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Argo Trekking 2022: um aventureiro equilibrado

Versão intermediária e incrementada do compacto da Fiat é opção interessante para fugir da mesmice sem gastar muito

13/07/2021 - Henrique Koifman/ RF1 / Foto: Henrique Koifman / Fonte: iCarros

Em maio deste ano, o Fiat Argo foi o carro mais vendido do Brasil, com 10.929 unidades emplacadas. Durante uma semana, tive a oportunidade de avaliar sua versão Trekking 1.3 manual 2022 e, neste post, falo sobre o carro e de minhas impressões ao seu volante.

Aparência diferenciada

Vestido com acessórios, pintura e ajustes de inspiração aventureira, o modelo mostrou boas qualidades para enfrentar os caminhos nem sempre bem calçados do dia a dia urbano, e também alguma aptidão para estradas de terra civilizadas.

Em relação ao modelo do ano anterior, esse Trekking traz como novidade mais visível o grafismo que agora faz parte da faixa preta sobre o centro do capô dianteiro, algo que faz alusão, quem sabe, às antigas versões esportivas de compactos dos anos 1970. 

O pacote exclusivo dessa versão inclui molduras plásticas nas caixas de roda, suspensão (3cm) mais alta, pneus de uso misto para terra e asfalto e uma série e itens de acabamento, como as tais faixas e a logomarca que também está presente nos bancos, forrados em tecido, assim como pequenos detalhes no interior. 

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Somando tudo, o estilo ficou mais para um “rally-chique” que para um jipe que frequenta a lama, dentro de um patamar bastante criterioso, capaz de destacar o carro no mar do trânsito urbano, sem, no entanto, ser espalhafatoso. 

No meio da tabela

Uma coisa interessante neste Trekking 1.3 especificamente é que, diferentemente do que costuma acontecer em outras marcas, ela está entre os Argo mais caros que você pode comprar, mas sim lá pelo meio da tabela, custando a partir de R$ 77.662,00*, praticamente na mesma faixa Drive 1.3 “comum”, que custa a partir de 76.836,00*.

Há, também, uma opção com aparência semelhante, mas câmbio automático de seis marchas, motor 1.8 e um pacote mais caprichado de recursos, a partir de muito mais salgados R$ 93.982,00* - e, também, muito próximo da versão top da linha, o HGT, que começa em 93.672,00*.

(*) preços para o estado de São Paulo

Na minha opinião, o custo-benefício deste Trekking 1.3 é justamente um de seus maiores atrativos. Se não conta com a dose maior de requinte que as versões 1.8 do Argo trazem, ele tem o mais importante e fundamental. O carro que testei contava com o pacote intermediário de opcionais, que  inclui a hoje fundamental câmera de ré e belas rodas de liga leve de 15 polegadas.

De série, ali estavam boa multimídia com recursos de conectividade, centro do painel de instrumentos em TFT, onde se consulta o computador de bordo e uma série de informações e, também, itens de segurança, como aviso de frenagem de emergência, assistente de partida em rampas e controles de tração e estabilidade.

Isso, claro, e mais o pacote estético da versão, que além dos já mencionados grafismos coloca no carro aerofólio e teto pintados em preto brilhante, ponteira cromada no escapamento e outros retoques “esportivantes”.

Ao volante

Não ter um desempenho mais próximo de um esportivo não faz com que esse Argo 1.3 seja lento, nem mesmo aborrecido. Numa tocada mais calminha, bastam pouco acelerador e marchas trocadas em giros baixos para mantê-lo tranquilo no fluxo do trânsito urbano.

Com suspensão mais para macia e os pneus de perfil mais alto, ele se mostra extremamente confortável, mesmo sobre trechos de asfalto “crocante”, buracos, meios-fios (guias) e lombadas, transmitindo muito pouco das imperfeições do caminho para motorista e passageiros. 

A maciez faz com o que o carro se incline um pouco em curvas mais fechadas, mas, rodando dentro de parâmetros condizentes com as ruas e estradas pelas quais passei, não senti instabilidade em momento algum. O nível de ruído também é baixo e o isolamento da cabine em relação ao exterior funciona bem.

Para obter reações mais vigorosas e ganhar velocidade mais rápido – para entrar, vindo de uma transversal, em uma via expressa ou fazer uma ultrapassagem, por exemplo – é preciso pisar mais fundo no pedal da direita e adiar um pouco a próxima marcha.

Mantendo o motor girando perto dos 5.000 rpm, o comportamento do carro muda bastante e ele se mostra bem mais ágil e divertido. Como é de se esperar, nesses momentos, o ruído do motor entra mais desinibido na cabine, mas, pelo menos para o meu gosto, seu som está mais para música que para barulho.

O câmbio manual de cinco marchas (uma sexta seria muito bem-vinda, sobretudo para usar em viagens mais longas e trechos planos) é bem escalonado e preciso, embora se destaque mais pela maciez que pela agilidade nas trocas. Em parte, isso se deve ao curso um pouco longo da alavanca, que se não chega a atrapalhar em nada a condução, não rima com um estilo mais esportivo de guiar.

Dosando direitinho o uso de suas possibilidades, este Argo Trekking pode ser um ótimo companheiro para o dia a dia, para viagens (sem exageros de passageiros e bagagens) e até mesmo para escapadas para um sítio ou casa de campo que incluam alguns quilômetros de terra pelo caminho.

Isso porque, além de bom de dirigir e de se estar a bordo, ele oferece um consumo de combustível bem satisfatório: em nossa média predominantemente urbana, com gasolina, foram cerca de 12 km/litro, incluindo engarrafamentos e ladeiras (veja os dados completos na ficha técnica, ao final do texto).

Espaço racional

Em termos de espaço interno, o Argo é equivalente aos seus principais concorrentes – como Chevrolet Onix, Hyundai HB20, Volkswagen Polo e Peugeot 208. À frente, a posição de dirigir é boa, embora só haja regulagem de altura na direção. 

Os comandos e informações ficam todos à mão e à vista do motorista e a visibilidade por janelas e espelhos é bem suficiente. O volante traz apenas os controles da mídia e do telefone – não há controle automático de velocidade, mas lembremos, trata-se de uma versão intermediária. 

Meu conforto só não foi total porque, talvez por meu biotipo em particular, meu joelho esquerdo tem, digamos, uma incompatibilidade com a alça da porta. Bonita mas um pouco proeminente demais e sem acolchoamento, ela (a alça) e ele (o joelho) entraram em choque em diversas ocasiões. 

Se não dá para dar uma festa no banco de trás, ali viajarão sem se esparramar dois adultos ou, quem sabe, três crianças (comportadas). Os bancos são macios e seu tecido agradável ao toque. A mesma condição vale para o porta-malas, onde se acomodam 300 litros de bagagens, com bom acesso.

Em resumo

O Argo é uma boa opção entre os hatches compactos disponíveis em nosso mercado e, entre suas versões, essa Trekking 1.3 manual me parece ser a mais interessante.

Além do bom conjunto de motor e câmbio – que implica em um desempenho bacana –, ele traz um pacote inspirado. Um pouco mais alto, ganha versatilidade; mais enfeitado (mas sem exageros), ganha em atratividade.

Se eu fosse comprar um Argo, acho que seria esse.

Um carro com uma grande missão

Quando foi lançado aqui no Brasil, em maio de 2017, o Argo causou um certo rebuliço. Afinal, sobre seus ombros – ou melhor, sobre suas rodas – estava a responsabilidade de substituir, de uma vez, três outros modelos da Fiat: Palio, Punto e Bravo, de versões mais simples a mais sofisticadas – e até um pouco maiores. 

E, justiça seja feita, o modelo enfrentou essa missão com galhardia, com versões que vão da mais espartana, com motor 1.0 de três cilindros, câmbio manual e uma lista limitada de equipamentos às mais incrementadas, com um 1.8 bem disposto, seis marchas automáticas e boa coleção de itens de conforto e conveniência.

Em comum, todas elas têm um ótimo padrão de acabamento e materiais, design que combina personalidade com funcionalidade – especialmente no interior – e a capacidade de passar aquela sensação de “bom carro” a quem dirige, logo nos primeiros quilômetros rodados, morra-se ou não de amores por ele.

Fiat Argo Trekking 1.3 manual 2022 – Ficha técnica

Motor: Transversal dianteiro, 4 cilindros, 8 válvulas, 1.332 cm³

Potência máxima (cv): 101/109 a 6.000/6.250 rpm

Torque máximo (kgfm): 13,7/14,2 kgfm a 3.500 rpm

Câmbio manual com 5 marchas à frente

Tração dianteira

Freios: dianteiro a disco sólido, traseiro a tambor

Suspensão: dianteira tipo McPherson, traseira por eixo de torção com rodas semi-independentes

Direção com assistência elétrica

Rodas: 6” x 15”, pneus: 205/60 R15”

Peso: 1.130 kg

Dimensões (mm):

Comprimento 3.998, largura 1.724, altura 1.568

Distância entre eixos 2.521

Vão livre do solo: 210 mm

Altura mínima do solo: 187 mm

Ângulo de ataque: 21°

Ângulo de saída: 31,1°

Capacidades (litros):

Porta-malas: 300

Tanque de combustível: 48

Desempenho:

Velocidade máx. (km/h): 169/173

Aceleração 0 a 100 km/h: 11,6 s / 10,8 s

Consumo (km/l): cidade: 12,1 / 8,5 km/l, estrada: 13,5 / 9,6 km/l

 

Preço: a partir de R$ 77.662,00* 

Preço de carro como o do teste, com pacote intermediário de opcionais e cor metálica, R$ 83.642,00,

O preço máximo pode chegar a R$ 86.638,00*, com o pacote mais completo de opcionais.

(*) preços em São Paulo, SP.

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