15/07/2021 - Henrique Koifman/RF1 / Foto: Divulgação / Fonte: iCarros
A Lamborghini anunciou o lançamento de uma nova versão atualizada do Aventador LP 780-4, a Ultimae. Equipado com um motor V 12 de 780cv de potência e câmbio automatizado (trocas automáticas em 50 milissegundos), o carro terá apenas 600 unidades produzidas, 350 cupês (fechados) e 250 conversíveis.
Segundo a fábrica, o Ultimae acelera de 0 a 100 km/h em 2,8 segundos e chega a uma velocidade máxima de 355 km/h. Sua carroceria tem a fibra de carbono como principal material estrutural e de acabamento, com isso, sua versão fechada pesa 1.550kg, ou seja, 25kg menos que o Aventador S “comum”.
Com preços entre 500 mil e 2,6 milhões de dólares (na Europa), este será, também, o derradeiro Lamborghini empurrado exclusivamente por combustão.
Daqui para frente, a marca – que pertence ao grupo Volkswagen, assim como Bugatti e Audi – desenvolverá apenas veículos híbridos e elétricos.
Quando soube que a Lamborghini estava apresentando a última série de seu derradeiro modelo movido somente com motor a explosão, confesso que me bateu uma certa melancolia.
Não que eu ache natural e até desejável que a indústria automobilística evolua e se torne ambientalmente mais sustentável, que fique claro.
Mas, junto com a aposentadoria dos supercarros com supermotores superpotentes – e aqui a superdimensão superlativa e repetitiva é intencional, mesmo –, sinto que toda uma era de símbolos, sensações e até de um tipo de cultura se encerra junto com eles.
Sim, porque o movimento em direção à eletrificação, também entre os superesportivos, é geral e inexorável, como já outras apontaram marcas igualmente icônicas, como Porsche, McLaren e a eterna maior rival da Lamborghini (e motivo para seu nascimento*), a Ferrari.
(*) É célebre a história da criação da marca. Muito resumidamente, o fabricante de tratores Feruccio Lamborghini decidiu produzir esportivos quando, nos anos 1960, foi afrontado por Enzo Ferrari, que se recusou a aceitar suas críticas em relação aos modelos que construía. Acabou criando o Miúra, lançado em 1966 e considerado o primeiro supercarro moderno.
Momentos inesquecíveis
Qualquer um que, como eu, tenha tido a oportunidade de guiar um Lamborghini com motor V10 ou V12 provavelmente vai concordar comigo. Um carro desses proporciona uma experiência única, da qual o som e o comportamento na pista estão entre os ingredientes principais.
Acelerar um Aventador sobre uma pista de asfalto perfeito, é simplesmente inesquecível e, ouso dizer, inigualável. É apertar o pedal da direita, colar as costas no banco (duro) e ver o horizonte se aproximar, enquanto uma orquestra sinfônica de pistões se deixa reger por um câmbio automatizado meio bruto, comandado por seus dedos, em enormes aletas atrás do volante.
Curvas, para serem notadas, precisam ser razoavelmente fechadas a ponto de exigirem alguma redução – e fazer o motor gritar jogando marchas para baixo, acreditem, é um prazer. Isso porque, logo depois, você terá a desculpa para pisar fundo e aproveitar a festa.
No fundo, nem é preciso atingir velocidades tão altas – que 99% das estradas não permitem – para se divertir com um carro desses. Alguns track days (em um autódromo), quem sabe, para poder explorá-lo um pouco mais seriamente, resolvem essa questão. Mesmo “devagar”, são memoráveis.
Tanto que, só algumas horas mais tarde, pensando no que falaria sobre meu test-drive, me dei conta de que o carro era desconfortável, com ar-condicionado insuficiente (o motor enorme fica atrás de suas orelhas), bebia demais (com um tanque relativamente pequeno) e mal oferecia espaço para uma pequena mochila.
Nada será como antes
Por mais que os futuros Lamborghinis sejam – e serão – ainda mais potentes e rápidos, nunca mais proporcionarão sensações assim. Certamente serão emocionantes, mas é provável que, mesmo em versões híbridas, com seus motores “encolhidos”, no mínimo precisem de um reforço sonoro artificial para homenagearem seus antecessores.
Trarão muito mais eletrônica, serão muito mais eficientes e – ainda bem – ambientalmente sustentáveis. Mas, perdoem-me a redundância, serão outra coisa.
Por isso, se eu tivesse uns 500 mil dólares “sobrando” agora, ia tratar de comprar um desses pra mim. Até porque essas séries especiais costumam valorizar mais do que boa parte dos investimentos disponíveis no mercado financeiro.
Vamos à ficha técnica do Aventador Ultimae (dados do fabricante)
Motor:
V12, com cilindros a 60°, 6,498 cm3 (6.5 litros)
Potência máxima: 780 cv a 8.500 rpm
Torque Máximo: 73,4 kgfm @ 6,750 rpm
Transmissão: tração nas quatro rodas com gerenciamento eletrônico, por demanda
Caixa automática de dupla embreagem e sete marchas
Velocidade máxima: 355 km/h
Aceleração de 0-100 km/h 2,8 segundos
Direção com assistência hidráulica e três diferentes modos de condução.
Rodas e pneus:
Dianteiros - 9”J X 20”, P Zero Corsa 255/30 ZR 20 92Y (opcional P Zero 255/30 ZR 20 92Y) available as optional
Traseiros – 13”JX21”, P Zero Corsa 355/25 ZR 21 107Y (opcional P Zero 355/25 ZR 21
Suspensão: eletrônica ativa com amortecedores e molas horizontais, nas quatro rodas
Freios: a discos carbono-cerâmicos com pinças em alumínio de 6 pistões (dianteira) e 4 pistões (traseira)
Dimensões (mm):
Entre-eixos 2,700, comprimento total 4,868, largura total 2,098 (2,273 com os espelhos), altura total 1,136.
Peso: 1,550 kg
Relação peso-potência: 1.98 kg/cv
Distribuição de peso (dianteira/traseira) 43% - 57%
Preço: a partir de US$ 500 mil (até US$ 2,6 milhões)
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