30/08/2018 - Thiago Moreno, de Mogi das Cruzes (SP) / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros
A Citroën finalmente deu uma data aproximada para a chegada do C4 Cactus ao mercado brasileiro. Em outubro, as primeiras unidades do novo SUV da marca começam a chegar nas lojas Citroën em todo o País. A novidade será oferecida em seis versões diferentes com preços variando entre R$ 68.990 e R$ 98.990.
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O que é?
O Citroën C4 Cactus é tratado como um SUV compacto pela marca. Assim, deve competir com modelos do segmento como Ford Ecosport, Jeep Renegade e Honda HR-V. Nas palavras de Ana Theresa Borsari Presidente da marca, “não é só o novo C4 Cactus, é uma nova Citroën”.
Antes, a marca não tinha opções de SUVs compactos, exatamente o segmento de carros 0km que mais cresce em nosso mercado. A ideia da Citroën é, com o Cactus, dobrar as vendas da empresa até o final de 2018.
O que cada versão traz?
Como dito, o C4 Cactus será oferecido em seis diferentes configurações:
Live 1.6 manual (R$ 68.990) – direção com assistência elétrica, ar-condicionado, trio elétrico, luzes de condução diurna (DRL) de LED, painel de instrumentos digital com computador de bordo, rádio com conectividade via Bluetooth, comandos de áudio no volante, Isofix, barras de teto, rodas de 16 polegadas de aço com calotas, volante com ajuste de altura e profundidade e banco do motorista com ajuste de altura.
Feel 1.6 manual (R$ 73.490) – itens da Live mais multimídia com tela de 7 polegadas e conectividade via Android Auto e Apple Car Play, câmera de ré, faróis de neblina, alarme perimétrico, rodas de liga leve de 17 polegadas, vidros elétricos com função um toque, piloto automático e detalhes em preto brilhante na carroceria.
Feel 1.6 automática (R$ 79.990) – Itens da Feel manual mais controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa e monitoramento da pressão dos pneus.
Feel Pack 1.6 automática (R$ 84.990) – itens da anterior mais chave presencial com partida por botão, rodas com acabamento diamantado, airbags laterais, ar-condicionado digital automático, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, volante com acabamento de couro, barras de teto tipo flutuante e alarme volumétrico.
Shine 1.6 THP automática (R$ 94.990) – itens da Feel Pack mais bancos com revestimento de couro, Grip Control (seletor para adequar o controle de tração a diferentes tipos de terreno e aderência) e freios a disco nas quatro rodas.
Shine Pack 1.6 THP automática (R$ 98.990) - itens da Shine mais airbags de cortina, assistente de mudança de faixa, alerta de atenção do condutor, sistema de frenagem automática de emergência, alerta de colisão frontal, indicador de descanso e retrovisor interno eletrocrômico.
Medidas e o que tem sob o capô
Nas medidas, o C4 Cactus tem 4,17 m de comprimento, 1,71 m de largura e 1,53 m de altura nas versões com o rack de teto convencional. Para as que possuem o rack tipo flutuante, a altura é de 1,56 m. O entre-eixos em todas as versões é de 2,60 m. O porta-malas tem capacidade para carregar até 320 litros de bagagens.
Classificado como SUV, o modelo tem 225 mm de vão livre em relação ao solo. O ângulo de ataque é de 22º e o de saída é de 32º. Em peso, as versões aspiradas com câmbio manual têm 1.556 kg. As aspiradas automáticas vão para 1.628 kg, enquanto as turbinadas automáticas pesam 1.617 kg.
Há duas opções de motorização. A primeira, aspirada, é o 1.6 16V flex que pode ser acoplada a um câmbio manual de cinco marchas ou automático de seis. Para o primeiro, a potência é de 122 cv com etanol e 115 cv com gasolina. O torque é de 16,4 kgfm com etanol ou 15,5 kgfm com gasolina. Para o automático há uma pequena diferencia na potência máxima com etanol: 118 cv. Os demais números são iguais.
A outra opção, que equipa apenas as configurações Shine e Shine Pack, é 1.6 turbo flex, desenvolvendo 173 cv com etanol e 166 cv com gasolina. O torque, para ambos os combustíveis é de 24,5 kgfm. Para esse propulsor, apenas o câmbio automático de seis velocidades é oferecido.
Versão para PCD está nos planos
Apesar de a Citroën ainda não ter anunciado oficialmente, o C4 Cactus terá uma configuração específica para o mercado de PCD e venda direta: Feel Business. Ela terá o motor 1.6 aspirado e câmbio automático de seis velocidades e já teve as especificações divulgadas pela ficha técnica fornecida pela Citroën e terá o mesmo nível de equipamentos da versão Feel automática convencional.
O preço, de acordo com a empresa, ainda não foi fechado e deverá ser divulgado apenas quando o carro chegar às lojas, em outubro. Hoje, para PCD, o valor não pode ultrapassar R$ 70 mil caso o comprador queira ter direito a todas as isenções possíveis.
Como anda?
Primeiro, temos que abordar o visual do Cactus. O que domina a frente do carro é o conjunto óptico. Têm-se os DRLs na parte superior junto a nova grade com emblema tridimensional da Citroën, faróis e setas na porção central e os auxiliares abaixo. É uma solução já adotada também na Fiat Toro, por exemplo.
Na vista lateral, o Cactus tem dois volumes bem definidos, enquanto a traseira tem elementos mais horizontais que ajudam a aumentar a impressão de largura da carroceria. Ao vivo, o carro é até baixo e essa união de elementos largos com menor altura dar ares de esportividade ao SUV.
Em termos de cores, a Citroën poderia ser mais criativa. Têm-se o mandatório “branco, preto, prata e cinza” e, além dessas opções, apenas o azul metálico. Pode-se ter opcionalmente o teto em cor contrastante e, com esse artifício, gostei bastante da versão com carroceria branca e teto azul. Durante a avaliação, algumas unidades estavam pintadas de vermelho com teto preto, uma combinação interessante, mas que a Citroën afirmou que não será vendida ao público.
Por dentro, o entre-eixos extra na comparação com o Peugeot 2008 fez bem ao Cactus. O espaço para pernas é farto. Para a cabeça é razoável, mas em largura, acomoda bem até dois adultos apenas. O porta-malas também é menor que o de rivais importantes.
A Citroën deu ao acabamento interno do Cactus um visual mais moderno, com elementos mais retilíneos ou quadrados no painel. A porção central tem materiais macios ao toque, além de uma tira de tecido, dando um ar mais “diferentão”. Além disso, o restante da cabine usa plásticos para completar a decoração, como é usual nessa faixa de preço e segmento.
O iCarros andou tanto na versão 1.6 Feel Pack automática, que a Citroën acredita que será a mais vendida, quanto na 1.6 THP Shine Pack automática, a mais completa. Mesmo tendo motorizações diferentes, três coisas impressionaram em ambas. Acerto de suspensão, suavidade do câmbio e isolamento acústico.
Na parte da suspensão, foi interessante notar que, mesmo em pisos de terra batida e com o carro carregado, o Cactus não transmitia pancadas secas à cabine, mostrando que irá se dar bem com o padrão de qualidade de nossas vias, que é ruim. Em curvas, é notável um pequeno rolamento da carroceria, mas nada que assuste, até porque o centro de gravidade do Cactus não é tão elevado quanto em outros SUVs.
Já na parte do câmbio foi preciso ficar de olho no indicador de marchas para notar o trabalho da transmissão, tamanha a suavidade. Em retomadas, leva um pouco de tempo para responder a uma pisada mais funda no acelerador, mas algo esperado para a proposta do carro e o tipo de câmbio. Pode-se usar o modo Sport ou trocas manuais na alavanca para deixar essa resposta mais rápida, mas não há opção de trocas por meio de borboletas atrás do volante em nenhuma configuração.
Com a versão equipada com o motor 1.6 aspirado, pode-se dizer que se atende ao esperado. Não emociona, mas cumpre seu papel sem passar a sensação de falta de fôlego. O mesmo não pode ser dito do 1.6 turbo. Esse sim sobra nas acelerações e ainda tem um ronco mais encorpado. No entanto, o sistema de permanência em faixa, de série na versão Shine Pack, peca pelo excesso. Toda vez que se aproxima um pouco a mais das faixas ele já apita.
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