12/07/2018 - João Brigato / Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
Nem parece, mas já se vão sete anos desde que o Land Rover Evoque foi lançado no mercado. O modelo chegou fazendo barulho com seu visual bastante ousado, esportivo e, até mesmo, revolucionário para a época. Ele é tão importante para a história da Land Rover que rapidamente se tornou um dos modelos mais vendidos da marca e influenciou o estilo de todos os SUVs que vieram depois dele: desde o grandalhão Range Rover até a nova família Discovery.
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Os anos passaram e a Land Rover aprimorou sua fórmula: o Evoque ganhou seu primeiro facelift em 2015 e uma versão conversível no ano seguinte (já testada pelo iCarros). Para esse ano, a novidade é o motor 2.0 quatro cilindros Ingenium de 240 cv e 35 kgfm de torque. Por isso, colocamos a prova o Land Rover Range Rover Evoque HSE Dynamic de R$ 235.500 à prova:
Beleza se põe à mesa
Não dá para começar a falar do Evoque sem dizer o quanto ele é bonito. Uma das principais razões de compra desse SUV é justamente seu design. As medidas, curiosamente exibidas na central multimídia, são bem próximas a de outros SUVs compactos: 4,37 m de comprimento, 1,98 m de largura e 1,63 m de altura. Só que, tanto andando quanto olhando para o Evoque, ele parece maior.
As caixas de roda são enormes e ajudam a dar uma postura agressiva ao SUV. Na versão testada, equipada com o Black Pack opcional, ele traz rodas de liga leve de 20 polegadas pintadas em preto. O pacote ainda agrega pintura preta na grade frontal, para-choques, friso do para-lama, retrovisores e nas inscrições Range Rover. A linha de cintura alta ajuda a dar esportividade ao visual do SUV, ainda que comprometa bastante a visibilidade, especialmente na traseira.
A cabine exala luxo pelos quatro cantos. Todos os materiais são de alta qualidade, com superfícies emborrachadas em todos os cantos que as mãos tocam. A Land Rover fez uma interessante mistura de materiais, alternando entre couro, alumínio, madeira e plástico (fosco e brilhante). No entanto, o plástico usado no puxador da porta fica desalinhado na parte inferior, o que pode machucar a mão.
Um dos pontos em que o Evoque começa a mostrar a idade, no entanto, é no console central. Enquanto seu irmão Velar substituiu toda a peça do sistema de ar-condicionado por uma tela sensível ao toque, o Evoque ainda usa botões grandes e de aparência datada. O sistema de som segue a mesma lógica. Apesar disso, ele tem operação descomplicada e pode ser também ajustado pela central multimídia.
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Por falar na central, sua tela é larga (8 polegadas) e ocupa toda porção central do painel. A definição é excelente, com gráficos de alta qualidade e operação bastante intuitiva. Tudo é acessível e possui comandos similares aos de um smartphone. Existem itens peculiares como medidor de eficiência de condução, sistema de GPS para o off-road e também seleção da coloração da iluminação interna de destaque.
O Evoque avaliado estava equipado com sistema de som Meridian. São 12 alto-falantes com 380 watts de potência e subwoofer de canal duplo. O que todos esses nomes significam? Que no SUV você terá um sistema de som digno de um show ao vivo, com qualidade invejável mesmo que seja somente para você reproduzir suas musicas do Spotify pelo Bluetooth.
Um dos pontos em que o Evoque se destaca são seus bancos: eles têm conforto sem excesso de maciez. O acabamento deles é um dos pontos altos, além do visual que mistura esportividade e elegância no ponto certo. Na versão HSE Dynamic, como a testada, os assentos dianteiros possuem ajustes elétricos e três posições de memória. O volante também segue a mesma lógica de refinamento, apesar do aspecto barato dos botões de comando.
Como se trata de um SUV compacto premium, o espaço traseiro é um tanto quanto restrito para as pernas. É possível viajar com relativo conforto desde que o motorista não seja muito alto. A surpresa fica por conta do espaço amplo para a cabeça, mesmo com teto solar panorâmico. O Evoque avaliado ainda trazia o Convenience Pack que agrega chave presencial, head-up display e abertura elétrica do porta-malas de 575 litros.
Quase um F-Type SUV, se não fosse pelo câmbio
A grande novidade do Evoque está debaixo do capô: o novo motor 2.0 quatro cilindros da família Ingenium é praticamente o mesmo usado no esportivo F-Type da Jaguar em suas versões de entrada na Europa. A diferença está na cavalaria, já que o SUV tem 240 cv e 34,7 kgfm de torque. Esses números se traduzem em vivacidade na hora de andar. O motor entrega torque farto a qualquer momento, mesmo em rotações baixas, já que a transmissão privilegia marchas mais altas.
O comportamento esportivo não fica mais visível por conta da transmissão ZF de nove marchas. A caixa, em si, é a mesma usada nas versões diesel dos Jeep Renegade e Compass, além da picape Fiat Toro, mas com calibração específica para o Evoque. Ela demora para fazer reduções, atenuando as respostas do acelerador.
As trocas são suaves em boa parte do tempo, sendo um tanto quanto perceptíveis quando o Evoque acelera em baixa velocidade. A impressão que fica é que a transmissão se perde um pouco quando está fora de sua zona de conforto. Vale lembrar que a manopla é um show a parte: com o motor desligado ela se esconde no console central e as marchas são selecionadas rotacionando a manopla.
A vantagem de ter tantas marchas, no entanto, é que na estrada o Evoque é muito silencioso e confortável. A 100 km/h ele alterna entre oitava e nona marcha para jogar a rotação a 1.500 giros na última relação, resultando em economia de combustível. Ainda assim, a Land Rover optou por liberar o acionamento manual por meio das aletas atrás do volante apenas com o câmbio em modo S. Ou seja, em uma condução tradicional em Drive não é possível antecipar uma redução de marcha para não ter de lidar com o delay do câmbio.
Com quatro modos de seleção diferentes de condução off-road, o Land Rover Evoque é capaz de se adaptar rapidamente a trechos urbanos, de areia, neve ou lama. Na cidade, a tração 4x4 funciona para colocar o SUV em uma trajetória segura em caso de manobras bruscas. É possível fazer curvas mais abusadas sem que a carroceria role demais ou se incline. Esse comportamento se deve muito também à suspensão mais durinha e às rodas de 20 polegadas. A firmeza é próxima a de um hatch esportivo, sem a moleza típica de um SUV.
Conclusão
Por R$ 253.500, o Land Rover Evoque HSE Dynamic entrega esportividade e todo o luxo esperado por um modelo que ostenta o nome Range Rover em seu capô. O preço alto é recompensado por uma lista de itens de série bastante generosa, ainda que ele não tenha controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência e detector de ponto cego, itens que fazem falta nessa faixa de preço e estão em vários concorrentes e SUVs mais baratos.
No fim das contas, o Evoque traz esportividade aliada à versatilidade de um SUV com uma pitada generosa de refinamento, mesmo que o câmbio priorize conforto e eficiência. Ele é um carro feito para aqueles que querem chamar atenção nas ruas com todo o luxo de um Range Rover sem a necessidade de ter na garagem um iate sobre rodas com 5 metros de comprimento. Como dizem, nos menores frascos estão os melhores perfumes.
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