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Andamos no Ford Ka 1.5 automático | Primeiras impressões

Pela primeira vez em um Ford Ka, transmissão automática e novo motor 1.5 surpreendem pelo comportamento

24/07/2018 - João Brigato / Fotos: João Brigato / Fonte: iCarros

Quando o Ka foi lançado no Brasil no final dos anos 1990, ele encantou por sua dinâmica bem acertada e visual cativante, mas esbarrou na preferência nacional pelo tamanho diminuto. A atual terceira geração abriu mão da ousadia em favor de mais espaço e praticidade para brigar em pé de igualdade com os compactos nacionais. Nem é preciso dizer que a vice-liderança no mercado brasileiro (alternada com o Hyundai HB20) mostrou que a estratégia da Ford estava certa.

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Agora, para manter seu compacto saindo como pão quente das concessionárias, a Ford deu muito mais do que uma mudança visual no Ka. Invadindo a seara de preços do New Fiesta e adotando, pela primeira vez em sua história, um câmbio automático, o Ka quer avançar no mercado e incomodar o Onix. Será que ele tem potencial para isso? Colocamos à prova o novo conjunto mecânico na versão topo de linha Titanium que custa R$ 68.990 no hatch e R$ 70.990 no sedã.

Confira aqui tudo o que mudou no Ka 2019, versões e equipamentos

Uma das grandes faltas do Ford Ka, até a chegada da linha 2019, era a ausência de transmissão automática no catálogo. Seus principais rivais, Chevrolet Onix e Hyundai HB20, oferecem o equipamento desde seu lançamento e são responsáveis por boa parte da mudança de filosofia do segmento em que praticamente não existia interesse por outra opção além do câmbio manual.

Para suprir essa lacuna, a Ford equipou o Ka com o mesmo conjunto mecânico que fez sua estreia no EcoSport reestilizado. O motor é o novo 1.5 Dragon de três cilindros com até 137 cv e 16,2 kgfm de torque, que agora é produzido no Brasil (no EcoSport o motor ainda era importado da Índia). Além da nova transmissão manual de cinco marchas, o Ka 1.5 pode ser equipado com câmbio automático de seis velocidades, que chega para ser um dos trunfos do modelo quando comparado ao seu irmão New Fiesta que ainda usa a caixa de dupla embreagem.

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Rodando na cidade, a transmissão automática do novo Ka trabalha com suavidade o tempo todo, realizando trocas praticamente imperceptíveis em rápida velocidade. A programação do câmbio foi desenvolvida para privilegiar o consumo, por isso, ele mantém as rotações baixas o tempo todo. Isso não signigica, porém, que falta força ao Ka. O motor 1.5 tem uma oferta linear de torque com 87% da força disponível já a 1.500 rpm. Isso se traduz em agilidade no trânsito, mesmo com uma certa demora da transmissão a reduzir marchas.

O funcionamento do câmbio é mais suave e linear que a transmissão PowerShift que equipa o New Fiesta. Graças às seis marchas e à relação alongada nas últimas posições, o Ka consegue se manter a 2.300 giros a constantes 100 km/h. Na estrada a transmissão vacila um pouco, alternando constantemente entre quinta e sexta marcha, mesmo que o pé do motorista se mantenha com pouca pressão no acelerador. Com o controle de cruzeiro acionado o comportamento se repete.

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Um dos destaques das mudanças do Ford Ka está no isolamento acústico. A Ford deu ao seu compacto novas mantas acústicas e um para-brisa a prova de som. Com isso, o silêncio se mantém a bordo, mesmo em rotações mais altas. O ruído do motor pouco invade a cabine e o Ka dá a impressão de ser mais caro do que é. A sensação de solidez se repete nos novos reforços estruturais do motor que evitam vibrações indesejadas na cabine.

O Ka ficou maior ao longo de suas três gerações, mas uma das coisas que o atual modelo herdou de seu antepassado é o apetite pelas curvas. Tanto hatch quanto sedã são bastante equilibrados e comportados mesmo em altas velocidades. A carroceria rola pouco e a suspensão se mantém firme em uma tocada mais entusiasmada. É claro, não se trata de um esportivo, mas para um modelo urbano e pensado para não ir muito além dos limites das rodovias, o Ka consegue ter um comportamento exemplar nesses momentos.

O controle de estabilidade atua sem ser invasivo, mantendo o modelo na trajetória ainda que permita certos escorregões controlados sem sair de frente como se não houvesse amanhã. Uma falha da Ford foi ter restringido esse item às versões mais caras Freestyle (hatch), SEL (sedã) e Titanium. 

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A direção elétrica progressiva também ajuda nessa percepção levemente apimentada: ela é bastante firme em altas velocidades e tem respostas rápidas. Falta um pouco de sensibilidade para sentir o que se passa no asfalto, algo que a Ford diz que melhorou na reestilização, mas que não foi tão perceptível na prática. O volante tem aro mais grosso que seus rivais diretos e uma pegada que privilegia essa tocada mais esportiva. Na cidade, a firmeza dá lugar a uma direção bastante leve.

O Ka de R$ 70 mil com chave de Mustang

O preço na casa dos R$ 70 mil da versão Titanium pode assustar a princípio, afinal são cifras jamais exploradas pelo Ka. Mas há uma justificativa para isso: equipamentos. Na categoria, o Ka é o único a oferecer seis airbags em uma tentativa de apagar a má impressão deixada pelo Latin NCAP onde o modelo recebeu zero estrelas.

Além dos itens de segurança, o Ka Titanium traz botão de partida, chave presencial igual a usada no Mustang, bancos revestidos de couro, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay. Mas ainda há algumas falhas: ele ficou devendo o ar-condicionado digital oferecido no modelo europeu e no rival Hyundai HB20, revestimento de couro nas portas, no volante e na manopla, além de rodas maiores (ele usa 15 polegadas que parecem pequenas demais, especialmente no sedã).

Com conjunto mecânico eficiente, comportamento dinâmico bem acertado e lista de equipamentos farta, o Ford Ka 2019 não apenas começa a ameaçar com mais força os rivais Chevrolet Onix e Hyundai HB20, como também da início a uma briga dentro de casa com o irmão maior New Fiesta. Com as novas versões e, finalmente, opção de câmbio automático, o Ka tem potencial para incomodar a liderança do Chevrolet Onix nos próximos meses.

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