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Como é o Toyota SW4 SRX de 7 lugares na vida real?

Sete dias de convívio com o SUV de porte grande, em ruas, avenidas, estradas – e também fora delas

26/06/2022 - Henrique Koifman/RF1 / Fotos: Henrique Koifman / Fonte: iCarros

Durante a semana que passei com o Toyota SW4 versão SRX de sete lugares, rodei por praticamente todos os tipos de caminhos – incluindo os que me levaram aos cenários das fotos. Neste post, conto um pouco sobre minha experiência, com passagens por ruas (engarrafadas), avenidas e estradas de asfalto e de terra. 

Comecemos pelo básico: o SW4 é o maior SUV da linha da Toyota no Brasil e faz parte daquele subsegmento dos “utilitários raiz”, derivados de picapes e projetados para enfrentar condições severas – e não apenas ostentar uma pose aventureira.  

Daí que, o primeiro sentimento que muita gente – especialmente de gente urbana – tem quando o vê pela frente é uma mistura de encantamento e certa intimidação. Tamanho, tipo de mecânica, performance… deve ser tudo bem diferente do que se encontra em um carro de passeio, certo? 

Já acostumado a guiar grandes utilitários a diesel, pulei alguns capítulos desse “estranhamento” quando retirei o “suvão” da concessionária. Sim, ele não é um carro de passeio comum, mas com alguma atenção extra, você pode dirigi-lo pelas ruas de sua cidade com relativa tranquilidade. 

Peculiaridades de um carrão de duas toneladas 

Para começo de conversa, ele tem um suave câmbio automático de seis marchas, que casado ao motor diesel de 50,9 kgfm de torque (e 204 cv de potência), move seus 2.100 kg com facilidade. Perto disso, os engates brutos do câmbio manual dos utilitários dos anos 1990 ficam parecendo pré-históricos (e eram, mesmo). 

Além disso, direção e freios têm ação bem previsível e passam uma boa sensação de controle. Bastam poucos quilômetros ao volante para você se acostumar com a transferência de peso nas brecadas mais fortes e deixar de se preocupar com eles.  

A posição de dirigir, “nas alturas”, aliás, contribui para isso, também, facilitando a “leitura” do que acontece em volta. Rodando com atenção e em velocidades compatíveis com o trânsito, não há sustos. Se bem que nem tudo é assim tão simples. 

Pela altura e tamanho do capô, é preciso estar atento em relação ao que vai logo à frente – especialmente em congestionamentos do tipo “anda e para” e em entradas e saídas de estacionamento, por exemplo. Isso porque, na prática, o campo visual do motorista só começa uns três ou quatro metros depois do para-choque.  

O sensor de distância compensa um pouco isso e, com o tempo, claro, você se acostuma e o pavor de atropelar um cachorrinho na calçada de casa quase desaparece. Por falar em casa, a vaga da minha garagem – não muito ampla e com obstáculos na entrada – talvez fosse a minha única preocupação, quando pulei os tais capítulos lá no quarto parágrafo. 

Surpreendentemente, com paciência e sem pressa, consegui parar os quase 4,80 m do SW4 nela, sem maiores problemas. A manobrabilidade do carro, aliás, me impressionaria positivamente em outras situações e lugares. Se não chega a ser um táxi inglês, o carrão parece encolher nas manobras. 

A boa câmara de ré, sempre em cartaz na central de multimídia, o sensor de distância dianteiro e os retrovisores bem abrangentes ajudam, claro.  

Por onde andamos 

Depois de alguns dias no uso urbano habitual, às vezes pelejando para encontrar vagas compatíveis por aí, pegamos a estrada. Na rodovia, definitivamente, o SW4 se sente mais à vontade, e ronronou suavemente para manter 110 km/h nos trechos planos, de bom piso e permitidos. É claro que, na sinuosa subida da Serra de Petrópolis não dá para se esquecer de seu tamanho. 

E isso significa fazer as curvas com um pouco menos de apetite, pois a altura (de 1,83 m) e a suspensão com curso mais longo são sentidas na forma como ele se inclina. E suas rodas de 18 polegadas com pneus 265/60 reagem a cada buraco ou imperfeição maior na pista. 

Por outro lado, com torque e potência de sobra, as saídas de curva e retomadas de velocidade são fáceis e divertidas. E ainda são acompanhadas pelo roncão bacana do motor a diesel, que realça a interação do motorista com o carro e dá – literalmente – o tom da sensação de dirigir desse tipo de modelo.  

Nos momentos em que essa retomada precisa (ou pode) ser mais enérgica, dá para acionar a teclinha “Power” no console central, junto à alavanca de câmbio, e esticar um pouco mais as rotações, vitaminando a coisa. Sem grandes arroubos esportivos, é claro, mas suficiente para ultrapassagens seguras, por exemplo. 

Além dessa, há ainda a opção “ECO” – que atua no sentido oposto, restringindo as ações de câmbio e (por tabela) motor de modo a gastar menos combustível – e, óbvio, a seleção “normal”. E, para ajudar a dosar o freio motor nos trechos de descida, lá estão as sempre bem-vindas borboletas (paddle shifters) atrás do volante. Usei a beça. 

O painel de instrumentos combina dois grandes mostradores analógicos – conta-giros e velocímetro, com indicadores de combustível e de temperatura – com uma tela de TFT em que se pode escolher informações do computador de bordo. Essa seleção é um dos comandos disponíveis no volante, junto com os da multimídia, piloto automático etc. No geral, tudo é fácil de se achar e de se ler. 

Habitat natural 

À vontade na rodovia, em casa na estrada de terra. Nosso primeiro destino incluía um trecho de uns 10 km de terra, sem grandes dificuldades, mas com uma etapa final extremamente íngreme. Só para experimentar, percorri esse finalzinho com a tração nas quatro rodas acionada.  

E, no dia seguinte, aproveitei um terreno mais acidentado para, além de fazer fotos, testar os outros recursos de fora-de-estrada disponíveis no “arsenal” do carro. 

Para situações mais complicadas – como pisos muito escorregadios, lama e desníveis maiores, por exemplo – ele conta com o modo reduzido e, para casos mais extremos, com o bloqueio de diferencial, que faz com que a força do motor chegue uniformemente a todas as rodas, de forma permanente. 

O bom é que tudo isso é bem fácil de usar, por meio de botões localizados onde se espera que estejam e que são assinalados por desenhos/ícones compreensíveis. E, novamente, a boa manobrabilidade do carrão ajuda muito a não deixar que fique entalado pelo caminho. 

Consumo, conforto, segurança 

No total, nos sete dias rodamos pouco mais de 400 km, com uma média geral de consumo próxima dos 11 km/litro de diesel (segundo o computador de bordo). Para os passageiros, a sensação de espaço e de conforto foi o principal elogio. O acabamento interno é, no geral, muito bem-feito. 

Os bancos, forrados em couro e material sintético, são confortáveis, e consegui ajustar (com regulagens elétricas) o do motorista com perfeição – embora um pouquinho mais de apoio lateral nos dianteiros fosse bem-vindo. Nas portas, os painéis são de plástico duro, mas há zonas acolchoadas onde há mais contato com nossos cotovelos e braços. 

O sistema de ar-condicionado tem comando digital, é ajustável para duas zonas e há saídas de ventilação independentes, no teto, para as duas fileiras de bancos traseiros. E, embora a SRX seja a versão mais simples da linha SW4 (acima estão a Diamond e a GR-Sport), o pacote de acessórios e recursos é bem extenso. 

Nele estão itens não muito comuns, como ventilação para os bancos dianteiros e compartimento ventilado no painel (porta-luvas). E também um ótimo sistema de som JBL, abertura (e fechamento) elétrico para a tampa do porta-malas e multimídia com tela de 8” (poderia ser um pouquinho maior) com boa conectividade. 

A terceira fileira de bancos – os que somam os sete lugares dessa versão – não fica embutida no assoalho como a maioria de modelos desse tipo, mas sim escamoteada, com cada um dos assentos pendurado em uma das laterais do porta-malas, como nos antigos Land-Rover Defender. 

Embora possa parecer estranho, no uso, isso provou ser uma solução bem prática e que rouba menos espaço para bagagens quando os assentos estão recolhidos. Além de não atrapalharem em nada a visão do motorista, os dois bancos podem ser usados separadamente de forma bem simples. 

O espaço que oferecem é um pouco justo para dois adultos – especialmente para as pernas, pois o assoalho fica alto – mas suficiente para que crianças viagem com conforto. Vale destacar a iluminação interna, por LED de luz branca, uma das mais eficientes que já vi. Dá pra achar até aquela tarraxa do brinco que caiu no chão à noite. 

Do básico para um automóvel desse preço (são R$ 390.790*, segundo o site da marca), senti falta apenas do sensor de chuva – que aciona automaticamente os limpadores em caso de necessidade. O que é um pouco estranho, pois o acendimento dos faróis é automático. Molas ou amortecedores sob o pesadíssimo capô do motor também seriam bem-vindas. 

Já o pacote de segurança é bem completo: controles de estabilidade e de tração, assistentes de pré-colisão, frenagem, frenagem de emergência e de partida em rampa; detector de ponto cego, de pedestres e ciclistas, alerta de mudança de faixa e de tráfego na traseira e controle adaptativo de velocidade (ACC) e há seis air-bags (frontais, laterais e de cortina). 

E então?  

Embora a quantidade de SUVs disponíveis hoje em nosso mercado esteja na casa das dezenas, na prática, o Toyota SW4 SRX só tem como concorrentes específicos em seu subsegmento o Chevrolet Trailblazer  e o Mitsubishi Pajero Sport, que também oferecem a opção de sete lugares, motores a diesel e tração 4x4. O Jeep Commander 4x4 corre por fora, mas tem outro porte e categoria. 

Dos três, o SW4 é o que tem preço inicial mais alto: O Chevrolet parte de R$ 368.470*, mas oferece um sistema de tração 4x4 bem mais simples e perde, também, em equipamentos e acessórios. O Mitsubishi mais simples (HPE), com pacote que o deixa mais próximo do Toyota, sai por R$ 369.990*, mas é menos potente. 

Quem busca um utilitário desse tipo procura (ou deveria procurar) mais do que simplesmente porte, estilo e conforto, mas também resistência, praticidade e confiabilidade. Eles são daquele tipo de veículo “pra vida inteira” – como diriam nossos avós.  

Nessa categoria e, sobretudo, faixa de preço, as escolhas costumam levar em conta mais do que “meras” dezenas de milhares de reais. O SW4 não é apenas “um bom carro para ir ao sítio ali na serra no fim de semana”, mas também para ir (bem) além do sítio, da fazenda, do final da rodovia. E para essas viagens, esse Toyota é uma ótima opção. 

Para terminar, vale informar que o SW4 também é oferecido em versão de 5 lugares apenas (também SRX, por R$ 384.190,00*) e nas mais sofisticadas Diamond (R$ 424.290,00*) e GR – Sport (R$ 433.590,00*). 

(*) preços dos sites das montadoras; valor-base para Brasília - DF 

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