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Honda HR-V EXL: o preço da competência | Avaliação

Rei dos SUVs compactos por 3 anos, o Honda HR-V perdeu a liderança em 2018, mas o novo visual recuperou o fôlego?

19/03/2019 - João Brigato / Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros

O segmento de SUVs compactos antes da chegada de Honda HR-V e Jeep Renegade era um verdadeiro marasmo. Ford EcoSport liderava com folga e poucos lançamentos eram vistos no horizonte. Mas bastou a dupla se apresentar no Salão do Automóvel de 2014 para que tudo mudasse. A vida do EcoSport virou de cabeça para baixo e o HR-V assumiu a liderança por três anos seguidos (2015, 2016 e 2017).

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Engana-se quem pensa que o Honda teve vida fácil: o Jeep Compass tirou sua liderança do segmento logo no primeiro ano no Brasil. Mas foi do Hyundai Creta a maior rasteira. Em 2018, no último mês, o Creta assumiu o posto que pertenceu ao HR-V. Para conter a baixa, a Honda mudou seu modelo mais vendido no Brasil com um objetivo: voltar às cabeças. Avaliamos a versão EXL de R$ 108.500 para saber se ele vai conquistar o posto novamente.

Questão de custo

Não dá para começar a falar do Honda HR-V sem citar o preço. Ele é caro. A versão mais barata, LX, começa em salgados R$ 92.500, patamar que já estão as versões intermediárias dos rivais. Passa pelos R$ 98.700 da EX e vai até R$ 108.500 da EXL que, até a estreia da versão Touring turbo, será a mais completa e cara. Não espere por menos R$ 110 mil pela futura nova versão.

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Outros SUVs da categoria também são igualmente caros, como o Volkswagen T-Cross. O problema é que o HR-V não entrega o mesmo patamar de equipamentos. Ele vem de série com ar-condicionado digital de apenas uma zona, direção elétrica com regulagem de altura e profundidade, seis airbags, controle de tração e estabilidade, faróis com projetor e LED diurno, lanternas traseiras de LED, retrovisor com rebatimento elétrico e central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay.

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Apesar da câmera de ré, com qualidade aquém do esperado, faz falta a presença de sensor de ré. Ele também não possui nenhum equipamento que o diferencie dos rivais. O Kicks, por exemplo, traz câmera 360°, enquanto o Creta tem bancos com ventilação, o T-Cross é equipado com painel digital e o Renegade vem com opção de motor diesel.

Conquistador

Analisados somente os aspectos de custo e equipamentos do HR-V EXL, ele fica pode até ficar um pouco atrás dos rivais. Só que justamente nos quesitos intangíveis que ele se destaca. O SUV compacto da Honda é um carro gostoso de dirigir. Ele é sereno e bem comportado, entregando uma performance justa em todas as situações. Mérito disso é o casamento entre o motor 1.8 flex e o câmbio CVT.

Herdado do Civic da geração anterior, o 1.8 traz 139 cv e 17,4 kgfm de torque quando abastecido com etanol. Na cidade, o HR-V entrega um comportamento esperto, acelerando com facilidade e embalando sem dificuldade.

A transmissão CVT trata de deixar o interior silencioso e as rotações lá em baixo para privilegiar o consumo. A Honda fez um ótimo retrabalho nas relações, evitando agora que a rotação suba excessivamente e atoa em saídas de sinal e lombadas, se comportando de maneira mais linear. Na estrada, o HR-V sente um pouco nas retomadas. Isso se dá por conta do pico de torque do motor ser aos 4.800 giros. É preciso atingir essa faixa alta para que ele ultrapasse com mais facilidade.

O problema é que o barulho do motor invade a cabine pois o CVT segura a rotação no alto. A simulação das sete marchas acontece somente se o motorista usar as aletas atrás do volante, não de maneira automática como no Toyota Corolla. Ao menos, ele mantém as rotações e o consumo baixos em velocidade de cruzeiro.

Há até um certo parentesco nítido com o Civic em curvas, onde o HR-V se mostrou surpreendentemente comportado. A suspensão está mais macia que no modelo pré-facelift, absorvendo melhor as buraqueiras da cidade. Não é robusto como um Renegade, mas entrega um comportamento mais esportivo e conciso com aventuras na cidade.

Coração de mãe

Uma das maiores vantagens do compartilhamento de plataforma com o Fit, foi permitir que o HR-V tivesse uma cabine ampla e modulável. Quatro pessoas viajam com conforto e espaço – um quinto passageiro é bem-vindo, desde que não seja muito grande. Mesmo um motorista alto como eu, consegue deixar espaço para passageiros igualmente altos no banco traseiro.

A segunda fileira de bancos é modulável, algo que a Honda gosta de chamar de Magic Seat. Sem mágicas, ela pode ser dobrada da maneira tradicional, formando uma superfície plana do porta-malas, aumentando assim o volume de carga para além dos 437 litros padrão. Outra opção é elevar o assento horizontalmente, possibilitando carregar objetos altos no piso do HR-V. Vai que você quer levar uma árvore?

A posição de dirigir do HR-V também merece destaque. Alta como todo SUV obrigatoriamente é, permite também que o motorista dirija com o banco mais próximo ao piso. Além disso, o console central alto e todo painel voltado ao motorista, dão a ele um certo ar de esportividade.

Na linha 2019, o console passou a ser em preto piano e os bancos ganharam novo desenho e espumas, melhorando o conforto visual e sensível. Moderna, a cabine também se destaca pela qualidade de acabamento, com superfícies revestidas de imitação de couro e levemente macias ao toque, além de plásticos de boa qualidade. A exceção fica por conta do revestimento áspero do volante que imita couro e tem qualidade questionável. 

O que vai contra é sua central multimídia. A tela é pequena, tem definição ruim e faz irritantes barulhos sempre que um botão é pressionado. Tem Android Auto e Apple CarPlay, que ajudam muito no uso diário, já que sua interface é pouco amigável e com gráficos datados. O computador de bordo também carece de mais informações, especialmente quando comparado aos rivais.

Conclusão

O Honda HR-V cobra caro pelo seu conjunto, especialmente na versão EXL, mas é espaçoso, bonito, gostoso de dirigir e bem acertado, justificando seu posto entre os SUVs preferidos dos brasileiros e também entre os mais vendidos.

A questão é que muitos de seus compradores enxergam o que vai além do carro em si, como o pós-venda elogiado da Honda e o bom valor de revenda. E é justamente aí um dos principais segredos do sucesso o HR-V.

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