10/07/2013 - Texto e Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
De um lado, um dos modelos mais baratos da BMW. De outro, um dos mais caros da Citroën. Ambos têm carroceria hatch, motor 1.6 turbo a gasolina e querem entregar luxo e desempenho. É nesse cenário que o Série 1 118i e o DS4 se encontram e disputam o consumidor em lados opostos da barreira dos R$ 100 mil. O Citroën de 165 cv custa R$ 99.900, enquanto o BMW de 170 cv de potência sai por R$ 107.750. A escolha pelo 118i se justifica pelo fato de a versão 116i ter 136 cv.
O visual da atual geração do Série 1 divide opiniões. Para alguns, seu desenho é simples e, para outros, controverso. O DS4 não deixou dúvidas, pois chamou a atenção pelo seu porte maior e linhas ousadas.Uma boa explicação para esta diferença está no tamanho dos carros. O BMW é mais baixo e largo, tem o capô longo e a traseira curta e reta. Parece “atarracado”. Mais alto, o DS4 passa a impressão de ser mais esbelto e proporcional.
Além do visual, a matemática das dimensões reforçam a diferença. O 118i tem 1,4 m de altura, enquanto o DS4 tem 1,5 m, mas ambos medem 1,8 m de largura. Apesar de o comprimento ser o mesmo (4,3 m), o DS4 tem o entre-eixos de 2,6 m, enquanto o 118i tem 2,7 m, o que aumenta a impressão de traseira curta do carro.
Olhar é uma coisa, dirigir é outra
O DS4 é mais barato, bonito e melhor equipado que o BMW. Vitória fácil. Só que não. O BMW não mostra o jogo até o motorista sentar em seu lugar reservado. Lá, vai encontrar um volante com diâmetro pequeno e aro mais grosso, como um esportivo. Tanto a direção como os pedais estão perfeitamente alinhados ao corpo do condutor. Além disso, o 118i é uma espécie em extinção: tem tração traseira.
Apesar de usar o mesmo motor que o rival e ter potência apenas 5 cv superior, o 118i acelera de 0 a 100 km/h em 7,5 segundos com 1.385 kg que o DS4 de 1.363 kg. O Citroën cumpre a tarefa em 8,6 s. A diferença está no torque e no câmbio. Enquanto o primeiro tem 25,5 kgfm e transmissão automática de oito marchas, o segundo tem 24,5 kgfm e seis velocidades na caixa automática.
A diferença de posição das rodas motrizes tem vantagens e desvantagens para ambos. A traseira do BMW entrega um comportamento exemplar em curvas, deixando o carro atingir o limite de aderência sem susto. Porém, por ter um eixo cardã a mais, o motor perde energia na hora de transferir a força às rodas. A dianteira do Citroën é mais eficiente em termos de consumo, mas, em curvas, o carro tende a sair de frente.
Para quem gosta de diversão, o 118i é o que empolga mais. Acelera com vigor graças às relações de marcha mais próximas e faz pouco caso das curvas, não importa o quão fechadas elas sejam ou a velocidade com que se entra nelas. Desligue o controle de tração e prepare-se para contornar esquinas controlando o carro com o acelerador.
Não que o DS4 não ande bem, pelo contrário. O carro não sente falta de um propulsor maior, apesar do seu porte, mas com um volante de grande raio e leve, não tem a mesma dinâmica esportiva do rival.
Dirigir é uma coisa, conviver com o carro é outra
Por mais que o Série 1 seja divertido, é inegável a vantagem do DS4 no quesito vida a bordo. Falando em mimos, o cenário escurece para a BMW. A versão 118i tem bancos de tecido e sistema multimídia sem GPS. Isso sem falar no ar-condicionado, que não é automático. Todos esses equipamentos estão presentes no Citroën, com a adição de bancos em couro com massageador elétrico na frente.
O de origem francesa conta ainda com para-brisas panorâmico de série. Os passageiros da frente viajam com espaço de sobra graças à altura extra e a cabine é silenciosa em qualquer situação. No BMW, a esportividade proposta pela posição mais baixa para dirigir interfere na visibilidade. Além disso, a cabine é mais justa para os ocupantes.
O espaço e o acesso aos bancos traseiros é difícil, em razão da pequena abertura das portas. Quem viaja atrás vai com as pernas próximas ao banco da frente no BMW e com a cabeça raspando nas laterais no DS4. O agravante do 118i é o túnel de transmissão, que quase inviabiliza um terceiro ocupante no banco traseiro. No DS4, a bela porta curvada se abre com uma proeminente quina e os vidros traseiros não abrem.
Escolha de Thiago Moreno - Enquanto carro divertido, o 118i ganharia com grande margem esse comparativo pelo prazer ao dirigir. Porém, mais caro e menos equipado, perde para o DS4, mais bonito, confortável e com uma relação custo-benefício melhor.
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