versões e central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay. Os bancos são confortáveis, mas o do motorista poderia baixar um pouquinho mais para tornar a condução mais agradável. 

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Diferentemente do que aconteceu na Rússia, onde o Logan ganhou versão Stepway, aqui ele ficou no meio do caminho entre o sedã urbano e o aventureiro. As configurações Zen, Intense e Iconic (escolhida para o teste) com câmbio CVT recebem suspensão elevada em 40 mm e modulras pretas nas caixas de roda.

Como resultado do levante do Logan CVT e foco no conforto, a Renault deixou a suspensão do Logan mais macia, o que comprometeu seu comportamento em curvas: o sedã oscila bastante e faz com que sua traseira fique sambando em velocidades mais altas. Não recomendo abusar. Apesar disso, enfrenta bem os buracos e as imperfeições do asfalto.

Sem gritaria

O motor 1.6 SCe quatro cilindros aspirado de 118 cv e 16 kgfm de torque é bom para o sedã compacto. Tem força e entrega força cedo. O que ajuda nessa sensação é a transmissão automática do tipo CVT vinda diretamente da Nissan, também usada por Duster e Captur. 

O câmbio tem respostas rápidas e aumenta a rotação do motor rapidamente ao pressionar mais o acelerador. Sem fazer o Logan gritar antes de acelerar, o câmbio trabalha com suavidade e linearidade. A Renault diz que simula seis marchas, mas apenas se você usar o seletor manual. Destaque para a útil função automática de freio-motor em frenagens.

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O câmbio CVT sempre busca a melhor rotação do motor e, às vezes, ela pode ser alta em caso de ultrapassagens e arrancadas. Nesses momentos, o barulho do motor invade a cabine do novo Renault Logan  com força, demonstrando faltar um isolamento acústico um pouquinho melhor trabalhado.

Outro ponto que poderia ganhar cuidados no novo Logan 2020 é a direção. O sistema eletro-hidráulico já está ultrapassado e carece da leveza dos sistemas elétricos em manobras. A firmeza em rodagem é boa, mas as reações lentas e o peso sentido em baixas velocidades compromete a proposta de conforto do Logan.

Conclusão

Se no mercado de hatches compactos a preferência pela transmissão automática já é clara, aqui no território dos sedãs a situação é ainda maior. Os compradores buscam conforto e algum tipo de sofisticação, por isso optam por carros sem o pedal da embreagem, justamente o que faltava ao Renault Logan.

A grande questão é o custo de ter câmbio automático CVT no novo Logan é levar também uma suspensão mais alta. No Sandero essa altura extra não compromete, mas no novo Logan ela é sentida e sacrifica uma boa parte da experiência ao volante.

Outra diferença em relação ao Sandero 2020 é o preço entre a versão Zen e Intense: aqui no Logan 2020 são R$ 6 mil a mais contra R$ 2.500 no hatch pelos mesmos equipamentos adicionais: ar-condicionado automático, retrovisores elétricos, piloto automático e rodas de liga leve diamantadas. Aqui a melhor pedida é o Renault Logan Zen 1.6 - de preferência manual.

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