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Fiat Pulse Impetus na vida real | Avaliação

Um test-drive com a versão topo de linha do primeiro SUV da Fiat, que combina vocação urbana com diversos recursos

21/02/2022 - Henrique Koifman / Fotos: Henrique Koifman / Fonte: iCarros

Definitivamente, hoje o mundo – ou, pelo menos, a parte dele que é cortado pelas ruas brasileiras – é dos SUVs. A Fiat não ficaria de fora desse segmento e aí está o Pulse. E como o pacote de acessórios e outros recursos é um fator decisivo para a compra de muita gente, a montadora caprichou em sua versão topo de linha, a Impetus, protagonista de nosso test-drive neste post.

Como deve dar para perceber nas fotos, usei o carro em rotina urbana, em deslocamentos e passeios. A convivência durou uma semana, tempo suficiente para tirar algumas conclusões. Mas, antes de mencioná-las, vamos falar um pouco mais do carro. 

Personalidade e recursos

Para começo de conversa, embora compartilhe algumas partes e componentes com o hatch Argo (portas e vidros, por exemplo), o Pulse usa uma plataforma diferente e isso faz com que ele tenha um jeito e um comportamento muito próprios.

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A começar pela frente estilo “cara de mau”, alta e com grade pronunciada, estilo aventureiro destemido.

Aventureiro, mas – especialmente nesta versão Impetus – com toques de sofisticação, em faróis e luzes diurnas em LED e luzes laterais que se acendem com a movimentação do volante, ajudando bastante manobras noturnas.

As rodas de liga de 17 polegadas têm desenho bacana e que mantêm um bom espaço superior para os para-lamas com molduras escuras, reforçando o estilo “off-road”.

Atrás também tem luz de LED e há duas falsas saídas de escapamento (duas saídas para um motor de três cilindros?) instaladas na saia inferior com aparência de alumínio. Interessante, e dá uma quebrada no visual menos agressivo da traseira como um todo.

Tudo isso combinaria bem com um teto solar, parcial ou – melhor ainda – panorâmico, mas, mesmo no Impetus, o único diferencial ali em cima é a pintura em preto e esse recurso não está disponível nem mesmo como opcional.

O pacote da versão mais cara inclui chave presencial, com abertura automática das portas e partida por botão, que permite ligar o carro antes de entrar nele – algo muito útil quando estiver estacionado sob o sol forte, especialmente se lembrar de deixar a ventilação ligada.

Esse e outros recursos fazem parte daquela listinha de coisas que a gente não tinha nos carros até um tempo atrás, mas que quando começa a usar se acostuma depressa e sente falta quando não encontra em outros modelos. E neste Impetus, não senti falta de quase nada.

Lá estão facilidades como os sensores crepusculares (que ligam os faróis) e de chuva (que acionam os limpadores) automaticamente em caso de necessidade, os sensores de estacionamento dianteiro e traseiro e uma boa câmera de ré; o sistema que recolhe os espelhos quando as portas são travadas ao estacionar, o ar condicionado digital e automático e o retrovisor interno fotocrômico (antiofuscante).

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Por dentro

O painel do Pulse é também bem diferente do dos outros Fiats. No Impetus, o volante multifuncional é revestido em couro – ou melhor, como em 90% dos modelos atuais, em um material sintético de ótima qualidade, também chamado por alguns de “couro tecnológico” com características semelhantes ao couro, mas que tem base sintética. 

Ali, sem precisar tirar as mãos da direção, estão comandos úteis, como os que permitem escolher e customizar funções do computador de bordo e do mostrador digital do painel, o piloto automático, telefone e, em pequenos botões atrás da direção, o volume da mídia e as estações do rádio/faixas. 

Todos os painéis e acabamentos são em plástico rígido, mas que aparenta boa qualidade e, quase sempre, é agradável ao toque, embora não haja revestimento almofadado fora dos apoios das portas dianteiras. Não se percebe nenhuma falha de alinhamento ou arremate no interior e, em marcha, o isolamento acústico é muito bom.

No centro do painel frontal, a tela da multimídia é do tipo flutuante – como na linha Argo –, com 10,1″, boa conectividade (Android e Apple, sem fio e também por portas USB na dianteira e na traseira) e acesso a ajustes diversos do carro, como o do ar condicionado, som, sistema de travas e sinais de advertência etc. 

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No uso, achei alguns desses ajustes nem tão fáceis de se achar, um pouco menos intuitivos do que deveriam ser, mas nada com que não se acostume.

Além disso, para certas coisas, como o ar condicionado, há também como mexer do “modo antigo”, ou seja, por botões no painel. O do ar, aliás, é muito bem bolado e alterna os ajustes de temperatura e de velocidade da ventilação.

Além disso, há na multimídia um sistema de GPS residente – algo que, em muitos modelos, anda sendo substituído pelo espelhamento do smartfone, mas que, pra mim, é melhor e mais fácil de usar quando instalado no próprio sistema do carro.

O celular, aliás, pode ser recarregado também sem fio, em uma bandeja na parte de baixo do console central.

O mesmo material que veste o volante, veste os bancos, que são bem confortáveis e, na frente, têm desenho com inspiração esportiva.Senti falta, porém, de um pouquinho mais de apoio lateral para o motorista. Mas sou magro e, imagino, margens mais proeminentes talvez incomodassem pessoas de porte mais avantajado.

Espaço e segurança

O porta-malas tem capacidade parta 370 litros de bagagens, um bom número para um hatch compacto, mas nem tanto assim para um SUV. E, embora o Impetus tenha entre-eixos maior que o do irmão Argo, o espaço para os passageiros atrás não me pareceu acompanhar essas medidas. 

Ali viajam com certo conforto mais dois adultos de estatura mediana, pois no assento central (como em todos os modelos desse segmento, reconheçamos), as acomodações são limitadas e o próprio formato do banco, plano, não é dos mais convidativos.

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No pacote segurança, o Impetus mantém o capricho. Vem com quatro air-bags (frontais e laterais na dianteira), tem controles de tração e estabilidade, apoio para partida em rampa, controle de saída de faixa, farol alto com redução automática e alerta de colisão frontal com frenagem automática de emergência, itens que felizmente vêm se tornando mais comuns nos modelos nacionais dessa faixa de preço.

Destaque sob o capô

Com o Pulse, a Fiat estreou um novo motor 1.0 turbo de três cilindros, que em breve deve embarcar em outros modelos, seus e de outras marcas da Stellantis, como Peugeot, Citroën e, quem sabe, até em uma versão mais em conta do Jeep Renegade.

Batizado de T200, ele tem sistema de gerenciamento de válvulas MultiAir e gera até bons 130 cv de potência e 20,4 kgfm de torque. O câmbio é do tipo continuamente variável, CVT com simulação de sete velocidades, também usado pela primeira vez pela Fiat.

As marchas podem também ser trocadas por meio de borboletas no volante, mas a maneira mais divertida de guiar esse Pulse e deixá-lo mais de acordo com o tal “Impetus” do nome desta versão é acionar o botãozinho vermelho com a palavra Sport, muito apropriadamente instalado no volante.

A primeira alteração que se percebe é a cor do painel, que muda para tons de vermelho. E se isso não faz diferença no desempenho do carro, os giros mais altos do motor, as trocas mais espertas entre as marchas e a direção mais firme fazem. 

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Nada que transforme o Pulse num esportivo, mas o suficiente para dar ao motorista uma sensação de dirigir mais esportiva, que inclui respostas mais vigorosas (dá até para sentir as costas empurradas contra o encosto do banco) e até um ronco mais, hum, viril no motor.

Esses recursos permitem que se acelere de 0 a 100 km/h em até 9,4 segundos, faça retomadas de 80 a 120 km/h em até 6,9 segundos e, se você estiver em um autódromo com uma pista bem longa, chegue até os 189 km/h (números com etanol no tanque). 

Ao volante

Deixando de lado a parte lúdica dessa história, a gente percebe esse desempenho em manobras simples do dia a dia, como entrar no fluxo do trânsito de uma via expressa, vindo de uma transversal ou fazendo uma ultrapassagem na subida de uma serra, por exemplo. E isso faz desse Pulse um carro mais seguro, também.

Nesse quesito, aliás, o bom ajuste da suspensão tem um papel importante. O Pulse tem uma boa distância do solo (19,6 cm), mas me passou confiança nas curvas (ajuizadas), tanto de alta velocidade (mais abertas) quanto de baixa (mais fechadinhas).

Isso sem cobrar em desconforto: embora comparativamente mais rígido que o Argo e o seu sedã, Cronos, por exemplo, ele roda macio e, quase sempre silencioso.

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A altura do chão, incluindo os ângulos de entrada e saída (simplificando, o espaço entre a dianteira e a traseira em relação ao chão), ajudam a deixar o carro afastado de pancadas em buracos, valetas e lombadas. E até de pedras, se você quiser encarar uma estradinha de terra. 

Para isso, aliás, ele oferece um recurso extra: por meio de um botão no painel, dá para bloquear o diferencial e manter a tração permanente em ambas as rodas, o que pode ser fundamental para vencer alguns obstáculos e até mesmo evitar atolamento. 

Conclusão

De um modo geral, esse conjunto todo faz do Pulse Impetus um carro bem interessante e gostoso de dirigir. Segundo o Inmetro, ele faz 8,5 km/l rodando na cidade e 10,2 em rodovia com etanol (são 12,0 e 14,6 km/l respectivamente com gasolina).

Bons números que, quem sabe poderiam melhorar – especialmente no trânsito urbano – com um sistema start-stop, que desligasse e religasse o motor ao longo de engarrafamentos.

Em sua faixa – a dos SUVs compactos – ele tem como concorrentes bons modelos como VW Nivus, Chevrolet Tracker, Nissan Kicks e Citroën Cactus, entre outros, e tem atributos enfrentá-los.

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Como vantagem, além de ser o mais novo da turma, esta versão oferece um bom custo-benefício, se comparado com o que oferecem esses carros pelo mesmo preço, o que é um tremendo argumento de venda.

Por isso, ao que tudo indica, em breve ele será um personagem bem comum em nossas ruas, cada vez mais povoadas por SUVs.

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