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Fiat Toro Endurance 270 AT6 2022: vale R$128.990? |Avaliação

Com um novo motor 1.3 turbo sob o capô, versões flex da picape ganharam em disposição e prazer de dirigir

27/09/2021 - Henrique Koifman|RF1 / Fotos: Henrique Koifman / Fonte: iCarros

Por uma semana, tive a oportunidade de conviver “intimamente” com a picape Fiat Toro Endurance 270 AT6 2022. Com motor e interior novos e um retoque no visual externo, ela é a segunda versão mais em conta da linha (a partir de R$ 128.990). A seguir, conto para você como foi essa experiência.  

A principal novidade da Toro para 2022 é justamente seu motor 1.3 turbo. Vale lembrar que, quando foi lançada, em 2016 – a picape tinha três opções de motorização: uma 2.0 a diesel de 170 cv de potência, sob o capô das versões mais caras, outra 1.8 16v flex de 139 cv, empurrando a parte de baixo da tabela e, como meio-termo, uma 2.4 flex, de 186 cv. Em 2020, o 2.4 sumiu. 

E, embora o motor 1.8 não seja exatamente fraquinho – ele equipa as versões mais caras do Argo e do Cronos e continua disponível na Toro mais barata –, essa saída do propulsor 2.4 deixou quem queria comprar um Toro flex com a sensação de que, no máximo, levaria um novilho para casa. 

A chegada do 1.3 turbo 270 – número que se refere ao (bom) torque em Newtons-metro, equivalente a 27,5 kgfm – reestabeleceu a ordem na garagem, e com certa vantagem. Aliás, é justamente o torque a maior vantagem da nova mecânica: enquanto o antigo 2.4 oferecia 24,9 kgfm, em 4.000 rpm, o novo motor mostra sua força total já aos 1.500 giros, ou seja, pisando bem menos no acelerador. 

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Quais as primeiras impressões que ficam? 

Eu ia seguir dizendo que foi justamente esse torque abundante a primeira coisa que chamou minha atenção nessa Toro, mas me lembrei que não foi bem assim. Isso porque, ao me deparar com esse carro vermelho, com a dianteira diferente, na verdade foi seu novo visual o que primeiro notei. 

Na verdade, a mudança foi sutil: em lugar da antiga logomarca pequena, em um escudinho vermelho, plantado na parte central da extremidade do capô, há agora uma nova, com o nome da montadora em letras grandes, deslocada para o meio da grade do radiador.  Com isso, a linha da tampa ficou mais limpa e o efeito, na minha opinião, foi ótimo. 

Entrando no carro, percebe-se que se trata de uma versão menos cara em detalhes como o estofamento de tecido (agradável) e a falta daqueles recursos com que, depois de usar uma vez, nos acostumamos facilmente, como espelho antiofuscante (fotocrômico) e o acionamento automático de faróis e limpadores de para-brisa. Paga-se menos, leva-se menos. É do jogo. 

Por outro lado, como em toda a linha 2022, a Endurance vem com um novo painel digital bem bacana, que se não tem tantas opções de personalização assim, torna todas as informações mais importantes fáceis de se encontrar e visualizar. Há, também, uma boa central de multimídia, com conectividade e tela de boa resolução. 

Tela que seria (e nada impede que seja) perfeita para conversar com uma câmera de ré, algo fundamental para manobra e estacionar um carro comprido como a Toro e que, não entendi bem porque, não vem de série em todas as suas versões. Esse seria, certamente, um acessório sem o qual eu não sairia da concessionária. 

Em marcha 

Banco, direção e espelhos ajustados – com facilidade, diga-se – e, agora sim, vamos falar do tal torque! Motor ligado, alavanca do câmbio automático de seis marchas no “D” e lá vamos nós pelo trânsito a fora. O nível de ruído é baixo, especialmente lembrando que esse é um utilitário (também) para o trabalho duro. Para ouvir o motor com clareza, é preciso fazê-lo girar acima dos 3 mil rpm, o que no trânsito, em velocidades mais baixas, raramente é necessário. 

Entrando em uma via expressa, porém, é hora de experimentar a aceleração. E ele não decepciona: você crava o pé no pedal da direita e o Toro parece ter avistado uma capa vermelha à frente, saindo cheio de energia em sua direção. Somente comigo a bordo, o carro ganha velocidade fácil e logo alcança o fluxo. 

Aproveitei para fazer alguns retornos, com curvas mais fechadas, e o comportamento do carro foi bastante satisfatório, especialmente em se tratando de um utilitário. A suspensão, mais para firme, é bem ajustada e a carroceria não inclina demais. E os freios merecem elogios, parando a picape com presteza. De um modo geral, a Toro inspira confiança. 

Na estrada, com “casa cheia” 

Em um rápido bate-e-volta de uns 180 km totais, viajei com quatro pessoas a bordo e média horária em torno dos 80 km/h. Mesmo com mais peso, a desenvoltura do carro se manteve praticamente igual, tornando ultrapassagens e retomadas seguras. E, mesmo em um curto trecho de estrada de terra, com “costelas” e algumas pedras pelo caminho, no geral, o conforto para os passageiros foi ok.

A única queixa que recebi foi em relação ao espaço para as pernas e a posição do encosto no banco de trás, características comuns em picapes desse porte. Mesmo com a caçamba vazia e suspensão dimensionada para carga, ninguém reclamou de pulos ou sacolejos e, excesso. 

Sobre a caçamba, a propósito, vale uma crítica: embora bem forrada e coberta com a prática capota marítima opcional (custa R$ 1 mil), ela não dispõe de ganchos para a amarração de cargas (ou bagagens) em seu assoalho – eles existem apenas na borda superior, nas laterais. A usabilidade da Toro como carro de passeio/lazer aumentaria bastante com isso. 

Por último, confesso que esperava um pouco menos de consumo com esse novo motor na Toro. Segundo Inmetro, com gasolina, ela roda 9,4 km/litro na cidade e 10,8 km/litro na estrada. Na minha medição – talvez por ter me divertido um pouco mais com acelerações e retomadas, os números ficaram um pouco abaixo disso. Mas, novamente, em se tratando de um utilitário e flex, a média é perfeitamente aceitável. 

Em resumo

O Fiat Toro Endurance é uma opção interessante, tanto para os que procuram um utilitário de porte médio capaz de levar pequenas cargas – como equipamentos e ferramentas para serviços, por exemplo –, quanto para, digamos, um uso recreativo, incluindo o transporte da colheita do sítio de veraneio.  

Com o novo motor 270, ele é também um “carro” bem gostoso de dirigir e, ainda que esta versão seja um tanto despojada de recursos e acessórios, dependendo de seu orçamento, ela pode ser a escolha perfeita. 

Contextualizando 

É interessante como as picapes, tal como as plantas e as crianças, tendem a crescer com o tempo. Se você der um “google” por modelos desse tipo vendidos no Brasil lá pelo final dos anos 1950, vai perceber que eles tinham praticamente todos um tamanho parecido, que hoje chamaríamos de “médio”, com menos de 5 metros de comprimento e menos de dois metros de largura. 

A mesma busca para a década de 1970 vai revelar que a maioria dos modelos ganhou corpo e que, quem quisesse comprar um veículo desse tipo e de porte médio, provavelmente teria de optar pela Ford F-75, na prática, uma picape Willys com desenho idêntico ao de seu lançamento, em 1960.  

Tanto que, lá nos meados dos anos 1990, as montadoras resolveram lançar – vejam só – picapes de porte, então ausentes em nosso mercado – com destaque para a Chevrolet S-10 e a Ford Ranger. Só que, geração a geração, elas foram novamente crescendo de tamanho. Tanto que, na prática, hoje, tanto essas duas mencionadas acima, quanto suas demais concorrentes, têm um porte que naquela última década do século passado chamaríamos de “grande”. 

Assim, novamente por volta de 2015, Fiat e Renault resolveram preencher o novamente abandonado segmento médio desses utilitários com novos modelos. E foi assim que, com diferença de meses, chegaram ao mercado os modelos Duster (Renault) e Toro (Fiat). E o sucesso foi grande – maior para a marca italiana, ressalte-se.

Oferecidos exclusivamente na configuração de cabine dupla, esses carros atendem tanto a frotistas e profissionais que os utilizam como ferramentas de trabalho, quanto para consumidores que desejam, digamos, um “SUV com caçamba”, combinando espaço e robustez com boas doses de conforto e praticidade.

Confira aqui a ficha técnica completa do Fiat Toro 1.3 T270 Endurance 2022 

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