27/06/2019 - João Brigato / Fotos: João Brigato / Fonte: iCarros
“O segmento de picapes no Brasil não é para amadores. Ninguém aqui está de brincadeira ou experimentando mercado”, disse um dos executivos da Ford durante a apresentação da linha 2020 da Ranger. E de fato esse segmento é assim. Dominado pela Toyota Hilux, a categoria tem compradores fiéis e não perdoa vacilos. Mas e como fica a Ford Ranger 2020?
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Revelada em Mendoza, Argentina, a Ford Ranger passou por sua segunda reestilização desta geração lançada em 2012 – a última ocorreu em 2016 quando passou pela alteração mais pesada. Dessa vez, a abordagem foi sutil no design, com maior ênfase em pontos que a Ranger precisava melhorar.
Pula-pula
Quem já dirigiu uma picape média antiga, sabe que elas têm o hábito de saltitar mais do que criança em pula-pula. Isso foi se perdendo em alguns novos modelos, tendo como referência entre as caminhonetes médias em comportamento no asfalto a Volkswagen Amarok.
Já na terra, quem tem fama é a Toyota Hilux, apresentando boa performance em terrenos acidentados. A grande questão é que a Amarok não é das melhores na terra e a Hilux deixa a desejar no asfalto. É aí que Ford Ranger e Chevrolet S10 estão. Ambas apresentavam um desempenho equivalente nas duas superfícies, mas ainda adoravam pular.
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O foco da Ford nessa reestilização foi no conjunto da suspensão. Foi instalada uma nova barra estabilizadora, coxins foram reforçados e uma completa reestruturação do sistema de amortecimento. Agora, a Ranger agora se comporta muito melhor em asfalto e na terra. A caminhonete da Ford deixou de lado seu comportamento saltitante.
Ainda que não tenha a mesma firmeza da Amarok em ruas pavimentadas, a Ranger se comporta como um SUV grande. Sem fazer a carroceria oscilar desnecessariamente, ela é capaz de manter o conforto em estradas e em vias oscilantes. Já na terra, ela passa por buracos e imperfeições com tranquilidade.
Mesmo em situações extremas como em pequenos saltos e buraqueira, a Ranger 2020 se mantém no lugar. As vibrações são discretas, em especial na direção que possui sistema que as atenua. Além disso, ela é leve e faz com que manobrar uma picape de 5,35 m de comprimento, 1,82 m de altura e 1,86 m de largura não faça parecer um trambolho.
Linear e de trocas quase imperceptíveis a transmissão automática de seis marchas constantemente alternar entre quinta e sexta marcha na estrada. Mas se você não estiver com o conta-giros exposto no painel de instrumentos digital, dificilmente notará que a Ranger fez isso.
O motor 3.2 cinco cilindros turbo diesel de 200 cv e 47,9 kgfm de torque é focado na força em baixas rotações, por isso não faz com que a caminhonete dispare de maneira violenta como a Amarok V6, mas é o suficiente para seu porte e preço.
Questão de custos
Sem versões Flex, a Ford apostou no diesel, que representa 92% do segmento. Meu contato foi com o 3.2 Diesel, disponível nas versões XLT e Limited. A virtude da Ford frente às suas rivais é o preço. Cobrando R$ 188.990, ela é mais barata e mais equipada que Hilux SRX, S10 High Country e Amarok Highline.
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A Ranger é a única com piloto automático adaptativo com reconhecimento de placa de trânsito (novidade da linha 2020), frenagem autônoma de emergência, farol alto automático, assistente de manutenção em faixa e painel de instrumentos parcialmente digital e configurável. E mesmo com a reestilização, a Ford não subiu o preço da Ranger.
Comparativamente, a Hilux SRX (R$ $ 201.390) é R$ 12.400 mais cara, a S10 High Country (R$ 191.990) supera a Ranger em R$ 3.000 e a Amarok Highline (R$ 189.990) está R$ 1.000 acima. E todas elas não entregam o mesmo nível de equipamentos da Ranger 2020.
Conclusão
A Ford Ranger já era conhecida por ser a caminhonete média com mais tecnologia embarcada, mas não brilhava na condução de estrada e cidade. Ficava em um meio termo, tanto que sua posição no ranking das picapes sempre foi intermediária no raking de vendas, perdendo algumas vezes para a Amarok desde que ela ganhou motor V6.
Agora que a Ranger 2020 ficou nitidamente melhor para dirigir, traz lista de equipamentos recheada, boa gama de motores e manteve os preços de antes, a Ford revela um ótimo custo-benefício. Em dirigibilidade ela continua no meio termo entre a estradeira Amarok e a lameira Hilux, mas não faz mais concessões para o tipo de piso que roda: uma boa e equilibrada receita.
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