30/04/2020 - João Brigato / Fotos: João Brigato / Fonte: iCarros
Entre Civic e Cruze, qual dos dois é a melhor alternativa ao Corolla? Para responder à pergunta reunimos as versões topo de linha dos dois sedãs. São elas que carregam o que há de melhor em equipamentos e mecânica: o Honda Civic chega na configuração Touring para enfrentar o Chevrolet Cruze Premier.
Mecânica
Enquanto o Toyota Corolla apela para motorização híbrida em sua versão topo de linha, Civic e Cruze vão para o mundo do turbo. O Chevrolet traz motor 1.4 quatro cilindros turbo de 153 cv e 24,5 kgfm de torque, enquanto o Civic vai de 1.5 quatro cilindros turbo de 173 cv e 22,4 kgfm.
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A vantagem do Honda é em potência, enquanto o torque é mais farto no Chevrolet, além disso apenas ele bebe etanol. Quando comparados os números de consumo, o Civic registra com gasolina 11,1 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada, enquanto o Honda vai a 11,8 km/l na cidade e 14,4 km/l na estrada. Vale lembrar que o Cruze é flex e o Civic bebe apenas gasolina.
Confira a avaliação completa do Chevrolet Cruze
No entanto, no uso real o Cruze se mostrou mais econômico: no mesmo trecho de estrada ele marcou 20 km/l ,enquanto o Civic manteve os 14,4 km/l. Boa parte disso se da à transmissão automática de seis marchas do GM que trabalha com suavidade e mantém o motor em baixa rotação o tempo todo. Já o Civic e seu câmbio CVT privilegiam a força em rotação ideal.
Dirigibilidade
Se no papel a vitória mecânica vai para o Cruze, na hora do sensorial é que o Civic leva vantagem. Ele é um carro mias gostoso de dirigir, transmitindo maior solidez e sofisticação ao rodar. A suspensão é mais firme e silenciosa que a do Cruze, passando por buracos com mais tranquilidade ao passo que se mantém mais estável em velocidades altas.
Com direção excessivamente leve, o Cruze tende a flutuar na estrada, sendo levado facilmente pelo vento – ao contrário do Civic que se mantém em trajetória e exige poucas correções do motorista. Nem mesmo o sistema de manutenção em faixa do Cruze ajuda a diminuir esse comportamento.
Nas curvas o Honda é referência, tendo apetite para engolir uma estrada sinuosa como se fosse um esportivo. O Chevrolet não faz feio, muito pelo contrário. Mas, novamente, sua direção mais leve do que deveria tira do motorista a sensação de segurança ao rodar.
Em um ponto há vantagem para o Cruze: a transmissão. O câmbio automático de seis marchas trabalha com suavidade nas trocas quase imperceptíveis, mas que existem, ao contrário do Civic que diz simular sete marchas. A simulação de fato existe apenas no modo Sport por duas ou três marchas. Fora isso, o CVT trabalha com linearidade e sem emoção, fazendo o motor gritar em acelerações fortes, diminuindo a diversão na tocada mais esportiva. Além disso, ele é mais lento para reagir e aumentar o giro.
Equipamentos e tecnologia
Aqui é o território do Cruze: tudo que o Civic tem de equipamentos, o Chevrolet também tem e vai além. Ambos têm faróis de LED, bancos com regulagem elétrica, chave presencial com partida remota, carregamento de celular por indução, retrovisor elétrico com rebatimento e controle de tração e estabilidade.
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Para não dizer que o Cruze leva a melhor nesse quesito todo, ele tem ar-condicionado digital de uma zona contra duas do rival, painel de instrumentos analógico contra o digital configurável do Civic e ainda usa freio de mão manual enquanto o rival já vem com sistema eletrônico que inclui função auto-hold.
Um dos pontos em que o Cruze é expressivamente melhor que o Civic é na central multimídia. Ambos têm Android Auto e Apple CarPlay, mas a tela do Cruze tem definição nitidamente melhor, é mais rápida e fácil de usar. A Honda parece estar alguns anos atrás da Chevrolet nesse quesito e em tecnologia. Isso é muito tempo nos tempos atuais.
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Outras vantagens tecnológicas do Cruze incluem frenagem de emergência, start-stop com botão de desativação, sistema de manutenção em faixa, detector de ponto cego (o Honda tem apenas uma câmera no retrovisor direito), conexão Wi-Fi para sete aparelhos e sistema OnStar com rastreamento, concierge e ligações automáticas para emergência em caso de acidente.
Interior
Enquanto o Cruze é o que traz mais tecnologia, o Civic é mais sofisticado. A cabine do Honda tem materiais mais bem cuidados e aparentemente caros, com direito a muito mais regiões macias ao toque que o Cruze. O Chevrolet tem mais regiões com plásticos duros sim, porém têm melhor qualidade que os poucos plásticosusados pela Honda em algumas partes da cabine.
Veja a avaliação em vídeo do Chevrolet Cruze
O visual com linhas horizontalizadas e envolventes dá vantagem ao Civic Touring, especialmente por conta do contraste de materiais, como o couro cinza e a faixa texturizada no painel. O Cruze Premier traz couro marrom para se sofisticar, mas o uso exagerado de plásticos brilhantes ou cromados entrega a origem mais simples.
Em espaço, outra vantagem para o Civic. Ele tem porta-malas maior (517 litros contra 440 litros) e tem interior melhor aproveitado ainda que ambos tenham exatamente 2,70 m de entre-eixos.
Veja a avaliação em vídeo do Honda Civic
O espaço para as pernas e cabeça no Civic é maior e o banco é mais confortável. Há um porém: a posição de sentar para todos os passageiros é evidentemente mais baixa no Honda, o que pode incomodar motorista e passageiros de menor estatura. Vale destacar que o couro usado no volante e nos bancos do Chevrolet tem melhor aspécto tátil que o do Honda.
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Preço
Um dos principais argumentos de compra do Chevrolet Cruze daqui para frente será o custo. Comparando aos rivais topo de linha, ele é mais barato. O Cruze Premier parte de R$ 122.790, preço abaixo dos R$ 134.900 cobrados pela Honda no Civic Touring ou os R$ 130.990 que a Toyota pede pelo Corolla Altis Premium Hybrid.
Design
Visual é algo bastante subjetivo, mas o estilo do Civic tende a agradar mais pessoas (ele ainda vira pescoços mesmo depois de tanto tempo do lançamento). Ele é ousado e elegante ao mesmo tempo, entregando linhas discretas na carroceria e perfil cupê bastante claro. Destaque para os faróis full-LED e para a bela lanterna traseira em boomerang que foi até copiada pelo Hyundai Sonata.
Na reestilização a Chevrolet exagerou na dianteira do Cruze, dando uma grade frontal grande demais para as suas linhas harmônicas. É uma tentativa de transmitir mais esportividade e personalidade a um sedã médio de perfil mais tradicional. Linhas fortes na carroceria e traseira alta marcam seu estilo que continua a agradar, apesar do toque de exagero na frente.
Vencedor: Honda Civic Touring
Honda Civic Touring e Chevrolet Cruze Premier podem até disputar o comprador do Toyota Corolla, mas são modelos feitos para perfis completamente diferentes. O Cruze é para quem coloca a tecnologia em primeiro lugar, quer muitos equipamentos, conectividade e uma central multimídia tão boa quanto um smartphone moderno.
Já o Civic foi feito para o tradicional comprador de sedã médio: é para quem gosta de dirigir e quer espaço interno farto com direito a porta-malas grande. O Honda é sofisticado tanto no interior quanto ao rodar, transmitindo melhor o valor que cobra.
Falta a ele alguns equipamentos tão necessários e desejados nessa categoria e que estão presentes no Chevrolet Cruze e no Toyota Corolla, assim como o motor flex, mas o Honda Civic compensa ao entregar uma experiência superior. É como se ele estivesse a um degrau do segmento premium, enquanto o GM está a dois – e é justamente isso que mais pesa no segmento.
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