O City não deixa a desejar, mas, por ser mais estreito, faz com que três adultos encontrem dificuldade para encaixar os ombros no banco de trás. Por outro lado, a Honda mostrou preocupação com segurança, oferecendo cinto de três pontos e apoio de cabeça para o passageiro central. O equipamento também favorece a instalação de cadeira de bebê no meio, mais ao alcance dos olhos e das mãos do motorista.
Nos dois sedãs, o fato é que a reclamação maior não vai ser tanto do espaço, mas sim do conforto de rodagem. As suspensões de ambos são calibradas para serem firmes, até duras no caso do City, e transmitem cada imperfeição do piso. Para o motorista, no entanto, há maior garantia de estabilidade nas curvas.
No que diz respeito ao acabamento, não há porque torcer o nariz. As peças são agradáveis ao toque e os encaixes não deixam folgas. O Cerato peca um pouco pelo excesso de plástico. Para quem faz muita questão, o City possui um pequeno pedaço de tecido nas portas. Por falar neles, outro pênalti da Kia. O tecido escolhido para forrar os bancos do Cerato são finos e claros demais; colocar couro torna-se quase obrigatório. No City, o pano é de boa qualidade e a pele animal vem na versão EXL.
A Honda dá um interior mais conveniente para os passageiros. A abertura do porta-malas pode ser feita internamente, item que falta ao Cerato. O som conversa melhor com o Apple iPod, dando maior controle. No Cerato, as músicas ficam em pastas desordenadas. O aparelho de som do City, no entanto, tem memória de rádio fora do comum, sem os tradicionais botões de 1 a 6. É preciso se acostumar; o CD-Player fica escondido atrás do visor.
O ar-condicionado do Cerato é mais intuitivo, com botão de temperatura giratório e central, assim como o de volume do rádio. O console central, aliás, é bem simétrico, amostra de que a direção é facilmente adaptável para qualquer país. Os visores, com iluminação em vermelho, trazem números grandes e de fácil leitura, mas não experimente circular durante o dia com os farois acesos ou você não vai conseguir ler quase nada.
Concorrentes têm estilos parecidosQuem olha para o Cerato, inevitavelmente se lembra do Civic. Os farois de duas parábolas são afilados e se alinham com a grade. As lanternas traseiras são horizontais e têm um formato parecido com o sedã da Honda, assim como a distribuição das luzes. Somente as laterais assumem uma identidade própria, com a linha de cintura que nasce nos retrovisores e terminam nas lanternas.
Com o City, as linhas seguem praticamente a mesma receita e até se ouviu a pergunta “não se trata de um novo Civic?” enquanto o carro era avaliado. Mas um olhar mais atento descobre que a inspiração do sedã menor da Honda é de duas categorias acima, o Accord. As lanternas são quadradas com dobras que acompanham a carroceria. A grade com três filetes são simétricas aos farois monoparábolas. As laterais têm linhas parecidas, assim como o desenho das maçanetas. O interior com vincos pronunciados também vieram do ‘irmão’ maior.
Veredicto de Fernando Pedroso – O Cerato é mais barato e equipado, maior e tem melhor desempenho. É a escolha mais certa, apesar de esbarrar na rede de concessionárias menor que a da Honda e no fato de ser importado, enquanto o concorrente é nacional.