Chevrolet Onix Plus Premier: a forma final do Prisma?

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Uma virada no tempo, foi assim que Porto Alegre (RS) nos recebeu: saindo de calor recorde na capital paulista para 15 graus na capital dos gaúchos. O seguimento dos sedãs está prestes a passar por uma virada similar. Depois do Chevrolet Onix Plus Premier que o iCarros andou, os concorrentes vão ter que se mexer. Como ainda é um mistério, mas vai ter que acontecer.

Por R$ 73.190, já se tem acesso a nova linha Premier no sedã. O carro das fotos já possuía o pacote Premier III, de R$ 76.190. Só a título de curiosidade, não há diferença entre os pacotes Premier II ou III, exceto pela combinação de cores da cabine: preto com caramelo na primeira e preto com cinza na segunda.

Os tais equipamentos “revolucionários”

Eu estava lá, em 2012, quando a Chevrolet apresentou o primeiro Onix e a fórmula tinha tudo para dar certo. Trazia tudo o que o público queria e mais um pouco. Era espaçoso, tinha preços dentro do esperado, visual para agradar a maioria e foi um dos primeiros, se não o primeiro, do segmento compacto a trazer central multimídia com tela sensível ao toque.

Naqueles tempos, ter tudo em apenas um carro, ainda mais no segmento, era impensável. Mas de tão impensável, deu certo e forçou o mercado a evoluir, sendo que o Hyundai HB20 chegou na mesma tocada. Foi aí que figurinhas carimbadas como VW Gol e Fiat Palio começaram a perder seus reinados.

Veja todos os detalhes da nova geração do Chevrolet Onix

Hoje, em Porto Alegre, parece que testemunho o mesmo acontecer. Setenta e seis mil reais ainda são setenta e seis mil reais, mas entre os rivais diretos, os sedãs compactos e médio-compactos, quem oferece itens como alerta de ponto cego, ou assistente de estacionamento automático? Este último inclusive não tem muito tempo que me impressionava de ver em carros das marcas de luxo alemãs, agora está aqui, em um Onix.

Há também o sistema de Wi-Fi nativo. Ou seja, o Onix Plus Premier tem um chip 4G com um pacote de dados pago a parte vinculado à central multimídia, gerando internet sem fio para até sete aparelhos simultâneos dentro do carro e com um alcance de 15 metros. As antenas do veículo ajudam a melhorar a potência do sinal também.

Segundo a Chevrolet, será um item apreciado por quem anda com a família conectada em tablets e celulares ou quem está sempre levando passageiros e deseja oferecer internet como parte do serviço do transporte compartilhado.

Além disso, seja o hatch ou o sedã de qualquer versão, o novo Chevrolet Onix trará seis airbags de série, sendo dois frontais obrigatórios, dois laterais nos bancos dianteiros e dois de cortina. Os controles de estabilidade e tração também são de série em todas as configurações do novo Onix.

Mas como o carro melhora e não muda de preço?

Diz a Chevrolet que o novo Onix melhorou em todos os aspectos. Mesmo assim, comparando as versões LT e LTZ do antigo, vê-se que não há alteração de preço. O segredo, segundo a marca, foi o desenvolvimento global da plataforma GEM, que será usada em outros lugares do mundo, incluindo a China, onde o sedã já foi apresentado. Assim, foi possível compartilhar os custos de desenvolvimento da nova geração sem gerar pressão nos preços, que se mantiveram.

Além disso, é possível ver alguns pontos onde a marca manteve os custos mais baixos. Como o motor turbo por exemplo, que não utiliza a complexa injeção direta de combustível, como o VW Virtus. Usa-se apenas a injeção multi-ponto convencional, pois, segundo a Chevrolet, o Onix tinha que funcionar bem e por muito tempo com as mais diferentes qualidades de gasolina ao redor do mundo, seja ela boa ou ruim.

Se você quiser ver os detalhes do carro em vídeo, basta vê-lo aqui

Dentro do carro ainda se emprega bastante plástico rígido na cabine em portas e no painel, enquanto os bancos dianteiros possuem encostos de cabeça integrados. A tela da central multimídia mantém o tamanho de 7 polegadas da geração anterior e não é a maior oferecida no mercado. Por último, a tela do computador de bordo não é colorida, usando o mesmo sistema da atual S10.

Motor, câmbio e medidas

No Chevrolet Onix Plus Premier testado, a única opção de motorização é 1.0 turbo flex de três cilindros capaz de entregar 116 cv de potência, seja com etanol ou com gasolina. O torque com etanol é de 16,8 kgfm, enquanto com gasolina o número é 16,3 kgfm. O pico de torque para ambos os combustíveis ocorre já a 2.000 rpm. Também não há opção de câmbio para esta versão, sendo a transmissão automática de seis velocidades item de série.

Nas dimensões, o Onix Plus cresceu na comparação com o antigo Prisma. Agora são 4,47 m de comprimento, 1,73 m de largura, 1,47 m de altura e 2,60 m de entre-eixos. O porta-malas acomoda até 469 litros de bagagens. Na versão testada, o peso declarado é de 1.112 kg.

A grande lista de itens de série do Onix Plus Premier

De série, o novo Chevrolet Onix Plus na versão topo de gama Premier traz uma grande lista de itens de fábrica. Estão lá ar-condicionado, direção elétrica, trio elétrico, controle de estabilidade e seis airbags em todas as configurações. Mas a Premier, vai além.

Ela traz ainda central multimídia, chave presencial com partida por botão, acendimento automático dos faróis, câmera de ré, carregador de celular sem fio, OnStar, Wi-Fi a bordo, luz diurna de LED (DRL), rodas de liga-leve de 16 polegadas, piloto automático, revestimento de bancos e volante de tecido sintético e faróis tipo projetor.

Só que tudo isso também vem de série nas versões LTZ. Exclusivos do Premier são o ar-condicionado automático de uma zona, monitor de ponto cego, assistente de estacionamento automático e o interior bicolor, que pode ser preto e cinza ou preto e caramelo.

Como é dirigir o novo Chevrolet Onix Plus?

Antes das impressões, vale ressaltar as condições do teste: 40 km, linha reta na “Freeway” gaúcha, mantendo os 110 km/h regulamentares da via. Foi curto e não vai ser possível falar de comportamento em curvas até pegarmos o carro para avaliação completa futuramente. Mas do resto dá para falar.

Primeiro, o visual. Aqui a Chevrolet realmente acertou. Do visual bonito, mas simples da antiga geração não sobrou nada. O carro está mais sóbrio, maior e mais elegante. O tema se repete na cabine, onde o design puxa mais para o Cruze do que para carros de entrada em termos de visual.

No arranque, o 1.0 turbo vai substituir com folgas o antigo 1.4 aspirado, arranca com vontade e mantém relativamente bem o fôlego até as faixas mais altas de rotação, algo que os motores TSI da VW já não fazem com tanta facilidade.

Ajuda aí também o câmbio. Enquanto você mantém o pé com parcimônia no acelerador, ele manterá as marchas. Um pouco mais que isso e ele já reduz, joga o giro para as 3.500 rpm e o carro deslancha. Quando obtivermos um Onix turbo manual poderemos falar melhor do desempenho, já que a opção de trocas manuais por meio de botões na alavanca não é muito conveniente para o uso e o sistema nem sempre obedece.

Mesmo gostando de girar, o motor do novo Onix Plus conseguiu cravar 17,9 km/l nas condições do teste com gasolina. Algo que surpreendeu positivamente pelo fato de o carro ser maior e mais pesado e estar levando uma carga considerável.

No geral, é um carro que consegue manter o silêncio a bordo em níveis equiparáveis aos rivais do segmento e, na estrada, a suspensão se mostrou mais confortável e mais controlada nas ondulações da rodovia que o antigo Prisma.

E agora?

O Novo Onix Plus chega em um momento de forte renovação no mercado, sendo que já está aí o VW Polo e chegará em breve o novo Hyundai HB20S. Só que o carro da Chevrolet consegue ser mais barato, mais equipado e tão seguro quanto o primeiro (tem 5 estrelas no Latin NCAP) e é maior e passou por uma transformação mais profunda que o segundo.

Se você não sabe o que é um “game changer”, é algo que chega e para sacudir o ambiente em que se encontra. É isso que o Onix Plus faz: mantém a tradição de puxar o patamar do segmento e deve continuar sendo um dos carros mais vendidos do Brasil com facilidade. Atributos para isso ele tem.