Citroën C6, como é gostoso esse francês!

Visto de traseira, parece um coupé. De perfil, lembra um prestigioso sedan ou mesmo uma limousine. Mas, seja qual for a primeira impressão ao ver o novo C6, que a Citroën acaba de lançar no mercado brasileiro (na Europa em maio de 2006), ela certamente infere um veículo de alto padrão de qualidade e luxo. Aliás, um luxo só. Disponível no Brasil quase como um veículo exclusivo (a Citroën vai importar apenas 40 unidades por ano), pelo preço sugerido de R$ 230 mil (e a fila de espera já é de pelo menos 30 dias), o C6 é na realidade um enorme sedan que, apesar dos seus quase cinco metros de comprimento (só de entreeixos ele tem 2,90 metros) transmite mais a impressão de elegância do que a de um automóvel de grande porte. O estilo é fluido e dinâmico como os quase lendários Citroën DS, CX e SM, com detalhes característicos que os distingue logo à primeira vista. No caso do C6, chama muito a atenção o pára-brisa traseiro curvado e os vidros traseiros abaulados seguindo a linha de curvatura do teto. Em síntese, um sedan com capô muito longo e traseira bem curta. Mas é rodando que o C6 encanta mais. O motor que equipa o modelo é o mesmo 3.0 V6 de 24 válvulas que pulsa sob o capô do C5, com 2% de potência e 5 Nm de torque a mais. No total, 215 cavalos de potência (a 6.000 rpm) empurram os 1.834 quilos do imponente sedan, administrados por um câmbio automático seqüencial de seis velocidades. Mas embora a ficha técnica indique 290 Nm de torque a partir dos 3.750 rpm, o C6 ainda assim demora para embalar, passando uma certa sensação de frustração quando se exige do acelerador a partir de baixas rotações. Mas, convenhamos, esse top de linha da Citroën nasceu para encantar não por suas prestações de desempenho esportivo, mas sim pelo conforto e maciez de rodagem, espaço e baixo nível de ruído interno e status que oferece. O teste-drive foi curto –cerca de 80 km-, em trecho de estrada plana e bem pavimentada, mas o suficiente para constatar toda a realeza que esse gostoso francês oferece. Imponente mas discreto O C6 é produzido na unidade industrial de Rennes, na França, centro de produção do grupo PSA Peugeot Citroën dedicado aos modelos top de linha. Se o motor não empolga pelo desempenho, encanta pela elasticidade e baixíssimo nível de ruído que emite. Propulsor de concepção moderna, está obviamente em conformidade com as normas européias Euro IV. Bom de estrada, o C6 desliza veloz em altas rotações. O câmbio automático seqüencial é bem escalonado e responde bem ao quickdow, aquela pisada mais funda no acelerador para retomadas rápidas. As suspensões são hidráulicas dotadas de moderno sistema de amortecimento variável (dianteiro por eixo com duplo triângulo e traseira com eixo Multilink), que podem ser reguladas em altura e tensão: macias sem serem moles, e firmes sem serem duras. O aerofólio traseiro traseiro embutido, um charme à parte, se posiciona em três posições elevadas diferentes, a partir dos 120 km/h e na medida em que a velocidade aumenta. Ao volante, o mínimo que se deseja é que a estrada não acabe. Majestosamente instalado numa poltrona com assento múltiplo regulável, o motorista tem à frente um painel diferente, muito bem bolado, que incorpora um sistema de display na parte mais elevada do quadro de instrumentos. Regulável em altura e luminosidade, esse painel possui um sistema de projeção de informações essenciais no pára-brisa, como velocidade ou navegação. Não é preciso desviar os olhos nem por um momento, para ´ler` o quadro. Sem os exageros das espavanadas limousines de dez metros de comprimento, o C6 oferece conforto absoluto a todos os ocupantes. Se os bancos dianteiros são verdadeiras poltronas, os traseiros são deslizantes e individualizados. Confortável e seguro. A lista de itens de série de segurança, ativa e passiva, é longa e inclui a famosa ´sopa de letrinhas dos notáveis`: freios ABS + ESP + ASR + AFU; nove air-bags (2 frontais, 4 laterais, 2 tipo cortina e 1 para os joelhos do motorista); detector de pneus baixos; faróis de xenon bi-função direcionais, entre outros.