Vida a bordo do Gol é melhor
Por dentro do novo Gol não se pode esperar muito requinte, mas, apesar da simplicidade, o acabamento agrada. Os plásticos aparentam ter boa qualidade e os encaixes são bem acertados. As peças pintadas são bem feitas, com tinta lisa e que a Volkswagen jura que é a mesma utilizada pela Audi.
Olhando o interior do Fiat, já se percebe que a montadora quis dar um ar mais requintado ao compacto. O painel tem frisos pintados de cinza e console alto, também pintado. Mas é o acabamento que decepciona. Os plásticos duros não se encaixam e algumas rebarbas podem ser vistas e sentidas onde a mão toca, como nos puxadores das portas. Os tecidos utilizados nos bancos, porém, são de melhor qualidade que os usados no Gol.
O espaço interno é melhor no Volkswagen. Com o entreeixos 2,46 m, quatro adultos viajam com mais conforto que nos 2,37 m do Palio. Quem sofre mais nos dois modelos é quem vai no banco traseiro. Há pouco espaço para as pernas e a situação piora se os ocupantes dos dianteiros tiverem mais que 1,80 m. Um agravante para o Fiat: o assento é baixo, deixando os passageiros afundados e ainda mais desconfortáveis. O Gol marca mais um: 3 a 1.
Dirigibilidade decreta a vitória do Gol
Boa posição de dirigir, suspensão firme e confortável, direção direta e boa estabilidade. Essas características vieram da plataforma PQ24 herdada do Polo e que também é base para o Fox. O que o Gol puxou de seus irmãos mais velhos é a motorização EA-111 e o câmbio manual de cinco marchas. Os engates são precisos e viraram referência neste assunto. As relações só poderiam ser um pouco mais longas para fazer o motor gritar menos, já que ele fica em rotação alta com o ganho de velocidade. Mas são os ossos do ofício para entregar o bom torque em baixa.
O Fiat trilha o caminho contrário. Prioriza o conforto com a suspensão macia demais e acaba gerando desconforto, transmitindo as ondulações das pistas. A direção e a embreagem também abusam do direito de serem macias e chegam a ser moles demais. O agravante é em alta velocidade, quando o volante se mexe muito. O câmbio impreciso tem o curso da alavanca muito longo. É fechada a goleada: 4 a 1.