Compass x Taos: briga de médios (e de méritos)

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Jeep Compass Longitude 2022

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Volkswagen Taos

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O segmento dos SUVs aqui no Brasil é dos mais – se não for o mais – disputados atualmente. Raro passar um bimestre sem que uma novidade, seja de modelo ou versão, chegue às lojas para tentar atrair uma fatia do mercado.

E se até recentemente, as opções se dividiam entre compactos e grandes, hoje, o foco se ampliou para os modelos de tamanho médio. São dois deles nosso assunto neste post.

Começando pelo Jeep

Vale reconhecer que foi justamente o Jeep Compass, lançado em 2016, o primeiro modelo que estourou nessa “onda média”. Chegou e logo fez um sucesso tão grande que ultrapassou em vendas o irmãozinho menor Renegade, até então, a estrela da família Jeep nacional.

Méritos não lhe faltavam. Além do óbvio espaço maior para passageiros e bagagens, o carro ampliou também o conforto com uma “calibragem geral” que, sem fazer com que perdesse seu apelo aventureiro, pudesse assumir o papel de carro da família com um conforto digno de uma boa e velha perua (no melhor dos sentidos, sem querer ofender!).

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Com uma boa gama de versões, das mais simples às mais sofisticadas – incluídas aí as realmente talhadas para caminhos ruins, com tração 4x4 e motor a diesel de torque abundante – o Compass criou o que poderíamos chamar de benchmark – ou referência – no mercado.

E, no ano passado, recebeu uma série de atualizações, entre itens de conforto, conectividade e, o mais importante, de mecânica, justamente em um de seus pontos fracos: o motor flex. Com um novo propulsor turbo 1.3 de quatro cilindros, chamado T270, o carro evoluiu bastante, tanto em desempenho, quanto em consumo de combustível.

Como postamos recentemente aqui no iCarros uma avaliação bem completa que fiz do Compass Longitude 2022 (o que aparece nas fotos), não vou me alongar aqui sobre isso, mas sugiro que você dê uma olhada na avaliação que fizemos:

+ Rua, rodovia e lama no Compass Longitude 2022

E chegou o Taos

A Volkswagen demorou um pouco a entrar mais pesadamente no segmento dos SUVs e, de certa forma, pagou um preço por isso, perdendo posições no mercado. Mas – antes tarde do que nunca – começou mudar esse panorama com o lançamento, no final de 2018, do compacto T-Cross. 

E, em 2020, aumentou a família de utilitários esportivos com o Nivus e adotou o slogan “SUVW” em campanhas publicitárias. E, para fazer jus ao trocadilho, anunciou, com bastante antecedência, a produção do modelo de porte médio Taos, na Argentina. Cumpriu e o carro chegou ao Brasil em maio do ano passado.

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Disponível apenas em duas versões de acabamento, Comfortline e Highline (a que testei na semana passada e que aparece nas fotos deste post), ele é equipado com o conhecido (e bom) motor 1.4 Tsi, um turbo de quatro cilindros que já equipa outros modelos da linha VW desde o início da década passada.

Seu ajuste de suspensão faz lembrar o de outros carros da marca – como o Jetta e sua versão SW, a Golf Variant, com os quais compartilha sua plataforma –, o Taos é bom de guiar, muito espaçoso e oferece uma boa lista de recursos de segurança e de conforto.

Falo um pouco mais sobre isso na comparação mais adiante, mas recomendo que você leia, também, a ótima avaliação que meu colega Rodrigo França fez do modelo aqui para o iCarros:

+ Avaliação VW Taos: dimensões maiores e muita tecnologia

Com preços e equipamentos equivalentes aos de uma parte da gama do Jeep Compass (justamente a faixa mais vendida), o Taos teve boa aceitação, embora ainda não tenha sequer se aproximado em vendas de seu principal rival: em dezembro de 2021, foi para 1.462 garagens brasileiras, enquanto o Jeep foi escolhido por 6.668 compradores.

Parte dessa diferença tem a ver com a capacidade limitada de produção do carro no país vizinho, provavelmente devido a questões econômicas e de fornecedores, ainda afetados pela pandemia.

Vamos à comparação

Adianto que não pretendo dar um “veredito” nessa disputa, mas sim comentar o que merece destaque em cada um dos dois modelos, ok? Isso porque – e isso não é um spolier – ambos são bons automóveis, com qualidades (e defeitos) que se equivalem. 

A maior diferença entre eles está na personalidade e no estilo que trazem de suas marcas. A começar pelo desenho da carroceria, mais conservador e comportado no Volkswagen, mais arrojado e original no Jeep. Isso, claro, é questão de gosto.

+ Renault Kwid: vale a pena ter o 0 km mais barato do Brasil?

Na frieza dos números, em termos de mecânica, o Compass leva vantagem. A despeito da litragem menor, seu motor 1.3 turbinado gera 185cv de potência contra os 150cv do 1.4 do Taos. Mas, quando comparamos o torque, a vantagem não é tão expressiva: 27,4 contra 25,5 kgfm.

Como o VW pesa 169 kg a menos – são 1.420 kg contra 1.589 kg do Jeep –, na vida real, o Taos é até um pouquinho mais ágil que o rival. Somando a isso uma suspensão com multibraços na traseira (no Compass, ela é do tipo McPherson comum) e um ajuste mais firme, ele ganha na chamada sensação de dirigir.

Mas perde um pouco no trato dos passageiros. Se não é tão divertido para o motorista, o Compass é mais macio e confortável, sem que com isso seja instável ou balance em excesso. Além disso, tem acabamento, materiais e mesmo design interno que passam uma sensação de mais luxo e capricho que os do carro da Volks.

Quem vai atrás no VW, porém, conta com mais espaço para as pernas, já que o modelo tem 5cm a mais de distância entre-eixos (2,68 contra 2,636 metros). E vence, também, no porta-malas, onde leva 498 litros de bagagem, contra 476 do Jeep.

Ambos empatam em termos de instrumentos, multimídia, conectividade e tecnologia digital em seus painéis de instrumentos e telas. Mas há uma diferença marcante de estilo: enquanto no Jeep a tela da multimídia fica destacada do painel, no Volks ela é embutida e fica faceando a superfície.

Em termos de consumo, a diferença medida pelo Inmetro é pequena, com vantagem para o SUVW: Com gasolina, ele faz 10,2 km/l na cidade e 12,2 km/l na estrada, enquanto o Jeep percorre 10,3 km na cidade ou 11,9 na estrada, com o mesmo combustível. Segundo suas fichas, ambos aceleram de 

0-100 km/h em 9,3 segundos (com etanol). Ambos têm bom câmbio automático com 6 marchas.

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E o preço?

Para efeito de comparação, o Taos Highline com teto solar igual ao de nossos testes está cotado no site da VW (preço Brasil) por R$ 212.270,00, enquanto seu equivalente mais próximo, o 

Compass Limited T270, com o teto solar e o opcional pack high tech – que o nivela em recursos com o que o rival traz de série – sai por R$ 211.589,00.

Eis um resumo do que achamos que cada um deles tem de melhor:

Taos: espaço interno (entre-eixos 4,4 cm maior) e no porta-malas (498 contra 410 litros); sensação de dirigir mais direta (menos amortecimento), itens de segurança “de série” (como frenagem automática de emergência, computador automático de faróis e aviso de mudança de faixas), suspensão e ajuste de suspensão; consumo.

Compass: Acabamento interno; materiais e design de painel e instrumentos e painéis; acesso ao porta-malas, mais air-bags (7 contra 6 do Taos, que não tem o de proteção aos joelhos do motorista); motor com maior torque e potência (o que é, em grande parte, compensado pelo menor peso do rival), estilo mais arrojado e mais conforto de suspensão para os passageiros. 

Há questões que, claro, dependem mais do gosto pessoal. Entre elas, o design da carroceria – para mim, mais ousado e marcante no Compass do que no conservador Taos. 

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