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Test-drive com a versátil Fiat Strada Freedom Cabine Plus

Picape com jeito de carro, ou carro com jeito de picape? Versão intermediária do utilitário está entre os mais vendidos

21/05/2021 - Henrique Koifman/RF1 / Foto: Divulgação / Fonte: iCarros

Durante uma semana, usei essa Fiat Strada Freedom vermelhinha que você vê nas fotos como “meu carro”. Embutido nesta expressão, está a confissão de que não aproveitei sua grande caçamba para fazer carretos, devolver um piano emprestado, ir buscar uma moto na casa de praia ou mesmo transportar as compras do mês – coisas que poderia até ter feito com certa tranquilidade.  

Afinal, é para cargas e serviços assim que ela foi criada. Por outro lado, rodei cerca de 300 km de ruas, avenidas e pequenos trechos de rodovia, livres ou engarrafadas, sob sol e sob chuva. Ou seja, usei essa Strada como um carro de passeio, mesmo. 

E é justamente essa versatilidade – poder ser usada tanto como um utilitário para trabalho duro, quanto como um carro de passeio, guardadas suas limitações de espaço interno – o que mais me atrai nesse tipo de veículo. E, também, do que mais gostei nesse modelo especificamente. 

Ao volante 

Guiar uma picape pequena como a Strada, especialmente sem carga na caçamba, pode ser bem divertido. Leve, altinha e com boa disposição, ela é bem ágil no trânsito. E como nessa versão especificamente há alguns itens de conforto mais caprichados, ela proporciona uma experiência (perdoem pela repetição) bem semelhante a de um pequeno automóvel. 

Isso quer dizer que, com seu bom motor 1.3 Firefly de até 109cv de potência e 14,2 kgfm de torque (com álcool), ela acelera ligeiro e tem boa maneabilidade, tanto no fluxo do tráfego quanto na hora de estacionar.  

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Já havia dirigido esse 1.3 em versões intermediárias do Argo e do Cronos e acho que sua relação de consumo/desempenho é das melhores atualmente. Se ele não faz da Strada Freedom um carrinho muito nervoso, também não permite que seja preguiçosa.  

O motor trabalha melhor “mais cheio”, rendendo mais em rotações mais altas, onde, aliás, chega até bem rápido. E, quando você não está com pressa nem com vontade de se divertir, há torque suficiente em baixas rotações para arrancar com tranquilidade quando o sinal abrir, sem fazer feio. 

É claro que, com sua suspensão traseira com eixo rígido e mola de lâmina, projetada para cargas de até 720kg, inteiramente descomprimida, a caçamba pula bem mais que o porta-malas de um carro comum. Mas, como na dianteira é tudo “normal” (sistema McPherson e molas helicoidais), isso não chega a ser um grande incômodo. 

Bem ajustadinha, ela entra em curvas com tranquilidade e, sem ter um perfil mais esportivo, passa total segurança no uso comum. Ajudam, claro, recursos que você não enxerga, como os controles de tração e estabilidade e, também de frenagem.  

Conforto 

O nível de ruído na cabine – que não tem forração na parede que a divide da caçamba – é, também, um pouco mais alto, especialmente acima dos 50 km/h, se comparado a outros modelos da marca, como o Argo e até mesmo o Mobi. Mas, novamente, em se tratando de um utilitário leve, isso também está dentro do esperado. 

E, embora tenha um “cabine plus” no nome, essa Strada Freedom não tem quase espaço para bagagem no interior, especialmente se o motorista tiver mais de 1.80m e gostar de dirigir com os braços e pernas um pouco mais esticados – meu caso. A caçamba coberta e trancada, claro, resolve muito bem esse problema. 

Os bancos são mais para macios que para firmes, mas apoiam bem o corpo e, pelo menos em meus trajetos de até pouco mais de duas horas de duração, não fiquei cansado. A ergonomia, no geral, é correta: você não precisa se esticar ou contorcer para alcançar botões e controles no painel, console ou portas. 

O painel de instrumentos é o mesmo usado nos parentes Mobi e no Uno e é um pouquinho diferente do padrão da maioria dos carros, especialmente na distribuição das informações, que são, no entanto, bem fáceis de encontrar e ler, incluindo as do computador de bordo.  

O ar-condicionado vale um comentário a parte: como acontece com essas picapes, por ser o mesmo usado em carros maiores, ele acaba sendo superdimensionado para essa cabine simples. Ou seja, mesmo nas gradações mais baixas, dá conta do recado com folgas e, se você se distrair, periga se sentir como um pinguim. 

Como essa é uma versão intermediária e essa vermelhinha que avaliei estava equipada com muitos opcionais, o pacote de acessórios incluía itens como uma boa multimídia, controles no volante, chave com controle remoto das travas, e mais uma série de coisas bem úteis. 

O banho de loja incluía a caçamba, forrada com um protetor e coberta por capota marítima, com iluminação interna e muitos ganchos para amarração de cargas, algo fundamental. A tampa traseira chega a impressionar pela leveza de manuseio e reforça a (boa) impressão de que os engenheiros da montadora capricharam no conceito de usabilidade. É tudo bem prático e fácil de mexer. 

Conclusões 

A Freedom Cabine Plus não é a opção mais barata da linha Strada para o trabalho pesado – há, para isso, a versão Endurance, com o antigo motor 1.4 de 88cv de potência e 12,5 kgfm de torque, E também não é a mais indicada para quem quer usar uma picape como carro de passeio da família – para isso há as versões de cabine dupla, com quatro portas, do modelo. 

Mas é justamente esse “meio termo” o seu maior atrativo. Com uma mecânica mais moderna e uma lista razoável de itens de conforto, ela pode atender tanto àquele que precisa de uma picape leve para trabalho, quanto aos que desejam um carrinho divertido e versátil para dois. 

De quebra, com seu projeto recente, ela tem um visual bem bacana, que não faz feio entre os outros modelos – mesmo os para passageiros – de sua faixa de preço. Essa modernidade, aliás, reforça sua posição de líder no mercado nacional, há tempos e, pelo jeito, por um bom tempo pela frente, também. 

Hoje, sua única concorrente direta é a VW Saveiro, que até vende razoavelmente bem, mas muito atrás dos números da Strada. A terceira opção, até o mês passado, era a Chevrolet Montana, que foi aposentada. Veja a ficha técnica do modelo no final deste post.

Picapes leves, tradição nacional 

A pergunta lá no subtítulo deste post não é nova. Na verdade, por aqui, ela provavelmente foi feita pela primeira vez em 1978, quando a primeira picape derivada de um carro compacto – o Fiat 147 – foi lançada no Brasil.  

De lá pra cá, muita carga passou pelas caçambas da história, claro, mas o conceito desse tipo de veículo, permanece o mesmo, assim como a boa aceitação que ele tem em nosso mercado. 

A ideia básica é oferecer, em um só pacote, a praticidade de um carro compacto urbano e o espaço a funcionalidade de um veículo de transporte para pequenas cargas. Além disso, como compartilha uma série de componentes com os demais modelos de uma marca, sua produção é otimizada (e mais barata). 

Logo, além da Fiat, outras montadoras brasileiras entraram nesse segmento, como a VW, com a Saveiro, derivada do Gol; a Ford, com a Pampa (Corcel) e a Courrier (Fiesta); a Chevrolet com a Chevy 500 (Chevette), picape Corsa e Montana (Agile) e a Peugeot com a Hoggar (206). 

Mas se o primeiro “caixotinho com caçamba” da marca italiana (o tal 147, depois rebatizado como Fiat City) era basicamente um compacto com a carroceria modificada e a antiga Strada mantinha muito do Palio, a atual é bem diferente.  

Ela ainda compartilha componentes com o restante da linha – o painel é do Mobi e o motor 1.3 também equipa o Argo, por exemplo. Mas o restante de seu projeto, incluindo a plataforma, foi criado – ou, no mínimo bastante modificado – para ela. E essa personalidade própria é um dos ingredientes de seu sucesso. 

  • FIAT STRADA FREEDOM 1.3 CABINE PLUS – Ficha técnica (dados de fábrica) 

Motor 

Posição: Transversal dianteiro 

Número de cilindros: 4 em linha 

Cilindrada total: 1.332 cm³ 

Potência máxima (ABNT): 101 cv (gasolina) a 6.000 rpm/ 109 cv (etanol) a 6.250 rpm 

Torque máximo (ABNT): 13,7 kgfm (gasolina)/ 14,2 kgfm (etanol) a 3.500 rpm 

Combustível: Gasolina/Etanol (flex) 

Transmissão 

Câmbio manual: cinco marchas à frente e uma à ré 

Tração: Dianteira com juntas homocinéticas 

Freios 

Dianteiro: A disco ventilado (diâmetro de 257 mm) com pinça flutuante 

Traseiro: A tambor (diâmetro de 228,6 mm) com sapata autocentrante e regulagem automática de  

jogo 

Suspensão 

Dianteira do tipo McPherson com rodas independentes e barra estabilizadora e molas helicoidais 

Traseira do tipo eixo rígido com molas parabólicas longitudinais 

Direção 

Elétrica com pinhão e cremalheira 

Diâmetro mínimo de curva: 10,7 m 

Rodas 

Medida: 6” x 15” 

Pneus: 195/65 R15 

Peso: (em ordem de marcha): 1.092 kg 

Capacidade de carga: 720 kg 

Carga máxima rebocável (reboque sem freio): 400 kg 

Dimensões externas e capacidades 

Comprimento: 4.474 mm 

Largura: 1.732 mm 

Altura: 1.607 mm 

Distância entre-eixos: 2.737 mm 

Bitola dianteira: 1.457 mm 

Bitola traseira: 1.480 mm 

Altura mínima do solo: 207 mm 

Ângulo de entrada: 23,4° 

Ângulo de saída: 26,5° 

Ângulo de rampa: 21,8° 

Volume da caçamba: 1.354 litros 

Tanque de combustível: 55 litros 

Desempenho 

Velocidade máxima: 164 km/h (gasolina)/ 168 km/h (etanol) 

0 a 100 km/h: 12,3 s (gasolina)/ 11 s (etanol) 

Consumo 

Ciclo urbano: 12,8 km/l (gasolina)/ 9 km/l (etanol) 

Ciclo estrada: 14,2 km/l (gasolina)/ 9,8 km/l (etanol) 

 

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